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Games: conheça benefícios para saúde e educação por meio dos jogos

Videogames são utilizados para o desenvolvimento interpessoal, além de auxiliar em outros campos do conhecimento

Emanuele Corrêa
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"Videogames são um fenômeno sociocultural, político e econômico complexo e rico com mais de 50 anos história". A afirmação do doutorando Tarcízio Macedo, que também é pesquisador de videogames na Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) pretende refletir os chamados 'game studies' ou estudos de jogos, que destaca os inúmeros temas tratados, que vão desde a ética do jogo, passando pela ideia de videogames como esporte, questões filosóficas, estéticas, econômicas, sociais, materiais, políticas etc.

O pesquisador relembra que nos últimos cinco anos a Organização Mundial da Saúde (OMS) reconhecia a prática recorrente em jogos como transtorno de saúde mental, por isso, a notícia de que o vício em jogos agora é considerado doença, já era esperada. No entanto, atenta para a necessidade de olhar o assunto com seriedade, sem criminalizar os videogames. 

"Ainda me parece pouco claro os sinais de caracterização da doença e quais os estudos e motivos basearam a decisão. Há uma falsa ciência que recorrentemente criminaliza os videogames. Estudos que reforçam os aspectos negativos. É preciso identificar se esse esforço, embora bem intencionado, não está baseado em pesquisas desenvolvidas com falhas básicas, difundindo a ideia de que os videogames são nocivos e geram risco similar a problemas de saúde pública como o cigarro. No 'game studies', há pesquisadores que criticam trabalhos tendenciosos. Não estou defendendo que é impossível uma pessoa apresentar um vício em jogos digitais, mas não creio que a condição seja tão diferente do vício em qualquer outra mídia/tecnologia (serviço de rede social, internet, etc.)", esclarece o doutorando.

O publicitário João Loureiro, 27 anos, tem um videogame em casa e utiliza nos momentos de lazer. Acredita que o consumo de jogos é benéfico e têm aspectos positivos. Ele aproveita para ajustar a linguagem do jogo para inglês, para treinar a língua estrangeira. "Vejo o consumo de jogos benéfico para o entretenimento até o momento em que você consegue dosar as horas jogadas. Eu, por exemplo, não passo mais de 6h ou 8h jogando direto. Jogo mais aos fins de semana, como hobby e como válvula de escape pra ansiedade. Na maioria das vezes coloco o idioma do jogo em inglês para poder treinar a língua estrangeira", relembra.

Tarcízio aponta que como toda produção audiovisual, os jogos devem ser jogados respeitando o Sistema de Classificação Indicativa e sob supervisão dos pais, no caso de crianças e adolescentes. Os adultos devem acompanhar e orientá-los sobre o uso, bem como, conversar sobre o que é abordado nos jogos.

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Saúde e bem estar

Há jogos voltados para a prática de exercícios, a partir da tecnologia de captura de movimento do jogador através de dispositivos específicos, explica Tarcizío, que destaca o Núcleo de Desenvolvimento em Tecnologia Assistida e Acessibilidade (Nedeta) da Universidade do Estado do Pará (UEPA). "Havia um projeto que tratava de pacientes diagnosticados com paralisia cerebral com o uso de videogames. A chamada Wii terapia utiliza jogos do console Nintendo Wii e era uma alternativa e oportunidade de tratamento de forma lúdica às pessoas com paralisia cerebral, utilizando do potencial de movimentação corpórea característico do console como estímulo para os pacientes atendidos e como recurso terapêutico na reabilitação motora e cognitiva de pacientes portadores da doença. O projeto começou com seis crianças e após resultados positivos se tornou um serviço prestado pela instituição há alguns anos", disse.

Educação

O pesquisador reflete que as possibilidades educativas dos videogames. "Na UFPA, o Laboratório de Realidade Virtual, coordenado pelo professor Manoel Ribeiro Filho, criou em 2009 o jogo educativo "Revolta da Cabanagem" para ajudar no ensino sobre o movimento Cabano no estado e o disponibilizou gratuitamente na internet, além de desenvolver outros jogos nesse sentido.

Trabalho e desenvolvimento social

"Os videogames vêm se tornando um trabalho atualmente (streamers, jogadores profissionais, produtores de conteúdo, etc). Uma variedade de cientistas de diversas áreas de conhecimento, especialmente dos campos da Sociologia, Antropologia, Comunicação e Educação, buscam enfatizar o quanto o jogo on-line cria vínculos sociais, bem como várias habilidades sociais e cognitivas podem melhorar a partir da participação nesses ambientes", finalizou.

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