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Moradores denunciam falta de ônibus no Paracuri I e II e no Conjunto Maguari

Relatos de moradores apontam que linhas desativadas e poucos ônibus estão afetando a renda de diversas famílias

Karoline Caldeira, estagiária sob a supervisão de Ana Carolina Matos

Há meses, os moradores do Paracuri I e II, no distrito de Icoaraci, e do Conjunto Maguari, em Belém, enfrentam diversas dificuldades para chegar ao trabalho. Linhas desativadas sem aviso prévio, superlotação e frota de ônibus insuficiente para atender a população já fazem parte da rotina de todos que residem nesses locais, segundo relatam os moradores.

O assistente administrativo Antônio Brito, 35 anos, conta que, no Conjunto Maguari, os problemas com transportes públicos, como a falta e a demora do ônibus, sempre foram recorrentes. Tudo se agravou nos últimos três meses.

"Desde a metade de junho desse ano que o problema piorou. Primeiro, onde tinha o final da linha não existe mais. Foi entregue o ponto que era alugado pela empresa Belém-Rio. Sendo assim, não há fiscal e nem lugar para os motoristas ficarem. Com isso, os ônibus saem do Conjunto Satélite, pela Passagem Rio-Xingu e assim vamos conseguindo chegar ao nosso trabalho. Porém, existem, até o momento, apenas quatro ônibus e com horários totalmente aleatório", explica Antônio.

Com os horários irregulares e a necessidade de chegar ao trabalho no horário correto, muitos moradores andam, em média, 1,5 km a 2 km para chegar à avenida Augusto Montenegro e conseguir outro ônibus para chegar ao destino. Outros, comprometem a renda mensal com gastos envolvendo moto táxi, transportes clandestinos e até mesmo com aplicativos de mobilidade.

Já a estudante Fernanda Ferreira, 27 anos, explica que a situação no Paracuri I e II, no distrito de Icoaraci, é ainda pior. Sem qualquer aviso prévio, as linhas que fazem o trajeto pela rodovia Arthur Bernardes, em sentido ao mercado do Ver-o-Peso, foram desativadas.

"É um transtorno enorme. Nós estamos abandonados e sem respostas das autoridades. Duas linhas foram desativadas: Icoaraci-Ver-o-peso e o Icoaraci-Satélite. Questionamos o motivo de ter acabado essa linha e os cobradores e motoristas dos ônibus nos informaram que não estavam dando lucro. Acho que é um engano. Quando esse trajeto era feito, todos os ônibus estavam sempre lotados, com pessoas penduradas nas portas", desabafa a estudante.

Os habitantes desses locais tinham esperança de que a frota de transportes da empresa Belém-Rio pudesse ser normalizada quando as aulas retornassem, mas não foi o que ocorreu. O problema persiste e agora, com a maior demanda de diversos setores retornando para o trabalho presencial. Diariamente, os passageiros se arriscam em longas caminhadas até o ponto de ônibus mais próximo. Até a tentativa de mudança de residência já foi cogitada.

"Vários amigos já pensaram em se mudar. Há empresas que não fornecem quatro passagens de ônibus e é isso que a maioria precisa pagar todos os dias para ir trabalhar e estudar. Precisamos de uma solução urgente para os nossos problemas. Corremos o risco de assaltos e atropelamentos todos os dias por conta da quantidade absurda que andamos para ter acesso a transporte", finaliza Fernanda Ferreira.

Esclarecimentos

A Superintendência Executiva de Mobilidade Urbana de Belém (SeMOB) informa que a empresa que opera as linhas, que atendem ao conjunto Maguari, deu entrada junto à Semob, solicitando a sua saída do sistema, e desde o final de fevereiro o órgão deu início às tratativas para a substituição. "Até a conclusão desse processo administrativo, a empresa fica obrigada a manter as linhas em pleno funcionamento, e a SeMOB tem mantido fiscalização constante no local, buscando assegurar que não haverá descontinuidade na prestação do serviço à população", acrescentou.. 

Já o Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros de Belém (Setransbel) informa que "a elaboração das ordens de serviço e a fiscalização do correto cumprimento das mesmas é de responsabilidade da Superintendência Executiva de Mobilidade Urbana de Belém (SeMOB)". "Em decorrência dos grandes impactos trazidos pela pandemia, com tarifa que não cobre os custos, sendo a segunda menor dentre as capitais do Brasil, e sem reajuste programado há mais de dois anos, além do elevado preço do diesel, as empresas padecem. O Sindicato esclarece, ainda, que as empresas operam para apenas 75% dos passageiros, número abaixo do registrado antes do início da pandemia.Por fim, o Setransbel afirma que durante todo o período da pandemia não houve auxilio para o transporte público, mesmo sendo considerado essencial", repassa o sindicato em nota.

 

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