Grafite: arte de rua dá novas cores e expressões a Belém

Cinco grafiteiros do Projeto Bengola em Cores fazem galeria de arte a céu aberto, no bairro do Benguí, por meio de uma iniciativa do Governo do Pará

Fabyo Cruz

Colorindo o que antes era acinzentado, cinco artistas do Projeto Bengola em Cores promovem uma galeria de arte a céu aberto, na nova avenida Padre Bruno Secchi (antiga Rua Yamada), no bairro do Bengui, em Belém. Os grafiteiros foram convidados pelo Núcleo de Gerenciamento de Transporte Metropolitano (NGTM) para estampar nos paredões da via desenhos que caracterizam traços regionais da cidade, com destaque à cultura Hip Hop local.

Os coordenadores e grafiteiros Mina Ribeirinha e WBS Barros, da produtora de arte urbana Tinta Preta Produções, explicam que o trabalho foi contemplado por um edital do Projeto Preamar, promovido pelo Governo do Pará, por meio da Secretaria de Estado de Cultura (Secult), com objetivo de transformar espaços do bairro do Benguí em arte, por meio de uma intervenção artística na cidade. Há 4 anos atuando com trabalhos voltados às artes urbanas, a produtora promove painéis e mutirões de grafite, ações de arte educação, curadorias e workshops.      

image Mina Ribeirinha, coordenadora da Tinta Preta Produções, rememora por meio da arte a história da cultura do grafite e do Hip Hop, no bairro do Benguí (Ivan Duarte)

“Muitas vezes as pessoas que moram nos bairros periféricos não têm acesso às artes, então o mais próximo que a gente consegue alcançar essas pessoas é por meio do grafite. Ninguém sai daqui para visitar um museu ou outro espaço artístico em si, onde você pode apreciar as artes, por isso nós descentralizamos as artes dos centros urbanos, onde as pessoas vão apenas para trabalhar, trazendo cor e vida para dentro das comunidades”, disse WBS Barros.

Para o grafiteiro, as pinturas a céu aberto fazem com que a população dialogue com os espaços públicos. “As pessoas vêm, tiram fotos, acham os desenhos bonitos, conversam com a gente, trocam ideias, perguntam como é o processo, ou se a gente faz oficinas, então a gente consegue fazer essa interação através de um risco, das artes que vamos deixar nas paredes”, comentou o coordenador da Tinta Preta Produções. O Projeto Bengola em Cores reuniu grafiteiros dos bairros da Sacramenta, Marex, Tenoné e do próprio Bengui, valorizando artistas da terra, comentou WBS Barros.

image O grafite dá vida nova a muros vazios que se tornam exposições de arte a céu aberto (Ivan Duarte / O Liberal)

Iniciativa com grafite em Belém gera emprego e renda através da arte

Mina Ribeirinha conta que iniciativas como o Projeto Bengola em Cores fomentam a cultura nos espaços públicos de Belém, valorizam o turismo local e incentivam o empreendedorismo para o segmento de arte urbana na capital. “Belém ainda tinha uma visão fechada à arte urbana e isso está mudando aos poucos. Há um mercado aberto para  a intervenção artística na cidade e a nossa intenção foi fazer com que a produtora atuasse no sentido de empreender. Nós também realizamos oficinas de grafitagem à população e pretendemos fazer duas em breve: uma por meio do Projeto Preamar e outra através de voluntários", antecipou a coordenadora.

A grafiteira ressalta que a maior parte dos trabalhos são desenvolvidos de forma autônoma e pede que mais editais sejam realizados pelo município e Governo do Estado. Ela explica que as atividades são voltadas à comunidades, destinadas especialmente às crianças e à juventude como um todo, fazendo com que seja necessário investimento financeiro para a compra dos materiais como bandejas de pinturas, tintas, rolos e pincéis.

"Gostaríamos de mais incentivos do poder público, como os próprios editais e prêmios com valores reais, pois temos trabalhos muito bonitos, em sua maioria autônomos, para a comunidade. O grafite é uma arte que é cara para a gente executar, por conta disso precisamos de editais e prêmios que venham dar conta da nossa necessidade enquanto artista”, destacou Mina.  

Valorização das artes por meio dos setores públicos e privados

A Equatorial Energia do Pará encontrou na arte uma forma de dar mais vida e cor às subestações, e também é uma forma de valorizar artistas locais. “Entendemos que valorizar as artes de rua, sobretudo, o grafite, é uma forma de estimular a inclusão social e transformar realidades, visto que há envolvimento das comunidades do entorno. Acreditamos que impulsionar a criatividade dessas comunidades que, em geral, não têm acesso aos meios de expressões artísticas tradicionais, é uma forma de gerar oportunidades e renda, além de dar acesso para que todos possam admirar a beleza das artes produzidas”, afirmou Michelle Miranda, analista de responsabilidade social da empresa de fornecimento de energia elétrica.

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