Idosa com diabetes não é atendida por falta de médicos e estrutura

Dione Oliveira Pinto, de 73 anos, precisa de um curativo cirúrgico no pé. A idosa tem diabetes e o membro está gangrenado (tecido morto e apodrecido). Desde terça-feira (19), ela e a filha peregrinam por unidades de saúde, em busca de ajuda. A dor desespera a mulher. Telma, a filha, sofre pela impotência de não saber o que fazer e ver o dinheiro escorrer pelas mãos, a cada viagem nos carros de aplicativos. Nesta quarta-feira (20), mais uma vez, as duas voltaram para casa sem solução.

A busca por atendimento começou na terça. Primeiro foram à unidade básica de saúde da Pedreira. De lá, foram encaminhadas para a unidade de pronto atendimento da Sacramenta. Então receberam um encaminhamento para a Fundação Santa Casa de Misericórdia. Cansadas, dona Dione e Telma resistiram para tentar descansar. Nesta quarta, foram à Santa Casa. Não foram atendidas e então foram encaminhadas ao hospital de pronto socorro municipal Mário Pinotti (na travessa 14 de Março).

Mãe e filha não passaram da porta da unidade. Foram informadas que não havia médico. Esgotadas e em desespero, ambas choravam, sentadas á porta do HPSM da 14 de Março. Enquanto isso, só restava esperar outro transporte pelos aplicativos de mobilidade. Foi quando um repórter fotográfico, da Redação Integrada de O Liberal, flagrou a situação.

Mais um dia de viagens perdidas, dinheiro perdido e sofrimento. Vão tentar de novo nesta quinta-feira (21). Só que em todas as unidades, elas apenas sofrem mais pressão: o pé gangrenado por acabar tendo de ser removido, se não tratado logo. Dor, incômodo e medo que podem resultar em mais uma noite sem descanso.

A Redação Integrada de O Liberal entrou em contato com a Prefeitura de Belém, a Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa) e a Fundação Santa Casa de Misericórdia.

Em nota, a Secretaria Municipal de Saúde de Belém informou que "...a senhora Dione Pinto foi atendida na UPA  da Sacramenta e orientada a procurar o HPSM Mario Pinotti (Umarizal) para passar por avaliação de cirurgião vascular. A Sesma ressalta que a conduta não foi a adequada e tenta contato com a idosa para que retorne ao serviço público para avaliação médica no HPSM Humberto Maradei Pereira ou, caso seja moradora de Belém, seja acompanhada por uma equipe do Programa Melhor em Casa".

Por volta de 20h30, a idosa foi localizada pela prefeitura e encaminhada para atendimento no HPSM Humberto Maradei Pereira, no Guamá.