Grande Belém poderá ficar sem ônibus na quinta-feira (27); entenda
Rodoviários de Ananindeua e Marituba decidiram entrar em estado de greve
Rodoviários de empresas de Ananindeua e Marituba decidiram, em assembleia geral nesta segunda-feira (24), entrar em estado de greve. Como informou Adriano Salgado, dirigente do Sindicato dos Trabalhadores Rodoviários desses dois municípios (Sintran), os motoristas passam a acender os faróis dos ônibus sinalizando a posição dos empregados. Desde a sexta-feira (21), os rodoviários de Belém encontram-se em estado de greve, a qual poderá paralisar as atividades do transporte público na quinta-feira (27). Nesse caso, cerca de um milhão de passageiros na Grande Belém poderão ser atingidos com a falta de acordo entre empregados e empregadores.
"Nesta terça-feira (25), vamos ter uma reunião online, às 9 horas, com as empresas, e, na quarta-feira, às 17 horas, a categoria fará assembleia geral. Se não houver uma boa negociação na terça, a assembleia poderá decidir por uma greve a partir da zero hora de quinta-feira", repassou Adriano. Rodoviários de Belém e de Ananindeua e Marituba negociam em separado, mas ambos os grupos de empregados reivindicam 15% de reajuste salarial, considerando perdas salariais e ganho real. Em Ananindeua e Marituba, são 3 mil rodoviários em seis empresas.
Belém
A negociação por vídeo conferência entre rodoviários e dirigentes de empresas de ônibus urbano, na tarde desta segunda-feira, terminou sem avanços. Agora, o Sindicato dos Trabalhadores Rodoviários de Belém (Sintrebel) e o Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros de Belém (Setransbel) voltarão a se reunir somente na quarta-feira (26), às 9 horas. À tarde, às 17 horas, os rodoviários farão uma assembleia geral para decidir, em caso de as partes não chegarem a um acordo, se vão deflagrar ou não greve a partir da zero hora de quinta-feira.
Ewerton Paixão, dirigente do Sintrebel, informou que as empresas não trouxeram uma proposta salarial para a mesa de negociações que contemple os anseios da categoria. "As empresas mantêm a suspensão da negociação salarial por seis meses e a retirada de direitos conquistados pelos rodoviários, incluindo ticket-alimentação, auxílio-clínica e outros, porque a convenção trabalhista com duração de um ano e não foi renovada. Os trabalhadores acumulam quase dois anos de perda salarial", disse Ewerton.
Os rodoviários reivindicam 15% de reajuste salarial, incluindo 10,21% de perdas salariais de 2020 para cá, como informou Ewerton Paixão.
A Redação Integrada de O Liberal aguarda por um posicionamento do Setransbel.
Dificuldades
No final de semana, o Setransbel divulgou nota informando que "o sistema de transporte público de Belém e Região Metropolitana, em decorrência da pandemia, passa pelo período mais difícil da sua história". No entanto, como pontuou, "a frota de ônibus segue sempre superior à demanda, com reforço nas linhas de maior necessidade, mesmo com um grande aumento de todos os seus custos".
O sindicato das empresas destacou que o diesel está 25% mais caro, a quantidade de passageiros transportados está a 65% do normal. "Desde março de 2020, período inicial da pandemia, houve uma considerável queda na única fonte de receita das empresas, decorrente do pagamento da tarifa pelos passageiros, que, em Belém, é uma das menores do País, está defasada há 24 meses e não incluiu o último reajuste concedido aos rodoviários em 2019", foi assinalado na nota da entidade.
"Na situação atual, sem retomada de demanda, apoio para minimizar os efeitos da pandemia sobre o transporte e revisão da tarifa, a possibilidade de reajuste de salário é prejudicada. Por fim, o Setransbel afirma que as empresas seguem procurando alternativas junto ao sindicato profissional. A proposta é suspender as negociações por seis meses, a fim de aguardar os efeitos da pandemia amenizarem. Neste período, todas as cláusulas sociais e econômicas seriam mantidas", completou.
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