Luto animal: pets também sofrem pela morte e podem ter reações prejudiciais à saúde

Veterinária explica quais comportamentos devem acender o alerta e quais cuidados os tutores devem tomar

Camila Guimarães / Especial para O Liberal

Viver o luto é uma experiência possível e normal no ciclo da vida, mas se engana quem pensa que a dor da perda é um sentimento exclusivo de seres humanos. Animais também podem passar por uma fase semelhante ao luto, com maior ou menor intensidade, seja pela morte de outro animal ou de uma pessoa da sua convivência. Dependendo da profundidade da tristeza, o sofrimento pode levar o pet à morte.

A veterinária Ellen Eguchi explica que, apesar de qualquer animal estar passível de apresentar esse tipo de sentimento, é mais comum observar experiências assim em espécimes mais evoluídas: “Quanto maior é o grau evolutivo do animal, mais ele sente. Os primatas sentem mais que um gato, por exemplo. Mas, de modo geral, sim, os animais passam por isso, principalmente se tiverem um convívio mais próximo com a pessoa ou o bichinho que morreu”.

Além do grau evolutivo, outras características podem colaborar para o desenvolvimento do luto, como o hábito de pareamento de algumas espécies, que costumam ter parceiros fixos ao longo da vida, ou o imprint, fenômeno que acontece quando animais desenvolvem uma conexão profunda com algum ser humano.

 

Animais com menor grau evolutivo podem sentir a perda dependendo de como são criados

Via de regra, as características de pareamento e imprint não se enquadram no caso da porquinha Dilma que, recentemente, perdeu o Lula, o famoso “Porco da moto”, que viralizou na internet. Segundo a veterinária, porcos apresentam menos tendência a ter esse tipo de conexão, mas, dependendo do contexto em que são criados, a situação muda:

“Os suínos têm um poder de abstração maior, mas a gente precisa levar em consideração como vivia o animal. O Lula não vivia como suínos, vivia como cachorro, em proximidade com os humanos e com a Dilma, então, é provável que a Dilma sinta alguma coisa. Se ela vivessem numa granja, provavelmente sentiria menos a perda”, explica Ellen.

A principal forma de saber se um animal está ou não passando pelo luto é observar o seu comportamento. A veterinária conta que, de forma geral, os animais tendem a ficar desanimados, interagir menos e responder menos a estímulos. “Eles podem parar de comer, de interagir com o ambiente, ficar mais estressados, talvez mais ariscos e até praticar automutilação”, detalha.

 

É possível usar algumas estratégias para ajudar o pet a passar pelo luto

Para prevenir os tutores ou ajudar aqueles que podem estar passando pelo momento de luto do seu pet, a veterinária dá algumas dicas: “A gente precisa tratar o psicológico, dando mais carinho e atenção, tentar usar ferramentas que ocupem a mente do animal, introduzindo fatores que mudem o ambiente que ele estava acostumado. Isso é o que a gente chama de enriquecimento ambiental, que pode ser físico, colocando um objeto novo para ele interagir no espaço onde ele fica, ou até mesmo apresentar um alimento diferente para despertar o interesse”.

Entretanto, Ellen alerta sobre o momento de se preocupar ainda mais com a saúde dos bichinhos e considerar intervenção especializada: “O sinal vermelho precisa ser aceso quando o tutor percebe que os sinais fisiológicos do animal estão alterados, como o emagrecimento súbito, por exemplo. Nesses casos, é preciso levar o animal no médico”.

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