Em mais um dia de maré alta em Belém, crianças aproveitam para nadar em canais; entenda os riscos
Essa é uma cena comum nos dias chuvosos nos bairros periféricos da capital; especialistas alertam que contato com a água suja pode causar riscos à saúde

Em meio a mais um dia de chuva que coincidiu com maré alta nesta terça-feira (21) em Belém, crianças aproveitaram o momento para se divertir e tomar banho no Canal do Tucunduba. Imagens registradas por equipes da Redação Integrada de O Liberal mostram as crianças pulando e brincando na água. Essa é uma cena comum nos dias chuvosos nos bairros periféricos da capital. No entanto, em meio a essa brincadeira, o contato com a água suja pode causar diversos riscos à saúde, como alertam especialistas.
Em entrevista concedida anteriormente à Redação Integrada de O Liberal, o médico infectologista José Eudes alerta que deve ser evitado o contato com a água suja, incluindo, neste caso, o escoamento oriundo dos canais. Um dos riscos é contrair verminoses, como aponta o especialista.
"Com uma chuva torrencial, as águas acabam se acumulando, e muita gente acaba transitando descalço e até mesmo calçada, mas entrando em contato com as águas; isso gera o risco de a pessoa ter situações de dermatites, fungos, leptospirose, causar quadro de insuficiência renal, icterícia, quadro alérgico, pneumonia e até óbito", alerta José Eudes.
Momento de diversão é tradição entre as crianças da capital. (Igor Mota / O Liberal)
Riscos da leptospirose
Segundo o Ministério da Saúde, a leptospirose é uma doença infecciosa febril aguda, transmitida a partir da exposição direta ou indireta da pessoa à urina de animais (principalmente ratos) infectados pela bactéria Leptospira. Sua penetração ocorre a partir da pele com lesões, pele íntegra imersa por longos períodos em água contaminada ou por meio de mucosas.
O período de incubação, ou seja, intervalo de tempo entre a transmissão da infecção até o começo das manifestações dos sinais e sintomas, pode variar de 1 a 30 dias e normalmente ocorre entre 7 a 14 dias após a exposição a situações de risco.
(Gabriel Pires, estagiário, sob a supervisão de Victor Furtado, coordenador do Núcleo de Atualidades)
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