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Intolerância e racismo religioso são temas discutidos em encontro na OAB Pará

O evento faz parte da programação alusiva ao Novembro Negro de Zumbi

Fabyo Cruz
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Afro-religiosos, pesquisadores, integrantes do movimento negro e a sociedade civil participaram, na manhã desta quinta-feira (24), de um seminário sobre o enfrentamento à intolerância e o racismo religioso, promovido pela frente Povos Tradicionais de Matrizes Africanas (Potma). O encontro foi realizado na sede da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) Pará, no bairro da Campina, em Belém

O evento faz parte da programação alusiva ao Novembro Negro de Zumbi. O dia 20 deste mês é uma data considerada significativa à população negra. O sacerdote Babá Edson Catendê, babalorixá das Águas do Ketu e presidente da Associação dos Filhos e Amigos do Ile Iya Omi Ase Ofa Kare (Afaia), compôs a mesa do evento junto da presidente da Comissão de Liberdade Religiosa da OAB, Bárbara Adrião, além da defensoria pública Maria do Carmo e da promotora de Justiça Ana Cláudia Pinho. 

image Participaram da mesa o sacerdote Babá Edson Catendê, a presidente da Comissão de Liberdade Religiosa da OAB, Bárbara Adrião, além da defensoria pública Maria do Carmo e da promotora de Justiça Ana Cláudia Pinho (Fabyo Cruz/O Liberal)

Para o sacerdote Babá Edson Catendê, a importância do encontro é discutir o racismo que massacra e oprime a população negra, sobretudo de matriz africana, que não pode expressar sua liberdade de culto que é garantida pela Constituição. “Apesar do Brasil ser um país laico, nós, povos tradicionais de matriz africana, sempre enfrentamos o racismo nas suas diversas formas. Nas escolas, por exemplo, as crianças não podem cumprir os seus preceitos e vestir seus paramentos para assistir aula", comentou.

Ele evidencia que perseguições e assassinatos contra sacerdotes são cada vez mais frequentes. “Os praticantes de matriz africana não podem sair na rua com seus paramentos, pois acabam sofrendo ofensas. São terreiros apedrejados, babalorixás e ialorixá assassinados, e a gente está nesse enfrentamento a nível internacional, inclusive enviamos um relatório com diversas violações ao Cerd, que é o Comitê sobre Eliminação da Discriminação Racial  da ONU”, enfatizou.      

Ocorrências no Pará

A Secretaria de Segurança Pública e Defesa Social (Segup) informou à reportagem de O LIBERAL que em 2022, de janeiro a outubro, foram registrados 697 delitos que ocorreram em locais como igrejas, templo religioso e centro espíritas em todo o Estado. Em 2021, de janeiro a dezembro, houve 841 registros e em 2020, no mesmo período, 447. A pasta também informa que “foi utilizado na metodologia de pesquisa o local do fato, entretanto não é possível afirmar que os delitos tenham sido praticados em virtude de intolerância religiosa”.

Novembro Negro de Zumbi

O evento deste ano de 2022 conta um uma programação diferenciada de cultura e arte negra além da tradicional entrega do prêmio Ita Zumbi às personalidades e instituições que se destacam na luta antirracista, que esse ano trouxe o tema Kosi Ewe Kosi Orixá, para marcar a memória sobre a importância das folhas sagradas à manutenção do axé, e afirmar a valorização da natureza como fonte da existência humana.  

XIX Prêmio Ita Zumbi 2022 - Kosi Ewe Kosi Orixá

Data: 25 de Novembro de 2022
Local: Espaço Cultural Arauara (Conjunto Maguari, Alameda 24, Nº 86, Coqueiro)
Hora: A partir das 20h
Programação: shows das bandas Ita Lemi Sinavuru, Marisa Black, Nação Ogan, Os falsos do Carimbó; e performances de Emanuel Black, Nvula, Rosilene Cordeiro, Negra Isa e Lo Ojuara.

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