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Menos tabaco, mais saúde: ex-fumantes relatam melhoras depois da superação do vício

O tabagismo pode causar aproximadamente 50 outras doenças incapacitantes ou fatais como câncer, doenças cardiovasculares e doenças respiratórias crônicas

Fabrício Queiroz
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Durante muito tempo, o tabagismo foi incentivado massivamente pelas campanhas de publicidade. No entanto, há 26 anos, a veiculação de anúncios relacionados ao produto é proibida no Brasil. Esse é um passo importante de um longo histórico de luta de profissionais e entidades da saúde pelo combate à dependência da nicotina. Um outro marco desse trabalho se dá justamente no dia 29 de agosto, quando é comemorado o Dia Nacional de Combate ao Fumo.

A data foi instituída pela lei nº 7.488/1986 e busca alertar e sensibilizar a população para os riscos causados pelo tabaco. De acordo com o Instituto Nacional do Câncer (Inca), a nicotina é uma droga capaz de produzir alterações no sistema nervoso central, afetando o estado emocional e comportamental do usuário que pode se tornar dependente do seu uso. “O tabagismo é uma doença epidêmica decorrente da dependência de nicotina. Pode causar aproximadamente 50 outras doenças incapacitantes ou fatais como câncer, doenças cardiovasculares e doenças respiratórias crônicas”, afirma o médico pneumologista Rubens Tofolo.

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Além desses efeitos a longo prazo, o especialista esclarece que a nicotina gera reações rápidas, como a liberação de dopamina, um neurotransmissor que provoca sensações de prazer, melhora da cognição, redução da ansiedade e do apetite. “Esse processo produz um reforço positivo e a necessidade de repetição de seu uso, por isso a dificuldade de parar de fumar”, pontua Tofolo.

Embora o abandono do cigarro seja difícil para muitos fumantes, o processo é recompensador para quem conseguiu se ver livre do hábito. É o caso do cantor e compositor Pedrinho Cavallero, que celebra os 22 anos sem nicotina. O artista lembra que começou a fumar ainda na adolescência, aos 15 anos, de forma moderada, mas contínua ao longo de 26 anos de sua vida. Ao completar 40 anos, ele já pensava em deixar o vício. “Eu comecei a pensar mais na minha qualidade de vida, mas também não tomava nenhuma atitude para isso até que aconteceu uma coisa funesta”, conta Cavallero relatando o abalo que teve ao saber da morte de uma amiga em decorrência de um infarto favorecido pela dependência do cigarro.

“Aquilo que bateu profundamente e foi ali que realmente eu decidi parar de fumar”, diz o artista, que logo adotou novos hábitos para evitar recaídas, como evitar recorrer ao cigarro após as refeições. “Eu fui adiando aquele instinto até que fui percebendo que a vontade ia passando. Uma semana depois, eu percebi que tinha fumando apenas um cigarro. Desde então tive várias melhoras na respiração e na rouquidão, por exemplo".

Já Cássia Amorim, 30 anos, também aproveita a data para celebrar a conquista pessoal de estar há seis meses sem fumar. Apesar do curto período, Cássia já nota benefícios significativos no dia a dia. “O primeiro foi o aumento de peso porque eu quase não me alimentava por causa do cigarro, consegui passar de 50kg para 56kg. Também melhorou meu humor porque eu vivia estressada e eu tenho para mim que era por causa do cigarro e também a qualidade do sono”, relata a jovem.

Para os que podem encontrar maiores dificuldades ou necessitem de auxílio qualificado, Rubens Tofolo ressalta que o Sistema Único de Saúde (SUS) oferece tratamento gratuito para o tabagismo. Em Belém, os pacientes podem buscar diretamente o Centro de Referência em Abordagem e Tratamento do Fumante, localizado na Avenida Presidente Vargas. Não há necessidade de ser referenciado pelas unidades de saúde.

“O tratamento consiste em uma abordagem da história tabagistica do fumante. Com isso, o profissional de saúde irá definir se, além da terapia cognitiva comportamental, será necessária alguma medicação e de qual tipo. O tempo total de tratamento preconizado são 12 meses e consiste em avaliação, intervenção e manutenção da abstinência”, explica o médico.

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