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Saúde mental nas escolas: especialistas em educação comentam projeto aprovado no Senado; vídeo

Se aprovado pela Câmara dos Deputados, as escolas terão 60 dias para instituir a Política Nacional de Atenção Psicossocial nas Comunidades Escolares

Emanuele Corrêa
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Os dois últimos anos estão sendo desafiadores, com destaque especial à comunidade escolar, que teve que se adaptar às condições do ensino remoto e retomar ao presencial, o que gerou alguns prejuízos à saúde mental de professores, funcionários, estudantes e seus familiares. Por isso, na última terça-feira (15) o Senado Federal aprovou o projeto que institui a Política Nacional de Atenção Psicossocial nas Comunidades Escolares e, se for aprovado pela Câmara dos Deputados, cada unidade escolar terá o prazo máximo de 60 dias para criar um Comitê Gestor de Atenção Psicossocial. O assunto repercute na comunidade escolar e entre os especialistas em educação e saúde mental.

Larissa Lagreca, psicopedagoga e orientadora de pais acredita que medidas como da política de atenção psicossocial são importantes para o desenvolvimento da criança e o bem estar dos funcionários e famílias. Destaca que, muitas crianças passam mais tempo na escola do que em seus lares e com a pandemia o contexto inverteu. "Esse quadro se inverteu, fazendo com que as crianças, adolescentes e professores passassem mais tempo em seus lares. Vimos que a saúde mental de toda a comunidade escolar teve uma grande regressão, por vários motivos como violência doméstica, abusos, falta de trabalho e baixo rendimento escolar dos alunos", pontuou.

As escolas, mesmo as particulares, no geral não tem um projeto específico para a questão da saúde mental, ressalta Larissa. "O que há em algumas classes mais privilegiadas, é um apoio psicológico caso haja necessidade do aluno ou dos funcionários. Mas devo lembrar que não são todas as escolas privadas. O mesmo se dá para as escolas públicas, apenas algumas há um profissional de psicologia para amparar alunos e educadores. Ou seja, não são todas as escolas que desenvolvem projetos voltados à saúde mental de todo o grupo escolar", afirma.

image André Renato Souza elogia o projeto aprovado por dar uma resposta aos problemas de saúde mental identificados nas escolas durante o retorno às aulas em meio à pandemia (Cristino Martins / O Liberal)

O Isolamento social afetou as interações, dizem especialistas 

A psicopedagoga Larissa Lagreca destaca a urgência de se investir mais em saúde mental na escola, pois percebe que os principais danos à comunidade na pandemia foram: atraso escolar, depressão, ansiedade, abusos físicos e psicológicos e também a diminuição da renda de alguns professores e funcionários, principalmente de escolas privadas. "As escolas podem trabalhar esse desenvolvimento da saúde mental através de projetos em grupo, roda de conversa e assistência individual. Mas para isso, os profissionais do projeto deverão ter um olhar atento para as questões do grupo escolar. Acredito também que em alguns casos, a visita domiciliar é importante", ponderou.

As principais queixas que recebe em consultório, revela a profissional, são de mães que relatam o medo que as crianças mais novas têm em relação às pessoas. Com comportamentos que envolvem chorar ao chegar em lugares de grande circulação. "Acredito que parte disso se deu ao isolamento social. Portanto, atualmente já podemos proporcionar uma maior socialização dessas crianças e assim começar a diminuir esse medo. Outra questão que eu acho válida em relação ao projeto, é o maior interesse do governo em relação ao ambiente escolar, pois vemos que há uma porcentagem grande de alunos que não foram alfabetizados e profissionais que desenvolveram ansiedade, síndrome do pânico e depressão", finalizou.

O pedagogo André Renato, coordenador pedagógico do Colégio Exato, diz que foi notável o crescimento na comunidade escolar de problemas relacionados à saúde mental, em boa parte decorrentes da pandemia. Com isso, ele acredita que a proposta deve viabilizar que o tema não entre em evidência somente no "setembro amarelo", mas que seja algo contínuo e discutido dentro das comunidades escolares, ao longo de todo o ano letivo.

"Com a aprovação, isso deve fazer com que a rede particular de ensino, de maneira geral, tenha uma maior inclinação a tratar o tema de maneira transversal no projeto político-pedagógico das escolas. Embora as escolas tenham autonomia para pôr isto em prática, creio que também seria importante o estímulo desse trabalho também por parte do Conselho Estadual de Educação - CEE/PA através de alguma normativa, sinalizando com ainda mais veemência a importância dessa Política na educação", argumentou.

Renato destaca que no colégio trabalham temáticas relacionadas ao bullying, atenção à saúde mental dos alunos e professores, bem como, fazem um atendimento individualizado, caso a caso. "Pude notar um maior número de casos de alunos, pais e professores apresentando crises de ansiedade. No nosso caso, além de projetos de combate a bullying, atenção à saúde mental, lidamos ao longo de todo ano sempre da maneira humanizada e individualizada. Indivíduos diferentes são afetados de maneira diferente, requerendo de nós a sensibilidade para encontrar as melhores soluções possíveis para cada caso de acordo com nosso campo de atuação, recorrendo a encaminhamentos para psicólogos ou psiquiatras em situações de maior complexidade. Nosso cuidado não se limita exclusivamente ao aprendizado", concluiu.

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