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Gestantes usuárias do SUS contarão com orientações para prevenção de HIV

Atualização do Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas prevê orientações a mulheres e parceiros sobre infecções sexualmente transmissíveis

Dilson Pimentel
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Gestantes usuárias do Sistema Único de Saúde (SUS) poderão contar com orientações para prevenção de HIV, sífilis e hepatites virais. Isso será possível porque foi atualizado o  Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas (PCDT) para prevenção da transmissão vertical - ou seja, de mãe para filho - de infecções sexualmente transmissíveis (IST), informa o Ministério da Saúde. O documento foi atualizado após recomendação favorável pela Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no Sistema Único de Saúde (Conitec) com participação da sociedade.  A atualização do protocolo contempla duas novas tecnologias. A primeira é sobre o esquema terapêutico preferencial de terapia antirretroviral para gestantes vivendo com HIV, com a incorporação do medicamento dolutegravir. A outra novidade é a inclusão da testagem universal para rastreio da Hepatite C durante o pré-natal. 

Publicado pela primeira vez em 2017, o documento orienta o manejo para gestantes e parceiros sexuais sobre possíveis IST que podem ser transmitidas da mãe para o filho durante a gestação.  Após parecer favorável da Comissão, o protocolo passou por consulta pública em agosto para considerar e receber contribuições da sociedade. Foram mais de 70 contribuições vindas de pacientes, profissionais da saúde, especialistas no tema do protocolo, familiares e interessados no tema. E, na avaliação geral, 98% dos contribuintes classificaram as propostas do PCDT como boa ou muito boa, ainda segundo o Ministério da Saúde. 

É importante acesso a mais informações, diz gestante


A enfermeira Giselle Matos Amaral, 33 anos, mora em Ananindeua. Ela é mãe de uma menina, de um ano e cinco meses, e está na segunda gestação (dois meses). “A importância dessa atualização é para beneficiar o pré-natal para quem faz no SUS. Esse acompanhamento tem impacto na redução da mortalidade materna e perinatal”, disse. “Por isso é importante que as mulheres tenham acesso aos serviços, os quais devem ter qualidade suficiente para o controle dos riscos identificados”, afirmou.

Giselle disse que pré-natal para uma gestante representa a segurança de um parto seguro. “É ter a segurança de que seu filho ira nascer saudável. Como mãe e gestante novamente, acho importante que outras mães tenham acesso a mais informações pertinentes à saúde dela e do seu bebê. Lembrando de que o Sus tem um dos melhores programas de pré-natal”, afirmou. Ainda segundo ela, a  atualização desse protocolo no atendimento ao pré-natal “irá reforçar a importância ao acesso das gestantes a prevenção, cuidado e tratamento. Nós, como mães, queremos um pré-natal bem acompanhado e um parto tranquilo. Por isso, quanto mais direitos e benefícios na atenção à saúde da gestante houver, mais eficaz será o pré-natal e o nascimento da criança”, acrescentou Giselle.

“A importância dessa atualização é para beneficiar o pré-natal para quem faz no SUS. Esse acompanhamento tem impacto na redução da mortalidade materna e perinatal. Por isso é importante que as mulheres tenham acesso aos serviços, os quais devem ter qualidade suficiente para o controle dos riscos identificados”, lembra a enfermeira Giselle Amaral

image Giselle e a filha: pré-natal ganha força na prevenção (Ivan Duarte / O Liberal)

Periodicidade da revisão é importante 


Os protocolos clínicos estabelecem critérios para o diagnóstico de uma doença ou agravo à saúde; o tratamento preconizado, com os medicamentos e demais produtos apropriados; as posologias recomendadas; os mecanismos de controle clínico; e o acompanhamento e a verificação dos resultados terapêuticos a serem seguidos pelos gestores do SUS. A periodicidade da revisão é importante para atualizar o documento com as evidências científicas mais modernas, visando garantir tratamentos no SUS baseados em evidências atuais. 

A testagem de hepatite C em gestantes era recomendada somente para mulheres com fatores de risco como: infecção pelo HIV, histórico de uso de drogas ilícitas, antecedentes de transfusão ou transplante antes de 1993, mulheres submetidas à hemodiálise ou com elevação de enzimas específicas no sangue sem outra causa clínica evidente, e profissionais de saúde com história de acidente com material biológico. Agora, a ampliação da testagem para o primeiro trimestre de gravidez busca intensificar ações para oferta de tratamento e prevenção da transmissão vertical da doença. 

O objetivo da recomendação da Conitec para a incorporação da testagem universal para hepatite C em gestantes no pré-natal no SUS é intensificar ações para oferta de tratamento e prevenção da transmissão vertical. Evidências mostram que mulheres grávidas diagnosticadas com a doença estão sob maior risco de piores desfechos maternos e neonatais, como diabetes gestacional, pré-eclâmpsia, hemorragia e parto prematuro. 

Dolutegravir bloqueia a multiplicação do vírus HIV


O dolutegravir é um medicamento antirretroviral, que bloqueia a multiplicação do vírus HIV e, assim, diminui significativamente a quantidade do vírus no sangue. Além de inúmeros benefícios para a saúde do paciente, essa terapia reduz o risco de transmissão da doença. Ele não era indicado para gestantes porque alguns estudos sugeriam que seu uso no início da gravidez poderia estar relacionado à formação de defeitos no tubo neural, causando problemas congênitos no cérebro e na coluna dos bebês. Por isso, para mulheres grávidas ou que pretendiam engravidar, a indicação é o tratamento com o raltegravir. 

A Conitec analisou evidências científicas mais recentes e verificou que, em novos estudos, o risco associado ao uso do medicamento é menor que o apresentado inicialmente. O relatório sobre a recomendação inicial da Comissão aponta, inclusive, ser essa a opção terapêutica indicada pela Organização Mundial de Saúde (OMS). Após recomendação favorável da Comissão, o tema foi a consulta pública para receber contribuições da sociedade. Para colaborar com as alterações no tratamento ofertado no SUS para gestantes que vivem com HIV, o SUS agora oferta o dolutegravir para gestantes. O medicamento  já é incluído no sistema público para o tratamento de pessoas vivendo com HIV. 

ISTs são transmitidas principalmente por contato sexual


As ISTs são causadas por vírus, bactérias ou outros microrganismos. Elas são transmitidas, principalmente, por meio do contato sexual (oral, vaginal, anal) sem o uso de camisinha masculina ou feminina, com uma pessoa que esteja infectada; ou da mãe para a criança durante a gestação, o parto ou a amamentação. 

Para evitar, é necessário iniciar o tratamento com medicamentos antirretrovirais com urgência. A medida melhora a qualidade de vida e interrompe a cadeia de transmissão dessas infecções. O atendimento, o diagnóstico e o tratamento são todos gratuitos nos serviços de saúde do SUS. 

A transmissão do HIV ocorre no contato com sangue ou fluidos infectados. Entre mãe e filho, a transmissão pode ocorrer durante a gestação, no momento do parto ou na amamentação. Para evitar, é necessário iniciar o tratamento com medicamentos antirretrovirais com urgência. Em 2018, 4.026 gestantes vivendo com HIV receberam indicação de tratamento com Terapia Antirretroviral (TARV). Em gestações planejadas e acompanhadas por profissionais de saúde, o risco de transmissão da mãe para o filho é menor que 2%.

Hepatite C provoca inflamação do fígado


A hepatite C é causada por um vírus (HCV) que provoca inflamação do fígado. A transmissão se dá pelo contato com sangue contaminado, por via sexual e por transmissão vertical (da mãe para o filho). Na maioria dos casos, a forma aguda da doença não apresenta sintomas, o que dificulta o diagnóstico e o início do tratamento. Como consequência disso, 60 a 85% dos  casos se tornam crônicos e 20% evoluem para cirrose.   

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