Dia Nacional da Família: presença no dia a dia se torna chave para relações mais saudáveis
A importância desses laços ganha maior evidência nesta segunda-feira (8), quando é celebrado o Dia Nacional da Família
Longe das telas e da rotina acelerada, momentos simples e do cotidiano - como caminhar, brincar ou apenas compartilhar a companhia um do outro - tornam-se essenciais para a construção de vínculos mais fortes e de uma convivência familiar mais saudável, como destacam especialistas. E são nesses momentos que a confiança e o afeto são reforçados. A importância desses laços ganha maior evidência nesta segunda-feira (8), quando é celebrado o Dia Nacional da Família.
Na família do autônomo Fábio Douglas dos Santos, 44 anos, o passeio de domingo é uma tradição que se repete semanalmente. Ao lado da esposa, Geciane Barroso, 37 anos, dona de casa, e dos filhos - Luca, 7, Heitor, 3, e Helen, 17 - ele faz desse momento um compromisso insubstituível, como relata o pai. Em Belém, a praça da República já se tornou o local escolhido para essa convivência que, segundo Fábio, fortalece laços e garante memórias afetivas. “A gente está aqui na praça todos os domingos, já virou uma rotina: acordar cedo, sair, tomar um cafezinho da manhã e vir para a Praça da República dar uma volta, eu, minha esposa e meus filhos”, comenta.
“A importância da família pra mim é tudo, como eu sempre digo. Trabalho muito, minha rotina durante a semana é muito pesada, então tiro esse momento pra eles, principalmente para estar perto dos meus filhos, porque eu gosto de viver essa proximidade. A gente sempre valoriza esse nosso tempo juntos, para que eles possam brincar, correr, se divertir. Eu não troco esse momento por nada. Meu próprio filho diz que a gente não passeia, a gente cria memórias”, acrescenta Fábio.
Momento saudável
Para Geciane, estar junto da família é um grande privilégio e reforça o amor entre eles. Ela conta que os passeios também são um momento de descontração e ajudam a desacelerar da rotina de forma saudável. “Para mim, que fico em casa a semana toda cuidando deles, é uma tarefa cansativa. Tem que acordar cedo todos os dias, levar para a escola, levar ao médico. Essa parte fica toda comigo. Nada mais justo do que ter o nosso domingo de lazer”, comenta ela.
“Gosto bastante de estar com a minha família, de estar com meus filhos e, principalmente, na Praça da República. Eu sou apaixonada pela minha cidade. E eu não vivo sem a minha família. Hoje em dia, eu faço tudo para os meus filhos, para a minha família. Não consigo sair sem eles, não consigo fazer nada sem eles. É viagem, tudo com eles”, afirma Geciane.
Presença no dia a dia
No dia a dia da família do torneiro mecânico Wilson Galeno, 59 anos, a rotina é vivida sempre em união. E, para ele, a vinda do filho, Gabriel, hoje com 18 anos, reforçou ainda mais o significado de família. “A gente já tinha um filho mais velho e, quando decidimos ter o segundo, ele já estava com 17 anos. Teve gente que até chamou a gente de louco. Hoje, o Gabriel é a nossa base. E aí Deus te surpreende, para unir ainda mais, decidiu nos dar um filho especial. E veio o Gabriel. Depois dele, nossa família ficou ainda mais fortalecida, e a gente faz questão de estar sempre junto, lutando pela independência dele”, comenta Wilson, emocionado.
Para a mãe, a dona de casa Ana Cristina Campos, 58, conta que, para ela, a família é “a base de tudo”. “Para onde um vai, vão os três juntos. A gente está sempre junto. Família é a base de tudo, Sempre aproveitamos passeando, conversando, interagindo, socializando. A gente viaja muito, é tudo junto. E a gente fica misturado”, diz Ana Cristina. “E sempre saindo do trabalho, a gente procura sempre inventar alguma coisa. Seja um passeio na praça, um clube, alguma coisa assim”, completa Wilson.
Olhar atencioso
Segundo a psicóloga Rafaela Guedes, são as ocasiões e programações em família no dia a dia que nutrem e dão sentido para a vida. Qualquer programação feita com presença e conexão com o filho será benéfica, pois as crianças necessitam do olhar, atenção e cuidado do outro conectado com elas. Esses momentos simples, como estar numa praça, num parque com os filhos, a tendência que os adultos deixem de lado, os compromissos e responsabilidades do cotidiano e possam voltar a sua atenção aos filhos, a família, o conjunto”, pontua Guedes.
“E toda vez que você está presente, ligado ao seu desejo ali, verdadeiramente conectado àqueles que você ama, isso fortalece os vínculos, fortalece a família, fortalece a criança. A rotina contemporânea, com essas atribuições infinitas e discursos sociais de que você pode tudo, de que você deve tudo, contribui para que os adultos entrem em um estado de angústia e de hiperprodutividade, hiperconectividade, para alcançar essas metas que retiram energia do momento livre familiar, do amor, dos bons laços e do vínculo, que é o que realmente nutre e dá sentido para a vida, observa a psicóloga.
Saúde emocional
Rafaela reforça que, mais do que a convivência, tudo isso ainda traz benefícios para a saúde emocional. O lazer compartilhado beneficia adultos, crianças e a família em geral, proporcionando prazer, bem-estar, maior conexão consigo e com o mundo, redução do estresse, da tensão e dos comportamentos difíceis. “As famílias que têm apresentado dificuldade em estar juntas, precisam construir esse momento”, considera.
“E encaixar na agenda gradativamente, começar a incorporar na sua rotina aqueles momentos da semana em que você vai passar desligado do mundo e ligado aos seus: esposa, marido, filhos, cachorrinho, o que for. Quando os pais estiverem de fato conectados ali com a criança, no parquinho, longe do celular, longe das preocupações, no momento em que ele consegue observar o filho e o filho se sentir percebido por ele, naturalmente o vínculo deles vai se abrir, vai se fortalecer. E essas são as possibilidades de diálogo aparecendo”, reforça Rafaela.
A psicóloga ainda completa: “Quando os pais estiverem, de fato, conectados ali com a criança, no parquinho, longe do celular, longe das preocupações, no momento em que conseguem observar o filho e o filho se sentir percebido por eles, naturalmente o vínculo deles vai se abrir, vai se fortalecer. E essas são as possibilidades de diálogo aparecendo”, alerta Guedes.
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