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Escolas de samba de Belém já estavam adiantadas para o Carnaval

Apesar da frustração por conta do cancelamento da folia, dirigentes dizem que foi uma decisão compreensível diante do contexto pandêmico

João Thiago Dias e Emanuele Correa / O Liberal

Fantasias quase finalizadas, alegorias entrando em forma, ensaios afinados e vários outros gastos com estrutura e preparação. Muitas escolas de samba da capital paraense já estavam com esses adiantamentos para o Carnaval 2022, que foi cancelado pela Prefeitura Municipal de Belém, na última terça-feira (30), tendo em vista os riscos da pandemia da covid-19.

Alguns dirigentes de escolas do grupo especial comentaram que, apesar da grande frustração, foi uma decisão compreensível diante do atual contexto pandêmico. Agora, a expectativa é poder contar com um novo fomento concedido pela gestão municipal.

Matinha

Na comunidade da Escola de Samba da Matinha, do bairro de Fátima, cerca de 30 pessoas já estavam envolvidas no processo e trabalhando para fazer o desfile acontecer, conforme informado pelo presidente da escola, Rodolfo Trindade.

"Já tínhamos alugado um bom barracão para confecção de nossas alegorias, tínhamos contratado os profissionais oriundos de Juruti/Parintins, para a confecção dessas alegorias e tripés. Nosso carnavalesco, que é de Cametá, tinha montado toda nossa estrutura de desfile e já estávamos na fase de confecção de nossas fantasias e adereços. Temos uma faixa de 30 pessoas envolvidas que já estavam trabalhando para a Construção do nosso Carnaval", relatou.

"Nós, que fazemos parte da Escola de Samba da Matinha, recebemos com muita naturalidade o cancelamento do Carnaval, ou seja, do Desfile das Escolas de Samba e Blocos Carnavalescos de 2022. Entendemos perfeitamente as razões da Prefeitura Municipal de Belém e concordamos com a decisão tomada, muito embora a Matinha já estava trabalhando para seu Desfile", pontuou.

O presidente acredita que as medidas são necessárias e apela para que as pessoas ainda não vacinadas se vacinem, pois novas variantes do vírus estão se proliferando e isto gera preocupações na Saúde Pública. Ele acredita que somente a vacinação poderá contribuir para que o Carnaval de 2023 seja feito com segurança e com o apoio de todos.

image Ednaldo Trindade, diretor de Carnaval da Escola de Samba da Matinha (Cristino Martins / O Liberal)

O diretor de Carnaval da escola, Ednaldo Trindade, que está em seu primeiro ano na função, disse que existe um lado bom desse cancelamento: mais tempo para preparar um desfile impecável. 

"Tínhamos começado nossos ensaios de rua. Chegamos a dar uma freada por conta da nova variante, mas já tínhamos comprado muitos materiais. Eram cinco protótipos quase prontos. Mas vamos pensar no lado bom, que é mais tempo para garantir um Carnaval 2023 perfeito", relatou.

Piratas da Batucada

No bairro da Pedreira, a Associação Recreativa e Cultural Escola de Samba Piratas da Batucada, vencedora do grupo especial no Carnaval 2020, tinha orçado a próxima folia em R$ 350 mil. Ao todo, os gastos já chegaram a aproximadamente R$ 100 mil, segundo o vice-presidente da escola, Jacó Machado.

"A escola está com as fantasias das alas nos ateliês das costureiras. Alguns destaques de luxo já estão prontos, faltando apenas montar a plumagem, o que só é feito próximo ao Carnaval, para não danificar as plumas. O trabalho de chapelaria já está sendo está adiantando", comentou.

image Ensaios estavam adiantados na Escolas Piratas da Batucada (Divulgação)

"Neste momento, a equipe estava confeccionando os chapéus e golas da bateria. Boa parte do material para as fantasias já está comprado. Sobre as alegorias, estávamos esperando a definição da prefeitura para iniciar o trabalho", acrescentou Jacó, que também está na expectativa para que a prefeitura lance um novo edital com recursos para a produção carnavalesca.

Os ensaios também já estavam bastante adiantados. E a equipe, ao todo, chegando a mais de 140 participantes. "No trabalho de confecção do Carnaval temos 65 colaboradores, entre soldadores, chapeleiros, coreógrafos, costureiras, decoradores, ferreiros, diretor cênico, bordadeiras, estilistas etc. Com o desfile, entram 60 empurradores, 15 seguranças e 4 maquiadores", contou o vice-presidente.

Rancho

Por meio de nota, o presidente do Grêmio Recreativo Beneficente Jurunense Rancho Não Posso Me Amofiná, Jackson Santarém, disse que a escola entende e comunga da decisão do prefeito. "Haja vista que com uma nova variante surgindo aglomerações irresponsáveis poderiam ser cruciais para marginalização total do carnaval, tendo em vista as inúmeras vítimas, conhecidos ou não, é importante preservar a vida daqueles que ficaram", afirmou.

Com um prejuízo superior a 200 mil reais o rancho já contava com alas prontas, fantasia de quesitos como comissão de frente já em fase de acabamento, e um ateliê em São Paulo em pleno funcionamento. Já em Belém nossas costureiras jurunenses não deixaram a desejar com nossa equipe paulistana.

"Com alegorias já em preparação, esculturas prontas o Rancho abriu seu barracão para montagem dos carros alegóricos que com apoio de seus harmonias foram levados algumas noites atrás para o local que sediaria a montagem de tais alegorias", detalhou a nota.

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Belém
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