Moradores adotam estratégias para diminuir transtornos causados pelos alagamentos

Uma das alternativas é elevar o nível das casas, principalmente no inverno amazônico

Dilson Pimentel / O Liberal
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Elevar o nível da casa é uma das alternativas encontradas por quem mora em áreas que alagam em Belém. E essa preocupação aumenta nesse período do ano, por causa do chamado inverno amazônico. Neste final de semana, a Grande Belém sofrerá com a aproximação da Zona de Convergência Intertropical, que, na prática, significa altos índices de chuvas por longos dias. Desde a quinta-feira, inclusive, a região está sob o alerta amarelo do Inmet de chuvas intensas, com até 50 milímetros por dia e ventos de até 60 kh/h.

Aumentar a elevação das casas é uma realidade verificada, por exemplo, na rua Antônio Everdosa, entre as travessas do Chaco e Curuzu e perto do canal do Galo, no bairro da Pedreira. Aumentar a altura do batente foi a saída encontrada pelos donos de uma loja de acessórios para celulares. “A água entrava na loja”, disse Izabelli Chagas, proprietária do estabelecimento. Para acabar com esses transtornos, ela e o marido fizeram essa obra, em abril do ano passado. Izabelli afirmou que, em 2020, o nível da água, durante as chuvas, foi muito alto. E que o período mais crítico ocorre nos meses de março e abril. A medida surtiu efeito. "Agora não alaga (dentro da loja)", afirmou. Ainda na rua Antônio Everdosa, outros moradores disseram que, quando chove, alaga a via. Eles relataram que duas famílias mudaram de endereço por causa dos alagamentos.

A primeira família residia no local há bastante tempo. Mas não aguentou mais e vendeu o imóvel. A outra família que foi viver no mesmo endereço também não superou os constantes alagamentos e passou o imóvel adiante. Essa casa, inclusive, teve o seu nível elevado exatamente para tentar diminui os estragos causados pelos alagamentos. Quando alaga a rua, alguns moradores interditam a “Antônio Everdosa”.

O objetivo é evitar que veículos, sobretudo os de grande porte, passem pela via e provoquem “marolas”, jogando mais água para dentro dos imóveis. Em outro trecho da Pedreira, na passagem Coelhinho, que é uma via estreita, e no trecho entre a avenida Pedro Miranda e a passagem Perpétuo Socorro, os moradores também enfrentam alagamentos. “Aqui alaga e não precisa ser chuva forte”, contou um morador, na manhã desta sexta-feira (7). Ainda segundo ele, alguns moradores colocaram suas casas à venda por causa dos alagamentos.

Por nota, a Secretaria Municipal de Saneamento (Sesan) informou que "...tem trabalhado de forma preventiva para evitar os alagamentos com a realização da Operação Inverno limpando e dragando os canais de Belém, o que diminui consideravelmente o impacto das chuvas no chamado "inverno amazônico". A Secretaria já concluiu a limpeza no canal do Galo, que afeta uma das áreas apontadas pela reportagem e informa que vai enviar equipes aos locais para avaliar a situação e tomar as providências necessárias".

image As casas precisam ter níveis mais elevados a cada temporada de chuvas para driblar os alagamentos (Thiago Gomes / O Liberal)

Previsão para este final de semana é predominar céu encoberto a nublado com chuvas mais frequentes e intensas

Coordenador do Inmet/2º Distrito de Meteorologia de Belém, José Raimundo Abreu de Sousa classificou como “bem atípico” o período chuvoso em Belém e na região Metropolitana nesse começo de 2022. Em sua maioria, as chuvas vão de fraca a moderada intensidade, predominando chuvas fracas e céu encoberto. Nesses primeiros seis dias do ano, está predominando céu encoberto a nublado e chuvas moderadas a fraca. “Até hoje, os totais pluviométricos acumulados atingem o valor de 21.2 mm e a média do mês é de 384.0mm”, afirmou José Raimundo.

A previsão para este final de semana é predominar céu encoberto a nublado com chuvas mais frequentes e intensas, devido a pulsos da Zona de Convergência Intertropical (ZCIT). “Devemos ter acumulados de 60 mm no final de semana na região metropolitana e litoral nordeste paraense”, explicou. Na região metropolitana, a tendência é que ocorram chuvas a partir das 12 horas. "A previsão é que as chuvas ocorram a partir da tarde e entrem pela noite de sábado para domingo, situação semelhante no litoral bragantino", explicou.  Chuvas mais intensas que podem permanecer por várias horas consecutivas e alcançar altos índices pluviométricos devem ocorrer, neste final de semana, na ilha do Marajó. 

Só que, no Marajó, as chuvas tendem a ocorrer a qualquer hora do dia ou noite. As regiões Sudeste e Sul do Pará continuam com estado de céu encoberto a nublado com chuvas "por vezes de forte intensidade devido ao canal de umidade que atravessa o Sul do Pará. Isso intensifica as instabilidades e favorece chuvas e trovoadas. “De modo geral, o final de semana será chuvoso", acrescentou José Raimundo.

A Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Sustentabilidade do Pará (Semas) informou que o final de semana (dias 8 e 9) será chuvoso no estado. No sábado, as regiões Sudeste, Sudoeste, Baixo Amazonas e Marajó terão melhores condições de chuvas. No domingo toda a faixa Norte (Região Metropolitana de Belém, Marajó, Baixo Amazonas e Calha Norte), além de algumas áreas nas regiões Sudeste e Sudoeste, serão favorecidas pelos eventos de chuva.

Na Região Metropolitana de Belém (RMB), no sábado haverá céu parcialmente nublado a nublado pela manhã e nublado à tarde e à noite. A previsão é de chuvas fracas a moderadas e de curta duração no período da tarde, até o início da noite. No domingo, chuvas fracas a moderadas e rápidas à tarde, e pancadas de chuva de intensidade moderada ao longo da noite. Em Belém, temperaturas do ar com máxima de 32o C e mínima de 21o C, umidade relativa do ar variando entre 60% e 95%. Ventos fracos a moderados predominantes de Nordeste/Leste.

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