Listão 2024: Jovem com deficiência visual aprovado em direito na UFPA é exemplo de superação
O jovem de 18 anos mora no Guamá e sempre enfrentou rejeição das escolas por ter deficiência visual

Em clima de festa, o recém-aprovado no vestibular Lucas Rodrigues da Costa, 18 anos, se prepara para cursar a graduação em Direito na Universidade Federal do Pará (UFPA). O calouro, que é morador do bairro do Guamá, em Belém, e possui deficiência visual, afirma que o suporte da sua mãe foi essencial para essa conquista. “A ajuda da minha mãe, a Dona do Carmo, que teve comigo durante esses 12 anos de estudo, de caminhada até aqui, ela é grande inspiração”, declarou.
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Ao lembrar das dificuldades no caminho até a aprovação, o estudante destaca a rejeição das escolas, devido a deficiência visual, ainda nas séries iniciais. “Lá no começo, a passagem do fundamental um para o dois, eu fui rejeitado em várias escolas, tinha escola que dizia que tinha vaga e quando ela falava que eu era deficiente visual, incrivelmente as vagas acabavam (...), teve escola que deu não logo de cara e falou que não era para eu estudar, era para ficar em casa, porque eu ia ser maltratado e que era perigoso”, recorda. Apesar dos obstáculos, ele e a mãe nunca desistiram.
O jovem conta que toda a sua educação foi feita em escolas públicas e que também não passou por cursinhos preparatórios para o vestibular. Durante seu ensino, ainda lembra que a falta de acessibilidade dos materiais didáticos, assim como o despreparo de alguns educadores também foram obstáculos nesse caminho. “A maior dificuldade foi
acessibilidade com adaptação de materiais e alguns professores que não sabiam lidar com um deficiente visual na sala de aula, infelizmente é uma coisa que ainda acontece muito e na preparação para o ENEM não foi diferente (...) dificuldade com adaptação de materiais, a falta de recursos e no preparo de alguns professores, mas superamos e conseguimos”.
Luta por inclusão
Ao ser questionado sobre a escolha do curso, o jovem conta que pretende ser advogado, para lutar em defesa dos direitos das pessoas com deficiência e por uma educação inclusiva. “Um dos motivos que me fez escolher o Direito, lutar pelas pessoas com deficiência, lutar pela escola que eu faço parte, que é o Instituto José Álvares de Azevedo (...) é a escola de cegos daqui de Belém”, pontua.
Lucas ainda lembra que a persistência fará com que outros como ele também acessem a educação superior e deixa essa mensagem de incentivo. “Sempre corram atrás dos seus sonhos, sejam deficientes ou não, a frase é essa, nunca desistir das coisas, sempre lutar pelo seu objetivo, pelo que você quer, não importa o quão difícil seja, (...) mas se tiver persistência, fé e vontade de vencer consegue.
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