Paraense chamada 'Greyti' enfrenta desafios por causa do nome raro
“Ninguém sabe pronunciar. É muito difícil encontrar alguém que fale o nome certo”, disse
A paraense Greyti Paula Rocha da Silva, 34 anos, enfrenta problemas até hoje por ter um nome raro. “Por curiosidade minha, e da minha filha, a gente foi procurar no site do IBGE, do Censo, e percebemos que, no Brasil, não tem ninguém com o mesmo nome como eu. E começamos a procurar em outros estados e ainda não achei um nome igual ao meu”, contou ela, em entrevista exclusiva à Redação Integrada de O Liberal.
Ela nasceu na Pedreira, em Belém, e há 1 e 6 meses mora em Santa Catarina, onde trabalha como cozinheira. O IBGE não confirmou a informação. E explicou que, para preservar o sigilo dos informantes e não individualizar informações, o portal Nomes do Brasil, do IBGE só apresenta os nomes cuja frequência é maior ou igual a 20 para o total Brasil.
Para a Unidade da Federação selecionada se exige uma frequência de ao menos 15 nomes iguais e para os municípios se exige uma frequência de ao menos 10 nomes. “Não é possível saber a quantidade exata de pessoas que receberam nomes cuja frequência é inferior aos totais mencionados”, informou.
Greyti foi criada com os avós paternos. Sobre a origem do nome, ela conta: “Minha mãe me deixou nova na casa dos meus avós. E meu pai nunca soube me falar nada. Ele gostava muito de sair, então ele não parava em casa, não tinha como conversar nada com ele”, contou. Com o falecimento dos avós, ela foi morar com a mãe.
“Quando perguntei pra ela sobre o meu nome, a única coisa que ela me contou é que meu avô pilotava navios. E o meu pai, viajando com ele um dia, viu o nome Greytiameti no navio. E mandou a minha mãe colocar esse nome em mim. E a minha mãe, quando chegou no cartório, tirou o Ameti e colocou só o Greyti. Só que quando eu fui pesquisar na internet, não existe esse nome de navio”, contou.
É muito difícil encontrar alguém que fale o nome certo", diz paraense
Greyti afirmou que nunca encontrou ninguém com esse nome. “Ninguém sabe pronunciar. Mesmo lendo, as pessoas não sabem falar. É muito difícil contra alguém que fale o nome certo. As pessoas chamam Gretchen, Gracie”, contou. “Não sei o que é e o que significa o meu nome”, disse.
Mãe de seis crianças, ela disse que já sofreu muito bullying por causa do nome. “Quando eu tinha 12, 13 anos, e a professora ia fazer a chamada da escola, chamava Gretchen e as outras crianças começavam a cantar a música dessa cantora”, lembrou. “Isso me deixava muito constrangida. E até hoje acontece”, contou. Por esse motivo ela costuma informar o segundo nome: Paula.
“Na verdade, os meus amigos não me chamam de Greyti, e nem sabem que esse é o meu nome, porque eu não gosto muito de usar esse nome. Eu sempre uso Paula. Todo mundo me conhece como Paula. Outros me chamam de Ana, porque, como tem Paula no nome, as pessoas chamam que é Ana. Eu já até me acostumei”, contou.
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