Em Belém, continua baixa a adesão à campanha de vacinação contra a Poliomielite e Multivacinação

Até agora, foram imunizadas 12 mil crianças. Meta é vacinar 66 mil crianças

Dilson Pimentel
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Continua baixa a adesão, em Belém, à campanha de vacinação contra a Poliomielite e Multivacinação para atualização da caderneta de imunização. Foi exatamente por causa da baixa procura que a campanha foi prorrogada até o dia 30 de setembro na capital paraense.

O período de realização da campanha, que iniciou no dia 8 de agosto e encerraria no dia 9 deste mês, foi estendido pelo Ministério da Saúde por causa da baixa cobertura vacinal em todo o país.

“A baixa adesão ainda continua. A procura ainda é bem tímida nas salas de vacina. Com a prorrogação da campanha até o dia 30 de setembro, a gente já tem aí um aumento do nosso número de crianças vacinadas, que está agora em torno agora de 12 mil (exatos 12.391), com uma cobertura estimada de 18%. Mas a gente vê que isso ainda é muito aquém da meta estabelecida, de 66 mil crianças que devem se se vacinar”, disse, na manhã desta terça-feira (13), a enfermeira Lanna Xantipa, da coordenação de Imunização da Secretaria Municipal de Saúde (Sesma).

A meta estabelecida pela Prefeitura de Belém, por meio da Sesma, era vacinar 66.559 crianças de 1 a 4 anos. Segundo o balanço anterior, haviam sido vacinadas 9.125 crianças, correspondendo a 13,71% do público alvo. Com a prorrogação da campanha, esses números aumentaram, mas ainda estão longe do ideal.

A Secretaria de Saúde Pública do Pará (Sespa) informou que, atualmente, a cobertura vacinal no Estado para poliomielite é de 28,26%, sendo que a população estimada para receber a vacina, na faixa etária de 1 a 4 anos, é de 563.678. A Sespa acrescentou que a meta de cobertura vacinal é de pelo menos 95% e que orienta os municípios a realizarem busca ativa e demais estratégias que aumentem o índice de vacinação.

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image Doriedson Brito e Juliana Campelo levaram o filho, Davi Lucas, de 1 ano e 3 meses, para tomar a vacina, na manhã desta terça-feira, na unidade de saúde do bairro de Fátima, em Belém (Thiago Gomes /O Liberal)

 

 

Baixa adesão também está associada às fake news, diz enfermeira

A enfermeira da coordenação de Imunização da Sesma, Lanna Xantipa, disse que o ideal preconizado pelo Ministério da Saúde é que 95% das crianças sejam vacinadas. “Então aí a gente tem que chegar o mais próximo possível desses 66 mil vacinados”, disse. Essa baixa adesão ainda está muito relacionada às fake news. “Das falsas informações divulgadas a respeito da vacinação, de que não são seguras”, afirmou.

Outro problema é uma falsa segurança que os pais têm. “Como eles não veem mais essas doenças aparecendo, circulando, então eles pensam que, de certa forma, essas doenças não voltarão. E a gente sabe que é justamente o contrário. Que as baixas coberturas só vão acabar propiciando para que essas doenças sejam reintroduzidas. Ainda mais a poliomielite, que é uma doença que tem circulação, o vírus está ativo em dois países que são o Afeganistão e o Paquistão”, afirmou.

Ou seja: enquanto se tem circulação ativa se tem possibilidade desse vírus reintroduzir. “E, com as baixas coberturas, isso pra gente é bem preocupante. A gente sabe que, a qualquer momento, a gente pode estar aí com esse vírus circulando novamente no nosso país”, disse.

Foi o que ocorreu com o sarampo. Não havia mais casos da doença. “Aí, a partir de 2018 o que que aconteceu? Voltou. E agora a gente está com surtos ativos aí em vários estados do país”, disse.

Enfermeira apelou à sensibilidade dos pais

“Que os pais tenham essa consciência da importância da vacinação. Porque todas essas doenças são doenças hoje imunopreveníveis. São doenças que são graves. Têm sequelas graves para suas crianças como, por exemplo, a poliomielite. A forma grave da doença causa a forma paralítica, ela causa paralisia infantil. Então isso pode ser evitado nas nossas crianças se elas forem simplesmente vacinadas. Só são duas gotinhas que podem salvar vidas”, afirmou a enfermeira da coordenação de Imunização da Sesma, Lanna Xantipa.

Há mais de 50 salas ativas no município de Belém, funcionando de 8 às 17 horas, de segunda a sexta. Doriedson Brito, 40 anos, e Juliana Campelo, 36, levaram o filho, Davi Lucas, de 1 ano e 3 meses, para tomar a vacina, na manhã desta terça-feira, na Unidade de Saúde de Fátima. Eles destacaram a importância da vacinação. “É importante ter essas vacinas em dia para proteger ele dessas doenças”, disse Juliana. “É para deixar ele protegido de qualquer vírus”, completou Doriedson.

Público

Contra a poliomielite devem ser vacinadas crianças menores de 5 anos de idade (até 4 anos, 11 meses e 29 dias), nas seguintes condições: 

  • Crianças menores de 1 ano de idade deverão ser vacinadas conforme a situação vacinal encontrada para esquema primário; e 
  • Crianças de 1 a 4 anos deverão ser vacinadas, indiscriminadamente, com a Vacina Oral Poliomielite (VOP), desde que já tenham recebido as três doses de Vacina Inativada Poliomielite (VIP) do esquema básico. 

Calendário Nacional de Vacinação aponta como alvos da campanha de Multivacinação as crianças e adolescentes menores de 15 anos de idade (14 anos 11 meses e 29 dias), não vacinados ou com esquemas vacinais incompletos. 

Locais de vacinação

Unidades Básicas de Saúde (UBS), no período de segunda a sexta-feira, no horário das 8h às 17h. 

Certificação

O Brasil não detecta casos de poliomielite desde 1989 e, em 1994, quando recebeu da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) a certificação de eliminação da doença. A vacinação é a principal forma de prevenção

Já a multivacinação prevê a atualização das cadernetas de crianças e adolescentes, segundo o calendário previsto no Programa Nacional de Imunizações (PNI). 

Desta forma, são disponibilizadas doses que protegem contra diversas doenças, como tuberculose, hepatite, tétano, difteria, meningite, febre amarela, sarampo, rubéola, caxumba, catapora, gripe e covid-19

Os pais de crianças e adolescentes devem levá-los munidos com suas cadernetas de vacinação para que as equipes de saúde possam identificar quais imunizantes precisam ser aplicados.

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