Infectologista, entre a vulnerabilidade social e a responsabilidade

Helena Brígido fala dos desafios que a profissão impõe em tempos de coronavírus

Valéria Nascimento
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Responsabilidade social e vulnerabilidade. Eis as duas faces da moeda que valoriza e distingue o trabalho dos profissionais da saúde. Infectologista com um estoque de vivências em outros momentos graves da saúde pública brasileira, como o advento do HIV, na década de 80, a médica infectologista Helena Brígido enfrenta desafios diariamente, incluindo voltar para casa todos os dias sem saber se está ou não contaminada. Ela argumenta que a profissão impõe a determinação de não desistir, não recuar quando as pessoas mais precisam.

Neste sábado, 11, se comemora o Dia do Infectologista. A Redação Integrada de O Liberal conversou com a doutora Helena Brígido para entender um pouco mais sobre quem são os soldados da saúde na trincheira da guerra contra o novo coronavírus.

“São muitos os colegas com teste positivo para a covid-19. O cenário é crítico, porque quando um profissional de saúde se infecta agora, é menos um na linha de frente por pelo menos 14 dias, além disso, houve muitos afastamentos porque temos médicos, enfermeiros, técnicos de enfermagem, laboratoristas hipertensos, fumantes, asmásticos, todos do grupo de risco, e eles foram obrigados a se ausentar, então quem tem condições como eu, não pode falhar’’, afirmou a doutora.

Ela inclusive participa de um grupo de profissionais, em Belém, que mobiliza a sociedade para doação de máscaras, luvas e mesmo recursos financeiros para aquisição de equipamentos de proteção individual aos profissionais de saúde em hospitais públicos e privados.  A doutora Helena tem gravado vídeos para suas redes sociais orientações sobre os cuidados para se evitar a alta transmissibilidade de infecção por coronavírus.

“Lavas as mãos sempre; cumprir a etiqueta da tosse, usando o braço ao tossir; respeitar o distanciamento social. Por outro lado, precisamos de leitos e leitos de UTI, de profissionais  capacitados a fazer o diagnósticos e claro esses profissionais de saúde, todos precisam estar protegidos com luvas, máscaras, óculos’’.

Helena Brígido comentou que novo coronavírus fica até 72h no plástico, papelão e na madeira. A higienização das mãos é um poderoso hábito simples contra a contaminação. Ela ponderou que como infectologista está frente à epidemiologia, buscando conhecimento e contribuinto em rede como seus colegas, foi assim com a dengue, a cólera, a zica, só para dar alguns exemplos.

“São doenças que podem acometer qualquer um independente de sua condição social, mas sim, são as pessoas de baixa renda as que mais sofrem porque estão são as mais vulneráveis do pondo de vista de moradia, de saneamento e da própria condição de vida no todo. A dengue é mais recorrente em locais inundados na periferia, dificílimo uma pessoa da classe A manifestar leptospirose, enfermidade associada às péssimas condições de sobrevivência, à pobreza’’, lamentou doutora Helenra.

Questionada sobre como passaria o Dia Nacional do Infectologista, ela respondeu ‘’com muito orgulho estarei de plantão atenta das 7h às 23h, num hospital’’, disse a médica que contabiliza 35 anos na Infectologia, e ainda atuar como docente da UFPA e CESUPA.

Serviço: 
Quem quiser contribuir com a campanha dos profissionais de saúde que arrecadam recursos e doações para a compara de máscaras, luvas etc para os profissionais de saúde, deve entrar em contato por meio do telefone: 91 98444-0032 (WhatsApp). Ou fazer depósitos na conta do Banco do Brasil. Agência 2946-7- Poupança 51609-0. Thomaz Xavier Carneiro. CPF 806.649.892-68

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