Museu Goeldi reabre nesta sexta-feira (3), com nova moradora e galeria de arte urbana nos muros

A expectativa é que o local receba mais visitantes e eventos até a COP 30

Ayla Ferreira*
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Após receber intervenções na infraestrutura, o Parque Zoobotânico do Museu Paraense Emílio Goeldi reabre as portas para visitação pública nesta sexta-feira (3). O espaço agora conta com 19 murais de grafite e de outras propostas de arte urbana, que agora decoram os muros históricos do Museu. Além dos painéis, o ambiente também recebeu uma nova moradora e um lago reformado para abrigar pirarucus. O local está aberto de quarta a domingo, das 9h às 16h, com ingresso no valor de R$ 3.

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Há pouco mais de 40 dias, as visitas ao Parque foram suspensas para a realização de alguns serviços, como pintura e reparos em prédios e recintos de animais — serviços que não podiam ser feitos com o parque em funcionamento, para a segurança dos visitantes e das espécies que habitam o lugar. 

De acordo com o chefe do Serviço de Parque Zoobotânico (Sepzo), Pedro Pompei Filizzola Oliva, tendo em vista a importância do local para a população local e turistas, além da proximidade da realização da COP 30, o Museu Goeldi planejou a reabertura com o local ainda recebendo manutenções e pequenas reformas, com alguns espaços ainda interditados. 

“Os visitantes encontrarão um ambiente limpo e adequado à visitação, mas ainda com alguns tapumes em ambientes com serviços em andamento. Também, em alguns momentos, vão se deparar com trabalhadores molhando as plantas e realizando outros serviços, que são necessários para amenizar o calor do nosso verão amazônico e, também, para finalizar essa etapa de obras”, informa. O chefe do Sepzo recomenda que os visitantes mantenham os cuidados com a fauna, flora e a preservação dos prédios, além de mais atenção durante os passeios.

A bióloga do Sepzo, Thatiana Figueiredo, ratificou a necessidade de cuidados na visitação. “Noventa por cento da vegetação desse parque é flora representativa da região amazônica. A visita é uma oportunidade de conhecer um pouco dessa flora e dessa fauna, porque uma não vive sem a outra. A gente tem um grupo de animais em fauna livre: as cutias, as preguiças, as pacas, as iguanas, que estão soltas pelo parque interagindo com o ambiente e com o público visitante. Teremos várias exposições nesse período também, o próprio muro do parque já é uma atração. Ainda que o parque não esteja totalmente pronto, a gente tem muito a mostrar”.

Novidades

O velho tanque do peixe-boi passou por uma reforma completa: foi transformado em um lago e agora é o mais novo lar de um cardume de pirarucus. Os peixes são conhecidos por serem uma das maiores espécies de água doce do mundo. “Além do atrativo natural, até dezembro, o parque receberá dezenas de eventos e exposições, como a do Instituto Tomie Ohtake que será aberta nesta sexta-feira, juntamente com o parque. Após esse período será necessária uma nova pausa para a realização de serviços maiores que precisam de um tempo maior para serem executados”, lembrou.

image Haru, a tamanduá-bandeira, está vivendo em harmonia com as preguiças. (Foto: Adrya Marinho / MPEG)

Já a bióloga Thatiana Figueiredo chama atenção para a nova moradora do Parque, a Haru, uma tamanduá-bandeira. Ela está pronta para ser apresentada aos visitantes, mas como seus hábitos são noturnos, pode ser que ela prefira se recolher na hora da visitação, assim como ocorre com a onça Luakã. E não vale tentar acordá-la de forma alguma, porque ela só tem dois anos, embora seja uma gigante de 55 quilos. Haru está morando com as preguiças, com quem se dá muito bem, porque são da mesma família, pertencente à ordem Xenarthra.

Encontrada agarrada à mãe 

Há dois anos, o Parque Zoobotânico foi avisado de que havia, no meio da floresta de  Tomé-Açu, município do Pará, um animal ferido. Era uma mãe, uma tamanduá-bandeira fêmea, com um filhotinho agarrado a ela. Ainda estava viva, mas imóvel e prostrada, pois havia sido atingida por um tiro na região cervical, do pescoço. 

Ela foi transportada ao PZB com todos os cuidados, recebeu os primeiros socorros, mas morreu em seguida. “Então, nos restou um filhote órfão. Pesava em torno de 1,8 quilo, e, apesar de toda essa tragédia com sua mãe, estava bem saudável. A gente não sabe quanto tempo ele ficou ali, naquela condição, agarrado à mãe”, conta a bióloga Thatiana Fiqueiredo.

Com cuidados realizados em equipe, foi possível criar o filhote. Mais tarde, descobriu-se que era uma fêmea. O animal foi batizado de “Haru”, em alusão à primavera, a uma nova vida, e foi cuidada como um bebê. “Ela foi para mamadeira. Precisávamos ficar com ela durante a noite, fazer um revezamento de equipe para não deixá-la só. Foi cuidada como uma bebezinha, que precisa mamar, controlar cólica, observar as fezes. Hoje, a gente já tem um animal de quase dois anos, que foi para exposição agora, pesando, aproximadamente, 55 quilos, super saudável”, destaca.

Thatiana ressalta, ainda, que Haru, embora saudável e adaptada, é um animal monitorado e, como foi criado pelos profissionais do parque, inevitavelmente tem um comportamento alterado. “É diferente do animal que a gente encontraria na natureza. Ficou ‘humanizado’. Por isso, precisa permanecer no parque, não pode voltar à natureza”. 

“Mesmo esses animais que não podem ser devolvidos à floresta têm uma representatividade muito grande, um valor educacional, principalmente, e estão cumprindo um papel biológico dentro deste parque. A gente precisa valorizar muito isso e mostrar à população também, para que todos entendam, respeitem e ajudem a preservar”, finaliza a bióloga.

Dicas do Sepzo aos visitantes

– Não jogue lixo no chão. Há lixeiras espalhadas pelo parque; 

– Não tente tocar os animais nem corra atrás deles;

– Não alimente os bichos e não jogue nada nos tanques. A alimentação é oferecida pelo parque de forma balanceada, inclusive para os que vivem soltos;

– Não riscar o tronco das árvores e nem colher flores, folhas e frutos;

– Se encontrar um animal caído no chão ou com algum ferimento, comunique ao Serviço do Parque;

–  Respeite as barreiras físicas dos guarda-corpos que dividem os recintos do público visitante. As áreas não podem ser invadidas para a segurança do animal e do próprio visitante;

– Aproveite as belezas e o contato com a natureza e com a história desse parque de 130 anos.

Serviço

Reabertura do Parque Zoobotânico do Museu Goeldi

Data: 3 de outubro (sexta-feira)

Endereço: Avenida Gov. Magalhães Barata, 376 - São Brás, Belém - PA
Visitação: de quarta a domingo, das 9h às 16h (fechamento da bilheteria)

Ingresso: R$ 3
 
*Ayla Ferreira, estagiária de Jornalismo, sob supervisão de Fabiana Batista, coordenadora do Núcleo de Atualidades

 

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