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Círio 2022: Carioca eterniza fé em Nossa Senhora com tatuagem da imagem e da Basílica

Depois de 30 anos em Belém, representante comercial fala sobre a construção da sua devoção à Nossa Senhora de Nazaré

Natália Mello

Trinta anos em Belém e o sentimento de renascer após ficar em estado grave devido à Covid-19 foram razões suficientes para que Raul Melido, de 48 anos, eternizasse a fé em Nossa Senhora com uma tatuagem da imagem e da Basílica de Nazaré gravada na pele. O representante comercial chegou aos 18 anos na capital e, ao lado da esposa, Hellen Melido, de 46, construiu um caminho de conquistas que ele mesmo atribui à Nossa Senhora de Nazaré, a quem ele chama carinhosamente de santinha.

“A imagem veio em primeiro, como um agradecimento pelo que aconteceu ano passado. A gente teve Covid, todos nós em casa, mas eu fiquei muito mal. Foi uma luta durante quase 40 dias, brigando muito ali para viver, e graças a Deus estou aqui. E eu não prometi, mas é um agradecimento pelo que ela fez por mim e pelas minhas meninas, pelas minhas filhas, pela minha família”, explica Raul. Sobre a ligação com a Basílica, ele também detalha o motivo dessa escolha para tatuar o corpo. “Eu sinto tranquilidade, o conforto de ficar ali dentro, naquele silêncio, é muito bom”.

O representante comercial conta que, desde que chegou à capital paraense, acompanha a manifestação e, em 2004, firmou esse compromisso com Nossa Senhora. “Desde quando eu cheguei aqui, a gente começou as conquistas que a gente vem tendo, né? E eu associo muito à santinha. Isso contagia um pouco a gente, a mim, e eu acredito que tudo isso que eu tenho hoje, as conquistas que eu tenho, a saúde das minhas meninas, acho que eu também devo a Nossa Senhora Nazaré”, pontua.

Casado com uma paraense, Raul considera ter se aproximado de fato de uma religião em Belém e com a ajuda da esposa. Com um sogro católico e devoto de Nossa Senhora, o caminho pareceu somente um: fazer parte das mais de duas milhões de pessoas que se entregam a essa energia que toma conta das ruas desde o primeiro dia de outubro, bem antes de quando a maior romaria do mundo ocupa as ruas de Belém – sempre o segundo domingo do décimo mês do ano.

“O domingo do Círio, em família, que não se tinha, aprendi muito com o meu sogro”, diz. “Eu vejo muitas pessoas vindo, pagando uma promessa ou uma conquista ou algo que querem ter, e vindo para o Círio para fazer esse agradecimento”, afirma. E algo que começou com uma curiosidade sobre a manifestação, com a proximidade com a família da esposa, começou a ser uma espécie de legado familiar.

“As minhas filhas, Gabriela, Giovanna e Yasmin, começaram a crescer e queriam, inclusive, acompanhar comigo. Daí nos últimos quatro anos comecei a distribuir água. E esse ano pretendo fazer a mesma coisa, juntar todo mundo”, promete.

Belém