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Museu Göeldi faz aniversário de portas fechadas

Serviços essenciais de conservação têm sido mantidos de forma presencial

Tainá Cavalcante

Poucas vezes em 125 anos de história o Parque Zoobotânico do Museu Paraense Emílio Goeldi (MPEG) viu suas portas fechadas em dia de aniversário do espaço, comemorado em 15 de agosto. Possivelmente, apenas dois fatos históricos foram capazes de fazer com que isso acontecesse: a Gripe Espanhola, em 1918, e a pandemia do novo Coronavírus, em 2020.

Até o momento não é possível afirmar que o museu de fato fechou as portas em 1918. “Não há estudos sobre isso, mas dois dos principais pesquisadores da instituição até saíram de Belém durante a pandemia. Eles foram para o interior tentando escapar e isso faz a gente imaginar que a instituição tenha sido fechada para o público”, explica o historiador e pesquisador Nelson Sanjad.

Coordenadora de Comunicação e Extensão do MPEG, Maria Emília Sales destaca que, assim como possivelmente ocorreu em 1918, o museu, em 2020, está fechado. “O Museu Goeldi está com todas as suas quatro bases físicas fechadas ao público externo, resguardando tanto o nosso público quanto os nossos colaboradores. Em todas as suas bases físicas, porém, os serviços essenciais de conservação têm sido mantidos de forma presencial”

image O Museu Goeldi está com as suas quatro bases físicas fechadas ao público externo (Acervo/MPEG)

Tecnologia

Nelson Sanjad destaca uma diferença importante entre os momentos da Gripe Espanhola e da pandemia de covid-19: agora existe a internet. “Agora nós temos a tecnologia a nosso favor e essa pandemia trouxe aos museus de todo o mundo esse desafio: é preciso atuar mais fortemente na internet. Se o público está impedido de visitar os museus, os museus têm que procurar outras maneiras de chegar ao público. O museu tem que ir à casa das pessoas!”, ressalta o pesquisador.

O MPEG tem feito lives que apresentam o museu para o público.A próxima está programada para o dia 27, às 10h, com o tema “A coleção arqueológica e etnográfica do Museu Paraense Emílio Goeldi: patrimônio cultural do Brasil”.

Ausência de público muda o local

Para Maria Emília Sales, o maior impacto da pandemia “é a supressão do contato do público urbano com a sua identidade amazônica presente no parque zoobotânico”. Outro ponto importante é a mudança dos próprios animais. Segundo Maria Emília, “os espécimes vegetais e os animais têm sentido menor carga de estresse do contato com o público”. Já Sanjad destaca que principalmente os animais de fauna livre, como cutias, preguiças e algumas aves “mudaram o comportamento depois que o público deixou de visitar”.

“Normalmente, em dias de grande visitação, eles se escondem. Com a ausência do público, a fauna livre tem circulado mais”, aponta o historiador. “Esse é um aspecto importantíssimo e que precisa ser falado sempre”, afirma Sanjad ao ser questionado sobre a função dos zoológicos, bosques e museus nos dias atuais. “Muitas pessoas questionam por que os animais são mantidos ‘presos’, mas não é bem assim. Os animais que estão nesses espaços não têm condições de estar em seus habitats naturais”. 

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