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Em período de chuva, animais silvestres procuram abrigo nas casas

BPA já resgatou 59 cobras vivas na capital paraense

Vanessa Van Rooijen
fonte

No período de chuva é comum animais silvestres e peçonhentos entrarem dentro das casa, isso porque eles saem dos habitats naturais para procurar abrigo nas residências. Um balanço do Batalhão da Polícia Ambiental (BPA) da Polícia Militar já foram resgatadas 59 cobras vivas apenas na capital paraense nos dois primeiros meses de 2019. 

O balanço mostra ainda que de de janeiro a 18 de fevereiro desse ano, já foram realizados 221 resgates de animais silvestres. Em 2018, o BPA registrou 502 atendimentos a ocorrências. Desse total, 72 registros foram referentes a cobras. 

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Segundo dados da Secretaria de Estado de Saúde (Sespa), foram internados 2.134 pessoas entre janeiro e novembro de 2018, por acidentes com esses animais. Os animais que aparecem com mais frequência são serpentes, escorpiões e aranhas. De acordo com a secretaria, no estado do Pará, 52% dos acidentes com animais peçonhentos são leves, 37% moderados e 5% são graves. Em relação a óbitos, a predominância é do sexo masculino, correspondente a uma proporção 3,5 maior do que entre mulheres. 

O levantamento da Sespa mostra que o local da picada, dependendo do animal, pode variar de acordo com o acidente envolvido. O pé é o local com maior frequência. 55% das picadas da cobra são nesse membro, 23% são de aranha e 21% envolvem escorpiões. Outros membros com maior vulnerabilidade para picadas dos animais peçonhentos são perna e mão. 

Em busca de abrigo

Além das cobras, aranhas e escorpiões também já foram resgatados. Faz cerca de uma semana que Leonardo Braga, 21, encontrou um escorpião na cozinha da casa onde mora. Ele conta que foi beber água de madrugada, enquanto assistia um filme, que percebeu algo se mexendo no canto escuro. "Acendi a luz ao perceber o movimento e vi a ponta da calda. O escorpião estava entrando na dispensa", conta o estudante. 

Leonardo afirma que este já é o terceiro que aparece em dois anos. "Depois que eu vi, prendi ele dentro de um pote para que não entrasse em algum lugar da dispensa. Então pesquisei sobre ele e vi que o veneno poderia matar crianças e idosos. Fiquei assustando porque é perigoso", explica. 

De acordo com Alex Lacerda, analista ambiental do Núcleo de Biodiversidade do Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), nesse período ocorre o alagamento de tubos de esgoto e galerias de águas pluviais, onde vivem alguns desses animais, como por exemplo as cobras, que normalmente se alimentam de ratos que vivem nesses locais. "Esses animais que vivem nos esgotos ficam sem espaço devido ao elevamento da água nos canos e galerias, subindo para escapar de afogamento e buscar locais mais quentes", explica.

image Animais silvestres procuram abrigo devido alagamento dos habitats (Divulgação BPA) 

Cuidados e legislação
 
Segundo o ambientalista, em casos como o ocorrido com o estudante Leonardo, a orientação é evitar o contato. "Existem técnicas de contenção adequadas para cada espécie animal e tentar conter esses animais sem saber como, pode gerar riscos para eles, mas principalmente para quem tenta fazer isso sem conhecer a técnica correta", explica.

O especialista orienta ainda para que nesses casos as pessoas procurem os órgãos ambientais responsáveis, como Corpo de Bombeiros, Batalhão da Polícia Ambiental e, na ausência desses, a Secretaria Municipal de Meio Ambiente (Semas). 

Alex Lacerda lembra que matar qualquer animal silvestre, sem necessidade do agente, é crime ambiental. "a pessoa pode ser punida com multa de R$ 500,00 a R$ 5.000,00, dependendo da espécie. Se for considerada ameaçada de extinção, o valor é maior. Além disso, irá responder a processo criminal, com penas de seis meses a um ano", explica. 

 

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