Paraenses relembram da trajetória e visitas de Jaguar a Belém

O cartunista teve forte relação com o Pará, especialmente com a cena jornalística e cultural de Belém

Bruna Lima
fonte

Morreu neste domingo (24), no Rio de Janeiro, aos 93 anos, o cartunista Jaguar, um dos fundadores do icônico semanário O Pasquim, referência da resistência cultural e política durante a ditadura militar no Brasil. A morte foi confirmada por sua viúva, Célia Regina Pierantoni, ao jornal O Globo.

O cartunista teve forte relação com o Pará, especialmente com a cena jornalística e cultural de Belém. O jornalista paraense João Bosco relembra encontros marcantes com Jaguar na capital paraense:

“Conheci pessoalmente o Jaguar na década de 1990, quando ele veio a Belém para a comemoração dos 10 anos do jornal PQP, do jornalista Raymundo Mário Sobral. Reuniu-se com muitos jornalistas e cartunistas no Lapinha. Ficamos amigos. Colaborei com O Pasquim e, depois, com a revista Bundas”, contou Bosco.

Em 2001, Jaguar voltou a Belém para o lançamento do seu livro clássico Confesso que Bebi, durante a Feira do Livro realizada no Centur. “Participei das palestras junto com ele, e depois tomamos algumas doses de uísque... Jaguar sempre foi incentivador do humor gráfico brasileiro e muito crítico com questões políticas. Seu humor é atemporal e corrosivo”, completa.

Bosco define Jaguar como “a maior escola de charge” que conheceu e lembra da figura boêmia que circulava pelos botecos do Rio de Janeiro, sempre atento ao comportamento humano e aos absurdos da política nacional.

Jaguar brilhou ao lado de figuras como Tarso de Castro, Sérgio Cabral, Henfil e Paulo Francis na criação de O Pasquim, jornal alternativo que enfrentou a censura e o autoritarismo com irreverência e inteligência.

O jornalista Ronaldo Brasiliense, que iniciou sua carreira em Belém e atuou em diversos veículos da imprensa local como O Liberal, Estado do Pará e A Província do Pará, a morte de Jaguar representa a perda de um símbolo de coragem e lucidez: “Jaguar brilhou ao lado de outros craques como Tarso de Castro, Sérgio Cabral, Henfil e Paulo Francis como fundador do Pasquim, que desafiou com bom humor e sarcasmo a ditadura militar (1964/1985). Boêmio, bem humorado e competente, Jaguar deixa um legado de coragem para as futuras gerações”, conta.

Assine O Liberal e confira mais conteúdos e colunistas. 🗞
Entre no nosso grupo de notícias no WhatsApp e Telegram 📱

Palavras-chave

Belém
.
Ícone cancelar

Desculpe pela interrupção. Detectamos que você possui um bloqueador de anúncios ativo!

Oferecemos notícia e informação de graça, mas produzir conteúdo de qualidade não é.

Os anúncios são uma forma de garantir a receita do portal e o pagamento dos profissionais envolvidos.

Por favor, desative ou remova o bloqueador de anúncios do seu navegador para continuar sua navegação sem interrupções. Obrigado!

ÚLTIMAS EM BELÉM

MAIS LIDAS EM BELÉM