Igor Normando abandona praças de Belém e população denuncia insegurança
A população denuncia casos de assaltos e furtos em pontos turísticos da capital paraense

Moradores de Belém denunciam a falta de policiamento e iluminação em vários pontos da cidade, o que gera insegurança na população. Nesta quarta-feira (9), comerciantes e frequentadores de espaços considerados turísticos relataram ao O Liberal que esse problema se tornou crônico e preocupa quem vive próximo a espaços abertos, como as Praça da República, Batista Campos, Dom Pedro II e do Relógio.
Na Batista Campos, a vendedora de coco Roseane Almeida, que trabalha no local há dois anos, afirma já ter sido vítima de furtos. Além disso, também conta que presenciou assaltos à luz do dia, sem ação efetiva da guarda municipal.
“Já levaram três televisões minhas aqui da barraca quando estava tudo fechado. E recentemente também levaram quatro cadeirinhas novinhas que eu coloco para as crianças aqui na venda. Quebraram a corrente e levaram tudo”, conta a vendedora, que possui um ponto ao lado da guarita da Guarda Municipal.
Além de já ter sido vítima, Roseane também relata ter testemunhado outras situações preocupantes envolvendo clientes e visitantes da praça. Em uma das ocasiões, ela acolheu um casal que estava sendo seguido por um suposto assaltante. “Veio um casal, sentou aqui e disse: ‘Eu tô com medo, o homem tá me seguindo’. A menina estava tremendo. Eu disse: ‘Senta aqui que eles não vão fazer nada com vocês’. O cara parou aqui do lado e ficou olhando para eles. Devia querer roubar o celular que eles seguravam”, relembra.
Roseane ainda relatou outro caso recente envolvendo uma mulher que teve o celular arrancado por um assaltante de bicicleta. “Ela se levantou da barraca e caminhou um pouco. Aí o menino passou de bicicleta e tomou o celular dela. Ela saiu gritando, mas os guardas municipais estavam dentro da cabana, dormindo”, disse.
A falta de patrulhamento efetivo, segundo a comerciante, contribui para que a criminalidade se estabeleça com naturalidade no espaço público. “Eles [os usuários de drogas] sentam aí nesse banco e ficam fumando maconha na maior tranquilidade. É muito comum. A praça tá cheia disso”, denunciou.
Insegurança
A crítica à ausência de policiamento ostensivo e à atuação da Guarda Municipal é compartilhada por moradores da área da Praça da República. Dário Jaime, que vive no bairro do Reduto e frequenta a praça diariamente, diz que a falta de manutenção e iluminação agrava ainda mais a vulnerabilidade do local.
“A praça fica um dia iluminada, mas passa uma semana, 15 dias no máximo, tá tudo escuro de novo. Um lado, próximo à pista, fica mais iluminado. Mas o outro não tem nem como andar direito porque é tudo escuro. Sem falar na depredação do espaço. Os bancos estão sendo serrados para serem vendidos em sucata. A praça perdeu vários bancos e lixeiras. Até as calçadas, com pedras portuguesas, estão deterioradas”, diz.
O morador critica a ausência da Guarda Municipal, que, segundo ele, não utiliza mais a guarita localizada na praça. “A guarita aqui nunca mais foi ativada. Faz falta a presença constante deles aqui, com abordagem mais urbana. Se ficassem aqui, monitorando isso, não iam levar a luz ou depredar o espaço. Eu venho com meu cachorro, me sinto mais seguro. Mas conheço uma senhora que tem mais de 50 anos, que faz caminhada sozinha por aqui, e dá medo, pois é arriscado”, afirma Dário Jaime.
Para Dário, esses espaços devem ser seguros e democráticos, acessíveis a qualquer hora. “A praça é para ser usada a qualquer momento que o cidadão quiser andar, esfriar a cabeça. É um espaço de distensão social. Mas hoje, ali perto do Teatro Waldemar Henrique, está uma cracolândia. As pessoas se sentem vulneráveis”, aponta.
A situação, segundo os frequentadores, exige medidas urgentes das autoridades para garantir segurança, iluminação adequada, preservação do patrimônio e presença ostensiva da Guarda Municipal, com abordagens respeitosas e efetivas. A equipe de O Liberal também esteve nas praças Dom Pedro II e do Relógio, onde houve o registro da falta de iluminação pública. Além disso, também foi constatada a presença de pessoas em situação de rua fazendo o uso de drogas e tentando abordar veículos que passavam nas proximidades.
Em nota, a Prefeitura de Belém, por meio da Guarda Municipal, informou que mantém um efetivo de agentes com rondas durante todo o dia. "As equipes realizam patrulhamento com viaturas e motocicletas nas praças da República, Batista Campos, Dom Pedro II e do Relógio. A Guarda Municipal também conta com o apoio do SiM, Sistema Integrado de Monitoramento, que é essencial para o acionamento rápido de equipes de apoio em ocorrências", comunicou.
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