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Estudo inédito de universidades avalia qualidade do rio Guamá

Pesquisa conjunta entre Prefeitura de Belém e UFPA prevê intervenções em saneamento básico na bacia da Estrada Nova

João Thiago Dias
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A s condições hídricas para lançamento de detritos urbanos no rio Guamá, referente ao trecho que envolve ações da macrodrenagem da Estrada Nova, em Belém, serão avaliadas em um estudo técnico inédito, que vai servir como medida de segurança hídrica, alimentar e energética, para garantir os cuidados necessários de preservação. O estudo é um convênio firmado entre a Prefeitura Municipal de Belém, por meio do Programa de Saneamento Básico da Bacia Estrada Nova (Promaben II), com a Universidade Federal do Pará (UFPA), por interveniência da Fundação Amparo e Desenvolvimento da Pesquisa (Fadesp).

Intitulada “Estudo de intervenções em saneamento básico na bacia urbana da Estrada Nova (PA) como estratégia para segurança alimentar, hídrica e energética”, a parceria foi celebrada em junho de 2018, no programa municipal Sanear Belém, e tem prazo de conclusão para o fim de 2021, com parte dos recursos por financiamento do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e outra parte do aporte da Prefeitura de Belém.

ESTAÇÕES - Trata-se de um piloto que começa com a criação de um banco de dados em saneamento do município e vai culminar na instalação de estações de tratamento de esgoto adequadas para atender 100% da Sub-Bacia 1 da Estrada Nova e parte da Sub-Bacia 2, conforme explicou a coordenadora do Sanear Belém, Luciana Vasconcelos.

“Vai contemplar a bacia da Estrada Nova, que vai desde a rua Veiga Cabral, onde fica o Portal da Amazônia, pegando todo o canal da avenida Bernardo Sayão, até a UFPA, na rua Augusto Corrêa. Vamos inserir estações de tratamento de esgoto desse projeto para atender 100% da Sub- -Bacia 1, que fica no bairro do Jurunas, próximo do Portal da Amazônia, e parte da Sub-Bacia 2, que pega o bairro da Cremação. Mas o estudo com o banco de dados servirá para expandir para outras áreas de Belém”, garantiu Luciana. 

Recurso hídrico deve ser usado com consciência

“É de caráter inédito porque é o único que vai estudar as características do rio Guamá e como o esgoto lançado se comporta no rio. Será que o rio suporta toda essa carga que tem sido lançada durante anos?”, questionou Luciana Vasconcelos, coordenadora do Sanear Belém. “A Bacia da Estrada Nova já vem sendo estudada e recebendo intervenções. Temos adotado soluções tecnológicas para o esgotamento sanitário que são mais sustentáveis e com eficiência energética. Buscamos conhecimento e aplicação em prol do uso e manutenção do sistema. É nossa obrigação conhecer melhor o uso do recurso hídrico para que seja usado de forma responsável”, detalhou. O estudo também visa atender a Lei Federal nº 11.445, de 5 de janeiro de 2007, que estabeleceu as diretrizes nacionais para o saneamento básico. Também é voltado para atender os objetivos de desenvolvimento sustentável da Organização das Nações Unidas (ONU).

Portugueses trazem experiência a Belém

Como parte do convênio, foi realizado, na última semana, de 13 a 17, no Parque de Ciência e Tecnologia da UFPA, em Belém, o curso internacional de capacitação “Modelagem hidrodinâmica para simulação da dispersão de plumas de emissários sub-fluviais em áreas sob influência de maré. Caso da Baía de Guajará”, que reuniu engenheiros, técnicos e demais profissionais do Município, do Estado e de algumas empresas que atuam na área de sistemas de sanamento urbano de Belém.

O curso foi ministrado por dois professores de Portugal que têm 20 anos de experiência acerca do tema: Ramiro Joaquim de Jesus Neves, do Instituto Superior Técnico da Universidade de Lisboa; e Maria Manuela Fraga Juliano, da Universidade dos Açores. A capacitação foi no âmbito do projeto de pesquisa do convênio, que está sob a coordenação do engenheiro sanitarista e professor da UFPA, Neyson Martins Mendonça, que também participou da concepção do Promaben II.

O objetivo foi capacitar os participantes com conhecimento sobre os processos que determinam o destino final dos efluentes em zonas sujeitas à maré (dispersão e decaimento) e sobre as estratégias de modelagem. Isso com treinamento sobre o uso do modelo da Baía de Guajará para estudar cenários de descarga para avaliação do impacto ambiental e apoio à configuração do emissário.

A proposta foi focada em hidrodinâmica, dispersão e decaimento da contaminação microbiológica fecal. “Um curso voltado para a melhoria do saneamento da Bacia da Estrada Nova, onde vamos criar as bases para a Região Metropolitana de Belém (RMB), de forma que possamos integrar o sistema de sanamento e esgotamento sanitário, observando o melhor sistema que deve ser utilizado sob o ponto de vista sustentável”, explicou Neyson Martins. “A UFPA está criando o levantamento da base de dados devido à ausência de informações primárias do saneamento. Para que possamos criar projetos focados na realidade local, preservando praias e rios”.

Após a criação da base de dados, a pesquisa seguirá para o monitoramento da qualidade dos corpos d’água, como canais, rios e esgotos. Em seguida, na terceira etapa, será implementado o modelo hidrodinâmico para acompanhamento da evolução da melhoria da qualidade da água. “O banco de dados inclui número de habitantes da bacia, vazão de esgoto que gera, nível de tratamento que precisa colocar, qualidade da água que está no curso d´água, melhoria da água do canal.”, concluiu Neyson. 

 

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Belém
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