Movimentos sociais protestam em Belém contra morte na rede Carrefour
“O perfil suspeito tem raça e classe”, afirmam militantes no ato marcado na Augusto Montenegro

Vários representantes de movimentos sociais fazem um protesto na manhã desta terça (24) em frente ao Atacadão da avenida Augusto Montenegro. O ato em Belém acompanha vários outros realizados em várias capitais, após o assassinato de João Alberto Silveira Freitas, de 40 anos, que foi espancado até a morte em uma unidade do supermercado Carrefour, em Porto Alegre, na noite da última quinta-feira (19). Veja:
“O que aconteceu na Carrefour não é exclusivo da Carrefour. Todos os dias, pretos e pretas, pobres, são seguidos pelos seguranças nos supermercados, porque a política racista do Brasil diz que o perfil do bandido, o perfil perigoso, o perfil suspeito, é um perfil que tem raça e classe - ou seja, é o preto e o pobre que mora nas periferias e nas favelas”, disse Wellingta Macedo, representante do Movimento Nacional Quilombo Raça e Classe Pará.
“Esse ato aqui na frente do Atacadão, que é o representante da Carrefour no Pará, é organizado por vários coletivos, movimento negro, organizações sociais, professoras da UFPA (Universidade Federal do Pará). É um ato em protesto contra o que ocorreu no último dia 19, véspera da Consciência Negra, que foi a morte brutal, violenta e covarde do João Alberto Freitas”, esclareceu.
“O que aconteceu não é exclusivo da rede Carrefour. Todos os dias, pretos e pretas, pobres, são seguidos pelos seguranças nos supermercados, porque a política racista do Brasil diz que o perfil do bandido, o perfil perigoso, o perfil suspeito, é um perfil que tem raça e classe - ou seja, é o preto e o pobre que mora nas periferias e nas favelas”, diz Wellingta Macedo, representante do Movimento Nacional Quilombo Raça e Classe Pará
Racismo, no Brasil, é violento e cruel, diz militante
Wellingta Macedo afirma que ele foi assassinado por ser homem negro e que o crime foi praticado por dois seguranças da rede Carrefour. “O objetivo é fazer não só um protesto contra a morte do João Alberto, mas também denunciar o racismo institucional e estrutural dessa rede de supermercado. Porque o caso do João Alberto não é um caso isolado. Não é a primeira vez que a rede Carrefour se envolve em casos de racismo e violência”.
Segundo a militante, o ato é também para denunciar o racismo da sociedade brasileira, “porque, a despeito da opinião do vice-presidente da República Mourão, o racismo no Brasil existe sim. É um racismo violento, cruel, sobretudo em cima dos pretos e pobres das periferias e das favelas”.
A representante do Movimento Nacional Quilombo Raça e Classe Pará afirmou que o ato, que também reúne também organizações políticas, é para protestar contra a morte do João Alberto, pedir Justiça para João Alberto “e afirmar e reafirmar que vidas negras importam, que racistas não passarão e que não vamos aceitar calados mais essa morte”.
Palavras-chave
COMPARTILHE ESSA NOTÍCIA