Morre Mário Palheta, professor que contribuiu para aprovação de calouros no vestibular
O educador morreu em decorrência de complicações da Covid-19
A educação paraense despede-se nesta quinta-feira (27), do professor de matemática Mário Sérgio Sarmento Palheta, conhecido popularmente como ‘Palheta’, que morreu aos 46 anos, em decorrência de complicações da Covid-19. A informação foi confirmada por amigos e familiares do educador.
O professor, que contraiu o novo coronavírus no mês passado, estava internado desde o dia 18 de abril em um hospital particular da capital paraense, localizado na avenida Almirante Barroso. No entanto, o quadro clínico de Palheta apresentou piora dez dias após a internação.
A irmã do educador, Fernanda Palheta, conta que ele precisou ser entubado e logo em seguida, encaminhado para a Unidade de terapia intensiva (UTI), porém, a doença se agravou para o pulmão e os rins, e Mário acabou não resistindo.
Durante 23 anos Mário dedicou-se à preparação de alunos do ensino fundamental e médio das escolas privadas e pré-vestibulandos da região Metropolitana de Belém e do Pará. A partida precoce de um profissional, considerado por colegas de trabalho como alguém alegre e empenhado em ajudar os alunos, dentro e fora das salas de aula, é considerado uma perda imensurável.
Sonhos são transformados em realidade dentro de sala de aula
Para o professor de matemática Marcelo Lobato, com quem Palheta dividiu durante anos a missão de ensinar e aprovar futuros calouros, o legado que fica é de um educador que transformou muitos sonhos em realidade.
“Ele tinha uma didática única, uma forma de ensinar que tornava a matemática mais acessível. Sempre alegre e motivador, trazia questões inéditas que ele brincava ser da Jamaica e fazia os alunos pensar "fora da caixinha''. Deixa um legado imenso. Muitos sonhos realizados, muitas aprovações. Ajudou muita gente a voltar a sonhar”, afirma.
Considerado por profissionais da área da educação como ‘o melhor professor de matemática de Belém’, Palheta não ajudou apenas a construir a tão sonhada aprovação no vestibular, como consolidou o ‘DNA’ de um ensino diferenciado e de referência, segundo o docente de física Fabricio Alves.
O professor que se tornou amigo dos alunos
A contribuição do professor Palheta atravessou os muros das escolas e marcou a trajetória de muitos estudantes. Alguns, já estão atuando no mercado de trabalho, mas não se esquecem dos estímulos para vencer que receberam de Mário.
O médico otorrinolaringologista Leandro Amaro, foi aluno de Palheta em meados de 2003 a 2005. Ele relembra que o professor sempre transpareceu estar feliz e ter paixão por ensinar. “O espírito de batalhador e de ser satisfeito profissionalmente, tendo amor pelo que faz, também nos serve de inspiração até hoje”, confessa o ex-aluno.
A vestibulanda Bruna Martyres Gueiros, nos últimos três anos foi aluna do professor, e encontrou em Palheta um grande amigo. Tido como um profissional sorridente, compreensível e um dos maiores acreditadores no potencial dos alunos, Mário é lembrado com muito carinho pelos estudantes.
“Nunca pensei que me tornaria tão amiga de um professor, ele era quase um pai, sempre me perguntava como eu tava, dizia pra eu cuidar “da cabeça”, dizia que tinha “faro” e que tinha certeza da minha aprovação”, revela a jovem.
“O professor Palheta traçou uma história de amor, de carinho e de fé. Fé no seu trabalho, nas suas batalhas. Ele sempre tão espiritualizado, nos trazia reflexões incríveis que nunca serão esquecidas, complementa.
Nas redes sociais, a partida precoce do professor teve uma grande repercussão e foi muito sentida por ex-alunos, estudantes e colegas de trabalho. Palheta recebeu várias homenagens que demonstram como ele marcou a educação paraense. Veja:
Arrasado que o Mário Palheta se foi. Sempre fui péssimo em matemática, mas ele foi um excelente professor e marcou uma época (ensino médio) muito bacana na minha vida. Vá em paz!
— tiagodepinho (@tiagodepinho) May 27, 2021
Fiquei tão triste com a notícia do falecimento do professor Mário Palheta 😢 foi meu professor de matemática durante todo o ensino médio, tinha uma aula bem criativa pra ensinar matemática e amava o que fazia...
— Bianca Ferreira (@bibi_ferreira) May 27, 2021
Durante o meu fundamental e médio, tive poucas aulas com o Mário palheta, mas do pouco que eu tive contato percebi o quão foda ele era. Meus sentimentos a família, amigos e todos que compartilhavam alguma ligação com ele
— o engenheiro falido (@pedrolusquinha) May 27, 2021
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