Moto-táxi em Marituba é cultural e trabalhadores passam por recadastramento
Há 400 vagas disponíveis para quem queira trabalhar de forma totalmente legalizada em um serviço que ainda desbanca as viagens de aplicativos

Marituba atualmente tem 256 mototaxistas legalizados. O número de trabalhadores desse segmento que atuam de maneira informal é muito superior. Para tentar padronizar um serviço que ainda é culturalmente forte no município, a prefeitura iniciou um processo de cadastramento, recadastramento e convalidação. Há 400 autorizações municipais disponíveis. O processo segue até dia 28 de maio. Para alguns, é a oportunidade de valorizar a categoria. Os usuários esperam por uma adesão massiva para terem mais segurança.
Mototaxistas cruzam as ruas de Marituba a todo momento. Não há muitos carros, apontando que os aplicativos não dominaram o mercado das viagens particulares. Tanto a prefeitura quanto os profissionais reconhecem que os públicos têm diferentes necessidades.
"Eles chegam mais facilmente em alguns bairros e localidades que não são interessantes para quem trabalha nos aplicativos. Esse processo de regularização é justamente para dar mais segurança aos passageiros e um serviço melhor, já que muitos nem mesmo possuem carteira nacional de habilitação", comentou Lucélia Ramos, diretora de Transporte da Secretaria Municipal de Segurança Pública e Mobilidade Urbana (Segmob).
Lucélia observa que na última gestão da prefeitura, foram ofertadas 600 vagas e só 259 foram preenchidas. Um trabalho de conscientização e convocação tem sido feito com os mototaxistas, para que eles se apropriem do processo e reconheçam a importância. Quem quiser saber mais e verificar os documentos necessários, pode procurar a Diretran, na rua Cláudio Barbosa da Silva, 2002-A.
Wagner Galvão é mototaxista em um ponto do bairro Centro há mais de dois anos. Após ter ignorado o primeiro processo de cadastramento, ele disse que vai apoiar o novo chamamento. Isso na esperança de passar mais credibilidade do serviço aos usuários. Diz que a maioria dos colegas de categoria também sinalizam que vão se regularizar, mas vão cobrar fiscalização contra os irregulares.
"Logo no começo dos carros de aplicativos, nós sentimos uma queda das nossas corridas. Hoje em dia, isso ocorre mais com viagens para longe. Aqui dentro e em alguns bairros, onde as ruas nem aparecem no GPS, o moto-táxi é que leva e isso é o que faz o serviço ainda ser muito usado em Marituba", disse Wagner.
Liliane Carvalho, vendedora, diz que a regularização ampla fará os usuários se sentirem mais seguros. Principalmente mulheres. "Eu costumo usar o serviço, mas só com pessoas que conheço. Uma vez peguei de um ponto de um amigo, mas eu não conhecia. Por coincidência, ele passou por mim e me fez descer e ir com ele. Achei aquilo estranho, mas ele explicou que o rapaz não era do ponto. O que poderia ter acontecido comigo? Então sim, é importante esse processo de regularizar", opinou.
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