Dia Internacional da Igualdade Feminina marca luta pela equidade entre homem e mulher

Data celebrada inicialmente nos EUA, teve adesão em vários países, incluindo o Brasil, na luta contínua das mulheres por respeito, representatividade política e por igualdade.

Valéria Nascimento

O Dia Internacional da Igualdade Feminina, comemorado nesta quarta-feira (26), traz à tona reflexões importantes sobre o papel da mulher na sociedade contemporânea. A data celebrada inicialmente nos EUA, teve adesão em vários países, incluindo o Brasil, na luta contínua das mulheres por respeito, representatividade política e por igualdade.

 

Integrante da Comissão da Igualdade Étnico-Racial da Associação Nacional das Defensoras e Defensores Públicos do Estado do Pará (ANADEP), a defensora paraense Rosemary Silva afirma que a data deve lembrar a urgência do feminismo. Ela destaca a disparidade acentuada quando se é mulher negra.

 

Rosemary Silva destaca que a última pesquisa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) - Desigualdades Sociais por Cor ou Raça, publicada em novembro de 2019, confirma que a desvantagem feminina no Brasil se acentua quando se é mulher negra.

 

"As negras recebem menos da metade do salário dos homens brancos (44,4%), que ocupam o topo da escala de remuneração no País. Sendo ainda mais específica, a escala da desigualdade revela que negras ganham menos que homens negros, que são mais mal remunerados que as mulheres brancas''.

 

Rosemary enfatiza ainda que, seja no Pará ou em qualquer outro estado, as mulheres negras travam lutas diárias para romper as opressões estruturais estabelecidas na sociedade brasileira.

 

“Para além da discriminação de gênero e de classe, as mulheres negras são atravessadas pelo racismo. Portanto, a experiência de ser mulher negra é particular, por conta das condições de vida e das relações de poder, e, por isso, as questões que dizem respeito a nós, negras, devem ser analisadas de maneira interseccional e não isoladamente”.

 

A desigualdade é clara no mercado de trabalho, frisa a defensora, que exemplifica que para cada R$ 1.000, recebidos por um homem branco, são pagos R$ 758, para mulheres brancas; R$ 561, para homens pretos ou pardos e R$ 444, para mulheres pretas ou pardas.

 

"Essa diferenciação se mostra ainda na ocupação de cargos gerenciais. Quase 70% das vagas são para brancos e menos de 30% para pretos e pardos, o que é ainda pior em se tratando de mulher negra. Uma realidade que pode ser mudada quando mais mulheres ocuparem cargos políticos e de decisão'', avalia a defensora.

 

Para a defensora pública, é necessário incentivar o aumento da participação das mulheres no cenário político e garantir a transparência e investimento nas candidaturas femininas, ''para que possamos caminhar para um equilíbrio entre o número de eleitoras e o número de mulheres em cargos eletivos”, considera.

 

A Associação das Defensoras e Defensores Públicos do Pará (ADPEP) e a deputada Marinor Brito realizarão uma mesa redonda na sexta-feira (28) com o tema "Mulheres Corajosas, Mulheres Sobreviventes",  no auditório João Batista da Assembleia Legislativa do Pará (Alepa). A programação a partir das 9h, será aberta ao público.

 

 

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