Edifício Cristo Rei: moradores voltaram para seus apartamentos na última semana

Uma das pessoas que possuem apartamento no local relatou que o corpo de Bombeiros teria autorizado o retorno

Maiza Santos / Especial para O Liberal

Os moradores do edifício Cristo Rei, onde ocorreu o desmoronamento de 13 sacadas, em maio deste ano, já retornaram para seus apartamentos. A informação foi repassada por uma das moradoras do local, que não quis se identificar. Nesta terça-feira (8), uma equipe da Redação Integrada de O Liberal esteve em frente ao prédio residencial, que fica na rua dos Mundurucus, no bairro da Cremação, e constatou a movimentação dos moradores, que ainda fazem o transporte de mobílias e outros itens para os apartamentos.

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Conforme o relato da moradora, durante uma reunião entre os inquilinos e os órgãos responsáveis pela fiscalização do prédio foi informado que a estrutura do edifício não apresentava mais risco de desabamento e que as famílias poderiam retornar para o local. “Falaram que ele poderia ser desinterditado, pois estava dentro das normas de segurança”, declara.

Reforço estrutural

Ainda segundo a inquilina, as sacadas que não desabaram teriam recebido um reforço preventivo, já que o prédio vai passar por obras de reestruturação. Inclusive, a parte das sacadas que caíram também será reconstruída. Mas o projeto ainda estaria sendo elaborado. 

“Eles disseram que o prédio não foi abalado na estrutura principal. Por isso iriam fazer essas reconstruções e tudo estaria dentro do que foi permitido pelos Bombeiros, Defesa Civil e outros órgãos acionados para verificar as condições do prédio. Todos teriam dito que não há perigo nenhum”, contou.   

A moradora também informou que os moradores estão retornando aos poucos. “Algumas pessoas voltaram, outras ainda não. Eles estão ajeitando a questão da mudança pois não tem gás. Tudo vai ser feito por uma companhia, então tem que ser com segurança”, afirma.

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image (Reprodução: Carmem Helena)

Segurança

A moradora relata que não tem medo de desabamento, pois ja se sentia segura antes mesmo da liberação dos órgãos responsáveis. “Por mim, eu teria voltado na semana seguinte ao desabamento, assim que tirassem os entulhos que empatavam os carros de entrar. Não tenho receio nenhum de voltar para cá. Desde quando desabou a sacada eu já sabia que o predio continuava seguro”, assegura.

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Vizinhos

Diferentemente dos moradores que retornaram ao edifício, algumas pessoas que têm casa próxima ao local e que presenciaram a queda das sacadas, relataram ainda se sentir inseguros sobre a estrutura do prédio. Normelia Mota, que mora há mais de 30 anos em um imóvel que fica em frente ao Cristo Rei, diz temer o pior.

"Voltar para esse prédio é procurar a morte. Até hoje a gente tem medo. Nenhum morador daqui passa por perto desse edifício. Eles colocaram essa barra de ferro aí (na sacada), mas ainda tá perigoso. Esse negócio não resolve é nada. Acho que as barras não são suficientes para segurar essa sacada”, fala a moradora.

Ela relata, ainda, que percebeu a movimentação de pessoas entrando e saindo do edifício recentemente, mas não sabia que os moradores haviam retornado para os apartamentos. “Tem gente que tá entrando aí no prédio, mas não sei se todos já voltaram. Nem falaram nada. Quando acontece algo a gente só sabe pela televisão. Eles deveriam avisar a gente também, que somos moradores antigos aqui de perto", ressalta.

Falhas na Construção

Um laudo da Polícia Científica do Pará (Pcepa) sobre o desabamento de 13 sacadas do Edifício Cristo Rei, divulgado no dia 20 de julho, aponta que a falha na construção e a falta de manutenção preventiva das estruturas foram determinantes para que o acidente acontecesse. A análise foi feita em consonância com o relatório do Corpo de Bombeiros, que elaboraram um trabalho integrado com a Polícia Científica do Pará. Os órgãos apontaram a necessidade de reforço estrutural ou mesmo a demolição dessas sacadas que restaram.

A Redação Integrada procurou a administração e o síndico do edifício Cristo Rei, mas não havia ninguém para dar esclarecimentos oficiais sobre o retorno dos moradores. Além disso, o jornal também solicitou nota à CREA-PA sobre o documento que dá aval para o retorno das pessoas e aguarda mais esclarecimentos.

Em nota, o Corpo de Bombeiros Militar do Pará (CBMPA) e a Coordenadoria Estadual de Defesa Civil (CEDEC) informam que o prédio está liberado para uso e que o Centro de Atividades Técnicas da corporação fez nova vistoria e aprovou as condições de proteção contra incêndio e emergência.

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