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Disfagia: covid-19 envidenciou problemas relacionados ao trato digestivo em pacientes idosos

A condição afeta de 70% a 90% da população acima dos 60 anos; prevenção é a melhor opção para diminuir a flacidez muscular 

Camila Azevedo

A pandemia da covid-19 evidenciou outro problema relacionado a saúde: a disfagia. Esta condição é conhecida como sendo a alteração funcional da musculatura responsável por conduzir o bolo alimentar de forma adequada até o estômago. Um levantamento do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP) mostrou que, no Brasil, o distúrbio atinge de 70% a 90% da população idosa. O alerta dos especialistas é para tratamentos preventivos e métodos que ajudem a recuperar a força de mastigação com o objetivo de evitar engasgos. 

Os cuidados devem alcançar, principalmente, essa parcela da sociedade que por natureza sofre com o enfraquecimento da musculatura gustativa, o que provoca a disfagia e as dificuldades na parte funcional da alimentação. Rodrigo Schumacher, fonoaudiólogo especialista em voz, explica que, além da idade, outros fatores estão envolvidos com o problema. “Independente de qualquer tipo de alteração, seja neurológica ou por entubação por tempo prolongado, ou questão da idade, que tendem a desenvolver a disfagia pela flacidez muscular, ocasiona o problema”, afirma.

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Geralmente, os primeiros sinais começam a aparecer dos 60 aos 70 anos. “Mas, a partir do covid, a gente tem observado muitas pessoas mais jovens também tendo essas queixas de disfagia. Na questão dos idosos, a gente observa muito que a partir dessa idade, a gente vai ter uma debilidade muscular que é esperada e na disfagia, a gente atende casos de engasgo, tosse durante a alimentação ou durante o sono ao acordar, com aquela sensação de engasgo, voz mais trêmula, fraca, instável. Esses são sinais importantes que vão levar a pessoa a procurar ajuda com um profissional”, destaca o especialista.

image Os primeiros sinais de enfraquecimento muscular e problemas para ingerir alimentos podem ser vistos a partir dos 60 anos (Thiago Gomes / O Liberal)

Relação com a covid-19

Os longos tempos de entubação vindos das dificuldades de respiração por conta própria, um dos principais sintomas do coronavírus, afetou diretamente a questão da mastigação e, por consequência, o ato de engolir. “A covid afetou diretamente a parte respiratória, então, quando eu tenho uma má coordenação respiratória, eu vou ter também má coordenação na parte da deglutição, precisando fazer apnéia - parar de respirar para conseguir engolir -. Esse mecanismo de parar de respirar e engolir pode ter sido afetado pelo covid-19 e as pessoas vão ter essa dificuldade para deglutir”, diz. 

Tipos

São diversos os momentos da deglutição em que a disfagia pode ocorrer. O fonoaudiólogo ressalta que o posicionamento na língua do paciente também tem influência no processo. “Pode ser tanto na parte da mastigação alterada, com uma língua muito prostrada pra frente, chamada de deglutição atípica, como também na região mais posterior, que é comum de acontecer em pacientes recorrentes de AVC, alterações neurológicas e pacientes idosos que foram entubados durante um bom tempo, ele vai ter alteração porque toda aquela estrutura ficou parada ali”, pondera Rodrigo. 

Reabilitação ajuda a retardar os efeitos do enfraquecimento muscular

A prevenção começa por orientações. A chegada em uma idade específica que já alerte para os sinais de enfraquecimento deve ser acompanhada por consultas frequentes. “É para realmente reforçar e tonificar a musculatura para que a pessoa consiga manter essa estrutura ativa, porque vai chegar o momento em que ela vai ter um déficit, uma perda de força, inspirado pela questão da idade”, considera o especialista. 

A reabilitação adotada pelos profissionais fonoaudiólogos utiliza diversos recursos terapêuticos que ajudam a chegar no resultado. “Como o laser, a eletroestimulação e os exercícios, que vão potencializar os efeitos fisiológicos do tratamento voltado para a cabeça e o pescoço”, finaliza Rodrigo. 

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