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Fantástico repercute ataque homofóbico contra senador

Programa mostrou o delegado da polícia federal e professor de Direito com o casal de filhos e com o marido, com o qual é casado há dez anos

Valéria Nascimento

O Fantástico apresentou ontem uma matéria de denúncia feita no âmbito da CPI da Covid, de ataque homofóbico do depoente da sessão realizada em 30 de setembro, o empresário Otávio Fakoury, contra o senador Fabiano Contarato (Rede). O programa mostrou o momento em que o senador Omar Aziz (PSD) cedeu a presidência da CPI a Contarato, que confrontou o agressor cara a cara. “Eu aprendi, senhor Otávio, que a orientação sexual não define o caráter, que a cor da pele não define o caráter, que o poder aquisitivo não define o caráter”.

No Espírito Santo, o senador, que é delegado da Polícia Federal e professor de direito, apresentou ao Fantástico a família, o marido e dois filhos. O senador falou sobre o momento de catarse durante a CPI da Covid. “Eu cheguei cedo no Senado, eu fui direto pra CPI, eu estava na dúvida se eu devia ou não expor (o ataque homofóbico)”.

O ataque homofóbico tem origem política. Em 12 de maio deste ano, Contarato tuitou cobrando a prisão do ex-secretário de comunicação do governo Bolsonaro, Fabio Wajngarten, que também prestou depoimento no colegiado, e errou a grafia da palavra “flagrancial” escrevendo que havia “estado fragrancial configurado”.

Em resposta na mesma rede social, o empresário Otávio Fakoury ofendeu o parlamentar por sua orientação sexual. “O delegado, homossexual assumido, talvez estivesse pensando no perfume de alguma pessoa ali daquele plenário... Quem seria o “perfumado” que lhe cativou?", escreveu Otávio. Até o fim da tarde de quinta-feira (30), a publicação continuava no ar.

“O senhor tem filhos, que imagem tem enquanto pai, enquanto esposo o senhor vai passar pros seus filhos?”, indagou o senador Contarato ao depoente, em trecho da gravação mostrado pelo programa.

O programa mostrou a intimidade do senador com a família; ele é casado há dez anos com o fisioterapeuta Rodrigo Grobelli. O filho Gabriel foi adotado em 2017; a menina, Mariana, em 2020. “A minha vida toda eu me sentia culpado quanto à minha orientação sexual, chorava, ajoelhava, pedindo a Deus que mudasse aquilo”, disse ele, ao lembrar de si mais novo. Hoje, ele pensa diferente: “O Deus que eu acredito é um Deus de amor, ele é um Deus inclusivo, não é um Deus que segrega”.

Ao final, o programa mostra o apoio recebido pelo senador de colegas de esquerda e direita e o pedido de desculpas do responsável pelo ataque homofóbico, o empresário Otávio Fakoury, em plena CPI da Covid.

O vice-presidente da CPI, Randolfe Rodrigues, pediu que o MPF investigue o crime de homofobia. "Eu sonho um dia em que eu não vou ser julgado por minha orientação sexual", disse o senador ao final da reportagem.

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