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Mães de alunos com deficiência cobram mediadores dentro de escolas municipais em Belém

Esses profissionais ajudam as crianças e os adolescentes especiais na realização de várias atividades no colégio; protesto ocorreu em frente à Semec

Dilson Pimentel

Mães de alunos com deficiência protestaram em frente ao prédio da Secretaria Municipal de Educação (Semec), na avenida Governador José Malcher, em Belém, na manhã desta terça-feira (14).

Elas pedem a presença de mediadores nas escolas municipais. Esses profissionais ajudam as crianças e adolescentes na realização de determinadas tarefas no colégio, como, por exemplo, levá-las para o refeitório, para a quadra de esportes ou para o banheiro.

As mães disseram que, sem a presença desses mediadores, muitas crianças não estão indo para a escola. A contadora Josiane Pena, 43 anos, é mãe de uma aluna de 16 anos, que tem deficiência física e intelectual e estuda na escola municipal Manuela Freitas, no bairro de São Brás.

“Estamos reivindicando os mediadores em sala de aula. A gente já vem nessa luta há mais de dois anos. Temos um processo no Ministério Público do Estado desde 2019”, disse.
Ela afirmou que, atualmente, os alunos com deficiência estão fora de sala de aula. “Estão em casa por falta desses mediadores para acompanhá-los em sala de aula e em atividades fora da sala”, disse. Ela acrescentou que, em meados de outubro, muitas crianças deixaram a escola por falta dos mediadores.

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image As mães disseram que, sem a presença desses mediadores, muitas crianças não estão indo para a escola (Ivan Duarte/O Liberal)

"Ele não sai da sala porque não tem um mediador", diz mãe de aluno

A dona de casa Valéria Ribeiro, 40 anos, é mãe de um aluno de sete anos que tem paralisia cerebral e estuda na escola República de Portugal, na Marambaia. “Ele está indo pra escola, mas não sai da sala porque não tem mediador”, disse.

A dona de casa Rose Kely Menezes, 42, tem um filho de 14 anos. Ele é TEA (transtorno do espectro autista) e estuda na Manuela Freitas. Ele está indo para a escola, mas não tem mediador desde o ano passado”, contou. “Ele vem sofrendo bullying na escola. Ele sabe copiar algumas atividades, mas não sabe resolver a situação se não tiver um mediador ao lado dele”, disse.

A doméstica Elaine Brito, 42, é mãe de um aluno de 13 anos que também estuda na escola Manuela Freitas. Ele tem Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH) e esquizofrenia. “Está sem mediador há mais de dois anos”, afirmou.

Glória Henriques, 40, é mãe da Alba Lee, que tem seis anos, é cadeirante e estuda na escola municipal Augusto Meira Filho, no Bengui. A criança tem paralisia cerebral. “Estamos lutando por dignidade aos nossos filhos. Graças a Deus, eles não são privados de entrar em uma sala de aula. Mas têm o bloqueio do aprendizado por não ter um mediador, uma pessoa que cuida deles com todo o carinho do mundo”, disse.

Ela afirmou que os estagiários que são enviados para cuidar das crianças “abandonam” o trabalho, por causa da dificuldade que é cuidar de uma criança com deficiência.

Prefeitura realiza estudo orçamentário para contratação de professor especializado

A Prefeitura de Belém, por meio da Secretaria Municipal de Educação (Semec), informou que recebeu na manhã desta terça-feira (14), uma comissão de mães (formada por sete pessoas) de estudantes com deficiência para tratar de situações pontuais relativas à falta de professor especializado e estagiário em algumas escolas da rede municipal.

Durante a reunião, a Prefeitura de Belém reiterou o seu compromisso com a educação inclusiva e explicou que está sendo feito um estudo orçamentário para contratação de professor especializado.

Também foi informado que a Semec está com processo de contratação de estagiários em andamento, que depende do vínculo com as instituições de ensino superior, para atender às demandas da rede composta por 2.400 estudantes com deficiência acolhidos nas 71 salas de recurso multifuncionais e na sede do Centro de Referência em Inclusão Educacional (Crie) Gabriel Lima Mendes. 

A Semec também reforçou com a comissão o papel do Conselho Escolar para contribuir com a educação inclusiva, por meio de verbas de programas federais que chegam direto para a escola. Além do apoio da Coordenação Integrada de Educação e Saúde (CINES) para o atendimento pedagógico e sensibilização das comunidades escolar com psicólogos e assistentes sociais.

 

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