Distanciamento social diminuiu junto com uso de máscaras

O uso de máscaras segue sendo obrigatório para sair às ruas. Mas muita gente só usa se for entrar em algum lugar e esquece no resto do tempo

Victor Furtado
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O Pará caiu, mais uma vez, no ranking nacional de distanciamento social temporário, ocupando a oitava posição. Pelos dados desta terça-feira (26), só 43,9% da população ficou em casa. Desde o anúncio do fim do lockdown — fechamento das atividades comerciais não essenciais à saúde, vida e segurança da população, que nunca levou o estado a alcançar o índice de 70%, recomendado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) —, a movimentação nas ruas aumentou bastante. E começou a ficar mais fácil encontrar gente sem máscara.

 

 

Diariamente, a Secretaria de Estado de Segurança Pública e Defesa Social (Segup) faz o levantamento da adesão da população às medidas de distanciamento social temporário. No levantamento de segunda  (25), o Pará já havia apresentado a primeira queda significativa no ranking nacional, chegando à sétima posição, com 45,21% da população em casa. Desde então, o primeiro dia útil após o fim do lockdown, em 17 municípios, já mostrava uma intensa movimentação nas ruas.

Ainda que o Governo do Estado e prefeituras ensaiem o retorno à dita normalidade e retomada gradual da economia, a pandemia não passou. A covid-19, doença causada pelo coronavírus sars-cov-2, continua ameaçando a vida de muitas pessoas. O uso de máscaras para sair às ruas, mesmo que seja para ficar na porta de casa, continua sendo obrigatório por decretos estadual e municipais. As máscaras são uma proteção pessoal e também coletiva.

 

 

 

Máscaras são formas eficientes de evitar contágio e circulação do coronavírus

 

As recomendações do Ministério da Saúde e órgãos estaduais e municipais são bem específicas e acessíveis: as máscaras precisam cobrir a partir da linha abaixo dos olhos, totalmente o nariz e até abaixo da linha do queixo. Se for  necessário tirar a máscara por alguns minutos, para se alimentar ou beber água, o acessório deve ser manuseado com mãos limpas e apenas pelos elásticos.

Abaixar as máscaras até o queixo ou subir até a testa pode gerar contaminação. Tirar apenas para falar ao telefone também não adianta. Mascaras de tecido devem ser trocadas a cada duas horas. As descartáveis, de TNT, podem resistir até quatro horas.

image Em Marituba, para entrar no banco, só de máscara. Mas o respeito à distância de 1,5 metro já começa a ser ignorada. (Fábio Costa / O Liberal)

Em Belém, Ananindeua e Marituba, os três principais e maiores municípios da região metropolitana da capital, é fácil notar como o uso de máscaras parece ser outra preocupação que a população vem deixando de lado. Em vários bairros, por onde uma equipe da Redação Integrada de O Liberal passou, foi possível notar pessoas aglomeradas e sem máscaras. Só mesmo em portas de estabelecimentos comerciais era se via pessoas levando a sério a medida de segurança.

As máscaras, junto com higiene das mãos, são medidas básicas e essenciais de prevenção à circulação do coronavírus. As máscaras são dupla proteção: evitam que as pessoas inspirem gotículas de saliva e ar contaminado; e impedem que pessoas doentes emitam as gotículas de saliva. Todos os órgãos de saúde pública, municipais, estaduais e federal, continuam recomendando o uso de máscara e saídas apenas se estritamente necessário.

 

Sensação é de que "perigo passou"

 

"Para mim, nada mudou ainda. Tenho dois filhos pequenos e meu marido é asmático. Não vou dar sorte para o azar e me arriscar de adoecer. O vírus ainda está aí. Não é porque acabou o lockdown que o vírus foi junto. Mas, quando saio para trabalhar, percebo que a população acha é isso mesmo: que o perigo passou. Estou vendo pessoas sem máscara com mais frequência. Estou é ainda mais preocupada agora. Tudo quase voltando ao normal e as pessoas relaxando", comentou a secretária executiva Patrícia Ramos.

image Em Belém, sobretudo em áreas mais periféricas, conscientizar a população já era desafiador. Com a ideia de que o perigo passou, com o fim do lockdown, essa prevenção ficou prejudicada (Fábio Costa / O Liberal)

Everton Silva é entregador por aplicativos. Ele roda por muitos lugares e diz que até antes do final do lockdown, a sensação nas ruas era de período de férias escolares: menos trânsito. Nesta quarta-feira, ele disse ter passado por pequenos congestionamentos. "Pra mim, parece que tá tudo normal. Na moral? Parece que esse lockdown foi só papo. Vi muita gente na rua. E depois que acabou, parece é que piorou. O pessoal não entendeu que esse bicho aí da covid-19 ainda está circulando. Vou fazer algumas entregas e as pessoas me recebem sem máscara. Absurdo", opinou.

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