Dia Nacional da Imunização é celebrado nesta segunda-feira (9); combate a fake news é fundamental
A vacinação é importante para proteger a população e evitar mortos, diz Secretaria Municipal de Saúde (Sesma)
A vacinação é importante para proteger a população, controlar doenças, evitar surtos, internações e até mesmo evitar óbitos. É o que afirmou a coordenadora Municipal do Programa de Imunizações da Secretaria Municipal de Saúde (Sesma), Cleise Soares. Ela destacou a importância de se combater as fake News, que prejudicam que mais pessoas se vacinem. O Dia Nacional da Imunização é celebrado nesta segunda-feira (9). Cleise Soares disse que essa data é extremamente importante porque chama atenção para a relevância das vacinações. A imunização objetiva desenvolver proteção contra determinadas doenças. Ela pode ser ativa ou passiva: a proteção ativa é quando o indivíduo toma uma vacina e o organismo desenvolve anticorpos para se defender caso seja acometido pela doença.
Já a proteção passiva é quando o indivíduo recebe os anticorpos já prontos. Isso pode acontecer por meio de soros (heterólogo ou homólogo) ou por meio da vacinação da gestante, que transmite os anticorpos ao bebê. Atualmente, há mais de 20 imunizantes. Para as crianças, são os seguintes: BCG, Hepatite B, Pentavalente, Poliomielite Inativada (VIP), Rotavírus, Meningo C (u vacina meningocócica C), Febre Amarela, Tríplice Viral (Sarampo, Caxumba e Rubéola), Hepatite A, Varicela, Tetraviral (Sarampo, Caxumba, Rubéola e Varicela), DTP (Difteria, Tétano e Coqueluche).
Para os adolescentes: HPV, Dengue, Meningo ACWY (vacina Meningocócica ACWY). Para as gestantes: dTpa, Hepatite B, Influenza, Difteria e Tétano. Para os idosos: Influenza, Covid-19, Difteria e Tétano, Hepatite B. A vacina contra a Covid-19 também é indicada para crianças, gestantes, adultos e idosos.
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Fake news contribuem para a baixa cobertura vacinal
Cleise Soares disse que a vacina contra a covid-19, especialmente em crianças, ainda tem baixa adesão. A população idosa procura muito. Mas, para os bebês, a gente percebe que tem um pouco de resistência dos pais. “Isso é muito em decorrência da disseminação de fake news. Quanto mais intensa a campanha de vacinação, mais surgem campanhas contrárias, com desinformação. Isso não afeta apenas a vacina da covid-19, mas também outras vacinas, prejudicando a cobertura geral”, disse.
“Desde a pandemia, com o aumento das fake news, temos uma dificuldade maior para alcançar a cobertura vacinal ideal”, afirmou.
Já as vacinas mais procuradas são as da primeira infância. “As mães, em geral, são muito responsáveis nesse aspecto. Até um ano de idade, a procura sempre é muito boa”, observou. Neste caso, destacam-se as seguintes vacinas: Pentavalente: Protege contra difteria, tétano, coqueluche, hepatite B e Haemophilus influenzae (meningite); Pneumocócica 10: contra pneumonia; Meningocócica C: contra meningite.
No entanto, preocupa a Sesma as baixas coberturas das vacinas contra poliomielite (VIP) e sarampo. “Não existe um motivo específico para a baixa adesão à vacina contra o sarampo, já que ela é oferecida de forma rotineira junto com outras vacinas. Diferentemente da covid-19, em que sabemos que a relutância é maior, a vacina do sarampo sofre com o esquecimento ou a falsa impressão de que a doença não existe mais”, disse.
“Somando-se ao fato de que essa geração atual não vivenciou o que as doenças causavam antigamente. Hoje, essa geração não vê a quantidade de pessoas com paralisia que se tinha naquela época. Pouco vêem alguém morrer com sarampo ou uma epidemia de coqueluche. Isso faz com que as pessoas pensem que não existem mais. E fazem com que as pessoas deixem de vacinar seus filhos. Mas esquecem que se hoje estão saudáveis é porque seus pais os levaram para tomar vacinas naquela época”, observou.
Programa Nacional de Imunizações do Brasil é o mais abrangente do mundo
Isso, portanto, leva à falsa percepção de que essas doenças não existem mais - o que não é verdade. “Mas as fake news e descrença nas vacinas oferece um risco real de reintrodução de doenças como a pólio e o sarampo. É um cenário preocupante, especialmente porque estamos prestes a receber um evento global – COP 30 - com grande circulação de pessoas. Por isso, é importante que todo mundo esteja protegido”, afirmou Cleise Soares.
Ela explicou que o Programa Nacional de Imunizações do Brasil é o mais abrangente do mundo - nenhum outro país oferece proteção contra tantas doenças como o nosso. “Precisamos estar com a nossa vacinação em dia para não estar se expondo a riscos”. Ela também disse que caderneta física e a digital ainda são utilizadas. “É muito importante levar a carteirinha aos postos, para estar atualizando, pois ainda temos falhas no sistema digital. A carteirinha permite registrar corretamente as doses e comparar com o que aparece no sistema, garantindo que tudo esteja atualizado”, explicou.
“Depois da água, a coisa mais importante para o ser humano são as vacinas”, diz médico
Professora de Educação Física aposentada Enilce da Gama Bastos, 68 anos, falou sobre a importância da imunização. “É para a gente poder ficar protegida de todas as doenças. Nossos pais nos vacinaram desde crianças, e nós fizemos isso com nossos filhos. E agora, na idade de idoso, a gente tem que se proteger. Eu sou totalmente contra as pessoas que dizem que não é para tomar vacina”, disse. “Vacina é vida, vacina salva a gente. Então, nessa idade que nós estamos - de 60 a mais, como é chamado - é mais importante do que nunca a gente estar se vacinando. E hoje nós viemos aqui nos vacinar, eu e meu esposo (Jorge Luiz Bastos). Porque esse é um ato de amor: a gente se protege e protege - claro - as pessoas que a gente ama. Tanto que lá em casa, todo mundo se vacina.
Após se imunizar, o médico Eduardo Augusto da Silva Costa, 72 anos, comentou. “A frase que nós usamos em saúde é a seguinte: depois da água, a coisa mais importante para o ser humano são as vacinas”, disse. “Hoje em dia tem gente que nega essas coisas todas. Isso é um absurdo total. Eu acho que não tem palavras para descrever. Eu não tenho palavras para entender como uma pessoa pode negar uma vacina”, afirmou.
Ele explicou que as vacinas antigas eram testadas por muito tempo para serem aprovadas. “Mas, com a evolução, as vacinas atuais - que mexem com o RNA - são fantásticas. Isso permite que se prepare uma vacina em um tempo muito pequeno, comparado com as antigas”, afirmou. "Só para você ter uma ideia: há 10 anos, a gente curava 44% dos cânceres. Hoje, a gente cura 80%. Em 10 anos. Essa evolução foi em todas as áreas. Então, é preciso tomar vacina”, completou. “Eu acabei de tomar minhas duas. Agora tomei para hepatite B e para tétano. No início do ano, tomei para o coronavírus e para a gripe. Ou seja: a vacina é segura. Isso é total. Não tem discussão sobre isso. Quando você vê que acabou a paralisia infantil no mundo, e que agora está voltando porque o pessoal não está tomando vacina - é um absurdo”, concluiu.
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