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Jovens estudantes paraenses acumulam prêmios e reconhecimento

Estudantes que apresentam sinais de altas habilidades e performance podem ter direito a educação diferenciada

O Liberal
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Pode ser clichê que o futuro está nas mãos das crianças. E crianças com grandes conquistas reforçam essa narrativa. É o caso das crianças com altas habilidades e que demonstram facilidade em aprender música, arte, dança, matemática, escrita, oratória, entre outros. No entanto, estes pequenos gênios precisam ser estimulados corretamente, tanto pela escola quanto pela família, para desenvolverem ainda mais as habilidades nas quais possuem afinidades. Em Belém, três estudantes, dois deles de escolas públicas, acumulam premiações e reconhecimento nacional e internacional pelo desempenho que têm.

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A psicopedagoga Karen Dayane explica que crianças apresentam notável desempenho e elevada habilidade quando apresentam as seguintes características (isoladas ou combinadas): habilidade intelectual superior; aptidão acadêmica específica; pensamento criativo e produtivo.

“O potencial deve ser sempre estimulado e esses estímulos vêm desde a infância. Sobretudo para que as crianças não se percam e sejam adultos infelizes e frustrados. Uma criança pode ter mais de um tipo de inteligência em evidência. Pode ser um gênio em matemática, música, línguas, habilidades esportivas ou qualquer outra coisa. Como cada criança é totalmente diferente uma da outra, e com uma diversidade enorme de características, nem sempre as crianças exibem o tempo todo esses sinais”, destaca a psicopedagoga.

Ainda de acordo com Karen, trabalhar com altas habilidades requer derrubar dois mitos: o primeiro é que esses estudantes não são gênios com capacidades raras em tudo. Eles apresentam mais facilidade do que a maioria em determinadas áreas. Segundo, o fato deles terem o raciocínio rápido e uma aprendizagem muito mais elevada não diminui o trabalho do professor. Pelo contrário. Eles precisam de mais estímulos para manter o interesse pela escola e desenvolver os seus talentos e se divertir.

 

Ensino adaptado para crianças geniais e de alta performance

Segundo a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, as crianças com altas habilidades têm por direito a diferenciação de ensino, que deve ocorrer com uma suplementação de ensino e um currículo adaptado. O enriquecimento curricular visa ampliar e aprofundar os temas estudados no currículo regular. É um trabalho que exige uma equipe pedagógica qualificada, com profissionais preparados tanto para identificar os alunos quanto para oportunizar a eles o processo de aprendizagem.

Desenvolver o potencial dessas crianças é um grande desafio, pois requer aulas desafiadoras, que atraiam a atenção e que não sejam monótonas. O ensino criativo mais prazeroso é a saída para que os educadores consigam alcançar esse público. A escola precisa compreender os interesses específicos dos alunos e estimular, incentivar e orientar suas descobertas, pesquisas, independente de estarem presentes ou não no currículo regular, reforça a psicopedagoga Karen Dayane.

Foi através desse enriquecimento curricular — no Núcleo de Astronomia da Universidade Federal do Pará (Nastro/UFPA), que disponibiliza curso preparatório gratuito para os estudantes inscritos na Olimpíada Brasileira de Astronomia e Astronáutica (OBA) — que Antony David Costa de Sena, 14 anos, estudante paraense de uma escola pública de Belém, encontrou três asteroides (pequenos corpos rochosos que têm órbita definida ao redor do Sol). Com o achado, o jovem pesquisador foi certificado pelo International Astronomical Search Collaboration (IASC/NASA).

image Ana Valérya foi medalhista na Olimpíada Brasileira de Astronomia (Cristino Martins / O Liberal)

Dois pequenos astrônomos e uma jovem escritora falam sobre rotinas

Antony conta que tem uma rotina equilibrada dividida entre estudo e lazer. “Eu estudo de manhã, até 13h. Aí à noite eu treino para as olimpíadas. Sempre tiro uma ou duas horas entre os estudos para ver uma série e assistir a algum filme, para ter esses momentos de lazer e respirar um pouco. É importante a gente dar uma pausa para desestressar um pouco”, conta.

Roberta Ferreira, estudante de uma escola particular de Belém, conquistou o primeiro lugar em um campeonato regional de redação. Ela conta que sempre gostou de escrever e percebendo isso o pai a inscreveu no campeonato. “Sempre gostei de redação, desde quando estava no fundamental. Quando me dei conta que preferia muito mais escrever redações do que fazer exercício de outras matérias, me dediquei ainda mais na escrita. Eu estudo de tarde quando chego da escola, mas gosto muito de estudar de madrugada, hora daquele silêncio. Meu sonho é entrar em uma faculdade e cursar jornalismo. Fico extremamente feliz em saber que minha afinidade com a escrita me colocou neste primeiro lugar”, destaca a estudante de 17 anos.

O papel fundamental das famílias nesse processo no desenvolvimento dessas crianças, ressalta a psicopedagoga Karen Dayane, é ter um olhar minucioso e entender o processo de aprendizagem da criança. É preciso ficar atento aos sinais de comportamento desde pequeno. As famílias devem estabelecer rotinas para as crianças e atuar junto com as escolas no estímulo e incentivo correto dessas crianças. Tudo depende de como a família e as escolas desenvolvem essas potencialidades.

Andreza Santos é mãe de Ana Valérya da Silva, de 13 anos, aluna da Escola Bosque e que foi premiada com medalha de bronze na Olimpíada Brasileira de Astronomia e Astronáutica (OBA). Ela explica que incentiva o processo de aprendizagem da filha comprando livros e a colocando em cursos livres do interesse da filha.

“Ela sempre se destacou em português e matemática, porém ela só descobriu que gostava de astronomia nesta prova. Agora ela quer se dedicar nesse assunto que ela descobriu esta afinidade. Ver ela ganhando essa prova foi um misto de alegria, orgulho e gratidão por saber que todo esforço e cobrança nos estudos valem a pena. Eu sempre a incentivo. Incentivo à leitura, incentivo a fazer cursos, atividades educativas. Eu espero que ela ainda tenha muitas outras conquistas pela frente”, conclui a mãe de Ana Valéria.

(Bruna Ribeiro, estagiária, sob supervisão de Victor Furtado, coordenador do Núcleo de Atualidades)

 

Saiba como identificar sinais de altas habilidades em crianças

- Aprendizado rápido;

- Vocabulário avançado para sua idade

- Maior capacidade de manter atenção em atividades e conversas;

- Tendem a ser mais persistentes que os demais;

-  Interesse precoce por leitura e busca por conhecimento;

- Habilidade acima da média com cálculos

- Curiosidade excessiva;

- Interesse em áreas específicas e entre outros.

 

 

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