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Lázaro Barbosa: mente doentia que parou o Brasil

Foragido sofria de transtorno de personalidadae, psicopatia

Eduardo Rocha

Lázaro Barbosa: mente doentia que parou o Brasil

 

 

Lázaro Barbosa sofria de transtorno de personalidade antissocial e na forma mais grave, a psicopatia. Por essa razão, precisava de situações que lhe dessem prazer, como os crimes e até a própria perseguição policial, com cobertura da mídia, gerando um desafio e excitação e ele, como analisa o psiquiatra Bruno Morais. A morte de Lázaro deixa muita gente aliviada, mas também traz a pergunta sobre como a sociedade pode lidar com o caso de uma pessoa com o perfil violento assim. Como seria estar na mesma região em que uma pessoa com um perfil violento esteja.

"Se ele tivesse sido preso e chegasse a ficar livre, iria fazer tudo de novo, dado o transtorno de personalidade", observa o psiquiatra Bruno Luz Morais. Bruno diz que ao se fazer um retrospecto da história de Lázaro é sugerido que ele sofria de transtorno de personalidade antissocial na forma mais grave, a psicopatia.

Pessoas com essa característica são egocêntricas, ou seja, somente pensam em si mesmas, não tendo consideração pelas outras. Não têm empatia, não se colocam no lugar do outro "e não têm sentimento de culpa, remorso, arrependimento e fazem o que for necessário para conseguir seus objetivos". Bruno Morais destaca que uma pessoa com esse perfil passa por cima de quem estiver no caminho dela.

"Algo importante no diagnóstico é que essas pessoas são extremamente frias, insensíveis, e para ter prazer envolvem-se em situações que possam lhes proporciona adrenalina, tamanha a frieza delas", salienta o psiquiatra. A própria perseguição policial acabou funcionando como uma situação prazeirosa a uma pessoa com esse perfil, como foi o caso do Lázaro, gerando um desafio e excitação, dada sua exposição na mídia, inclusive, de vez que não sentem afeto precisam de algo para satisfazê-las, fris o psiquiatra.

Para casos dessa natureza, não há tratamento curativo. O psiquiatra ressalta não ser nada fácil se identificar uma pessoa com psicopatia. "Costuma ser sedutora, inteligente, ter boa conversa para ganhar a confiança do outro e praticar a violência", arremata.

Crimes

Essas características apontadas por Bruno Morais ficam claras na trajetoria de Lázaro Barbosa, que ficou conhecido como o "serial killer do DF". A história de crimes cometidos por ele começou em 2007, quando chegou a ser preso sob acusação de praticar um duplo homicídio. No entanto, acabou fugindo da prisão. As vítimas são os trabalhadores rurais José Carlos Benício de Oliveira e Manoel Desidério Silva.

Em 2009, agora em Brasília, e acusado de estupro, roubo e porte ilegal de arma de fogo, ele foi preso no Complexo Penitenciário da Papuda. Psicólogos chegaram a emitir laudo indicando que ele apresentava conduta agressiva e impulsiva, tendo sido registrada instabilidade emocional.

Lázaro progrediu para o regime semiaberto e, depois de dois anos, em 2016, ele conseguiu escapar da prisão. Uma nova prisão dele ocorreu em 2018, em Águas Lindas, por acusação de estupro, roubo e porte ilegal de arma. No entanto, Lázaro empreendeu nova fuga alguns meses depois. Foi a terceira fuga dele.

Violento

Em 2020, Lázaro Barbosa invadiu uma chácara em Santo Antônio do Descoberto (GO). Na ocasião, ele acertou uma pessoa idosa com um machado que perdeu parte da visão. Foi indiciado por roubo qualificado.

Em 27 de abril de 2021, ele atirou em duas pessoas ao se aproximar da janela de uma fazenda, em Cocalzinho (GO). Já em 18 de maio, em Ceilândia (DF), ele ingressou em uma chácara. Obrigou as pessoas a ficarem nuas e as mulheres a cozinharem para ele, enquanto mantinha os homens presos em um quarto. Logo depois, cerca de duas semanas após o fato, Lázaro chegou a invadir outra chácara na mesma cidade, roubando os moradores do estabelecimento.

Em 4 de junho, em invasão a uma chácara de Cocalzinho atirou e matou o dono a tiros. Em sequência, passados cinco dias, novo crime. Em uma chácara de Ceilândia, ele tomou como reféns o caseiro e a família. Decidiu matar a tiros e facadas o pai e os dois filhos (pai Cláudio Vidal, 38 anos, e filhos Gustavo, 21, e Carlos Eduardo, 15). Além disso, sequestrou a mulher (Cleonice Marques  de Andrade), 43 anos, a levou para um rio, onde a torturou. Ele a estuprou e matou. Com uma arma de fogo, ingressou, no dia 10, em propriedade. Roubou os moradores no local. Em Cocalzinho, um dia depois, invadiu outra propriedade rural. No local, ele disparou contra o morador. Na mesma localidade, no dia 12, Lázaro invadiu uma chácara, onde obrigou os reféns e usar drogas para não serem mortos por ele. Foi, então, para uma outra propriedade. Tomou como reféns uma mulher, uma criança e quatro homens. Ele alvejou três pessoas e atirou contra policiais para conseguir fugir. Na fuga, em outra chácara, chegou a atirar contra um morador.

Lázaro furtou um carro, abandonou o veículo na rodovia BR-070 no dia 13 de junho. Ao verificar uma barreira policial, ele tocou fogo no veículo. Ao invadir uma chácara, no dia seguinte, ele foi avistado por um caseiro, que atirou fazendo com que Lázaro fugisse do local. No dia 16, sequestrou pais e filha adolescente. Levoou as pessoas a um rio, mas com a chegada da Polícia atirou contra os agentes, ferindo um deles. A sequência de crimes e a perseguição a Lázaro foram encerradas nesta segunda-feira (28), quando ele não resistiu a ferimentos em troca de tiros com policiais em Goiás.

Na rua

No feriado da Páscoa e 2016, Lázaro Barbosa foi beneficiado com uma saída de penitenciária do Distrito Federal, como previsto em lei para presidiários com bom comportamento no semestre anterior ao benefício. Ele tinha na época 27 anos e não voltou.

Lázaro apresentava-se como uma pessoa comum. Chegou a trabalhar cmo vaqueiro na fazenda dos sogros do delegado-geral do Distrito Federal, Robson Cândido. O delegado chegou a revelar que Lázaro conhecia a região como poucos e disse não imaginar que ele fosse capaz de cometer os crimes.

Pessoas que conheceram Lázaro contaram que ele andava bem-vestido, falava em Deus, nunca parecendo ser uma pessoa violenta. Jogava bola, caçava montando armadilhas para tatus e pacas e ficar de tocaia à noite. Isso o ajudou a se manter esconddo, acredita uma pessoa que conviveu com  Lázaro.

Presos

No dia 24 de junho, um fazendeiro e um caseiro de uma chácara foram presos no distrito de Girassol(GO) e foram encaminhados para a Delegacia de Águas Lindas. Eles foram acusados de ter ajudado Lázaro Barbosa, nem fuga, a se esconder da polícia. A Polícia informou, na ocasião, que uma das armas roubadas por Lázaro Barbosa estava com os presos. Os dois também são acusados de porte ilegal de arma de fogo.

Os dois acusados foram presos depois de furarem o bloqueio da Polícia na região. Chegaram a ser perseguidos até ser presos.

Redes

Nas buscas, a Polícia chegou a rastrear um perfil falso criado por Lázaro Barbosa. Com um celular roubado no distrito de Edilândia, Lázaro, então foragido há 19 dias, tinha uma conta por meio da qual acompanhava o noticiário acerca de perseguição policial ele próprio.

Essa conta, no Instagram, estava sem publicações, mas o perfil de Lázaro seguia veículos de Imprensa.

A Reportagem Integrada de O Liberal/Jornal Amazônia buscou ouvir as polícias Civil e Militar do Estado, mas as corporações não quiseram se manifestar. .

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