Dia do Veganismo: prática envolve a preservação animal e precisa de cuidados na alimentação

A data é celebrada nesta terça; especialista lista compostos necessários para a saúde e como substituí-los na dieta vegana

Camila Azevedo / Eduardo Rocha
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O Dia Mundial do Veganismo é celebrado nesta terça-feira (01) e marca um estilo de vida que busca excluir a exploração cruel de animais em alimentos, vestuário, cosméticos, jóias, artigos de limpeza e outros. Dados do Instituto Ipsos mostram que 28% dos brasileiros estão buscando comer menores quantidades de carne no dia a dia, porém, para manter a saúde e garantir a ingestão dos nutrientes fundamentais para o corpo humano, é necessário ter um cuidado especial voltado para a reposição dessas fontes. 

A data é comemorada desde 1994 em alusão ao 50º aniversário de fundação da The Vegan Society, instituição da Inglaterra e a mais antiga do mundo nesse segmento. Dentre os alimentos que não são indicados para consumo no veganismo, todos os tipos de carnes, laticínios, ovos, mel e qualquer produto de origem animal, que cause algum sofrimento a eles, então entre os mais elencados. Roupas - como o couro -, rodeios, circos, itens de higiene, enfim, tudo que envolva a participação de animais também não são consumidos.

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Entretanto, os nutrientes vindos desta forma de alimentação precisam ser repostos, caso contrário, há grandes chances de problemas relacionados à falta específica de certas substâncias. A nutricionista Luciana Brasil explica que tudo deve começar por um acompanhamento profissional. “Muitas vezes, as pessoas decidem fazer uma dieta vegana porque viram na tv. Então, quando essa dieta é auto acompanhada, sem a presença de um nutricionista, os estudos comprovam que a pessoa não consegue elaborar uma dieta que vá alcançar todas as necessidades nutricionais dela”, afirma. 

As principais perdas dizem respeito às vitaminas do complexo B, como a B12, à micronutrientes, como o iodo, cálcio e zinco. “O nutricionista é o único habilitado para fazer planos nutricionais. Ele provavelmente vai incluir uma variedade de alimentos, sem deixar a dieta monótona, porque é difícil de ser seguida e porque vai ter déficits nutricionais. Para esse indivíduo conseguir aminoácidos, vitaminas, minerais e macronutrientes - carboidratos e lipídios - essenciais, ele tem que saber qual a associação fazer para haver melhor absorção”, lista a nutricionista. 

Repor nutrientes é necessário para a saúde

Há, ainda, o caso de precisar fazer uma suplementação. Isso porque algumas substâncias encontradas em produtos de origem animal são fundamentais e mais facilmente vistas neste tipo de item do que em outros. “É importante incluir na alimentação os vegetais verde escuros, como espinafre, couve, brócolis, couve-flor… A vitamina B12 só tem em origem animal, então, ou você vai fazer a suplementação, que seu nutricionista, através de exames, vai avaliar sua alimentação e saber se você tá suprindo essa necessidade. Mas, também, pode usar alimentos fortificados, como leite de soja ou de outros grãos que venham com essa vitamina”, pondera Luciana. 

Alimentos que ajudam na absorção de vitaminas devem ser priorizados

Para aumentar a absorção, também de suma importância, a nutricionista indica a ingestão de alimentos específicos.  O ferro “não heme” precisa de ajuda para a fixação no organismo. Além disso, a forma de preparo da comida também deve ser levada em consideração. “Quando você vai comer feijão, é importante que você associe ele a uma vitamina C, ou seja, pegar um limão e espremer no feijão, justamente para melhor a absorção desse ferro e evitar uma carência, uma anemia ferropriva. Tem, ainda, os anti nutrientes,como fitatos, que são compostos presentes em alguns alimentos e fazem a absorção diminuir por conta da forma como você cozinhou. O preparo também é importante”, destaca. 

Veganismo evita doenças e aumenta qualidade de vida

A dieta vegana, quando comparada a uma dieta tradicional e, até mesmo, à vegetariana, é mais rica em fibras, contém mais potássio, magnésio, vitaminas A, C e E, junto com antioxidantes. “Ou seja, a dieta ajuda também na diminuição do diabetes, hipertensão, colesterol e doenças cardiovasculares. A pessoa tem um ganho porque ela se alimenta de menos alimentos processados, açúcar, gordura saturada, trans… É uma dieta não rica em aditivos, conservantes e, com isso, ela consegue uma estabilidade e melhora o colesterol ‘bom’, o HDL”, finaliza Luciana. 

Alimentos ricos em proteína:

Feijão;
Ervilha;
Lentilha;
→ Grão de bico;
Tofu;
Quinoa;
Noz;
Xia.

Jovem em Belém descobre novo estilo de vida ao se tornar vegana

Lorena Coelho da Silva, 24 anos, é confeiteira e vegana há 6 anos, ou seja, desde quando estava na escola. "Já não me sentia muito confortável com a situação de comer carne sabendo que são animais, né? E aí, eu comecei a pesquisar um pouco mais, vi bastante documentário sobre indústria da carne sobre como é cruel esse processo e tudo mais, e também muito dessa parte de entender os animais como seres com consciência, né? Assim como a gente brinca com os nossos gatinhos e cachorros, os outros animais, como os porcos, por exemplo, eles, o porco tem a senciência de uma criança de três anos, então, ele é muito inteligente, sabe? E aí fui criando essa consciência de que nós, seres humanos, somos animais também, a gente também faz faz parte da natureza e não pode estar num desequilíbrio com ela, tem que estar no ecossistema, sim", salienta.

image Atenção com a alimentação é estrutural, como frisa Lorena Silva (Foto: Filipe Bispo / O Liberal)

De 16 para 18 anos, Lorena decidiu não comer mais nada de origem animal e enfrentou preconceito com relação a essa atitude. Mas, seguiu em frente. Ela lembra que depois do aniversário de 18 anos adotou de vez essa postura para a vida. Ela passou a ter uma visão não apenas de poupar os animais, mas, sim, um olhar vegano amplo, político, com foco no impacto ambiental, abrangendo o transporte mediante combustível fóssil em relação ao aumento do aquecimento global, a preocupação e o aprendizado com os povos indígenas e outros aspectos.

Ela observou que o problema "é como se consome a carne em um ambiente urbano", ou seja, o ciclo produtivo dese produto que implica em danos estruturais em ecossistemas envolvendo animais e o meio ambiente como um todo.

Lorena conta que, ao se tornar vegana, passou a se sentir uma pessoa mais disposta, em contraste com aquela anterior, que comia muito. "A minha alimentação ficou muito mais plural, passei a comer coisas que se eu não fosse vegana nunca comeria, e isso é importante. Antes, eu era muito "eu", a minha bolha, e, junto também com a universidade, fiz conexões com outras pessoas", destaca. Ele revela que no começo se consultava com uma nutricionista com relação à alimentação, e agora, procura manter uma alimentação equilibrada, uma dieta balanceada, envolvendo comidas ricas em nutrientes.

A jovem observa que a proteína animal pode ser substituída pela proteína de soja em receitas tradicionais. "Mas, nutricionalmente falando, o que eu comi na maior parte desses seis anos era arroz e feijão. O meu prato em todo almoço era uma pratada de arroz e feijão, porque justamente a combinação do arroz e do feijão, que é um cereal, e uma leguminosa, tem as proteínas essenciais para o nosso organismo", completa.

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