Cúpula da Amazônia: Após Marcha dos Povos da Terra pela Amazônia, comissão indígena encontrará Lula
Manifestação ocorreu nas proximidades do Hangar, local que recebe a Cúpula da Amazônia, e reuniu diversos movimentos sociais
A Marcha dos Povos da Terra pela Amazônia reuniu dezenas de manifestantes, dentre eles pessoas ligadas ao MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra), na manhã desta terça-feira (8), na travessa Perebebuí, ao lado do Bosque Rodrigues Alves, a alguns quarteirões do Hangar Centro de Convenções, onde está sendo realizada a Cúpula da Amazônia.
Dentre as pautas do evento, que tem as participações do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e representantes dos demais países da pan-amazônia – Bolívia, Colômbia, Guiana, Peru, Venezuela, Equador e Suriname –, estão as pautas do movimento indígena. Por isso, uma comissão liderada pelo indígena Toya Manchineri, da Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira (Coiab), lerá uma declaração conjunta de diversas lideranças na tarde desta terça-feira, no Hangar. Vale destacar que do encontro de presidentes resultará a Carta de Belém, que estipulará compromissos socioambientais para os Estados-membros da Organização do Tratado de Cooperação Amazônica (OTCA).
Segundo a líder do Movimento das Terras Indígenas no Amazonas, Clarice Tucano, as reivindicações envolvem uma série de questões importantes para a qualidade de vida indígena. “Pela demarcação das terras indígenas, pelo desenvolvimento da Amazônia, nossa educação indígena é uma estratégia, é uma resistência. Portanto, mais uma vez eu quero repetir que nós queremos uma Secretaria de Educação Indígena a nível nacional”, declarou a manifestante.
União de movimentos
Uma das marcas da Marcha dos Povos da Terra pela Amazônia desta terça-feira (8) é a união de diversos movimentos sociais em prol de uma única pauta: levar ás autoridades presentes na capital paraense melhores condições de vida para as populações.
Assim como pensa um dos líderes do Movimento Camponês Popular, Lindenilson Silva, “o importante nessa mobilização é a união dos movimentos sociais em prol da defesa da Amazônia. São temas complexos - como defesa da vida, soberania alimentar e a proteção dos territórios - acima de qualquer coisa. Então esse ato é a manifestação de uma grande união de todos os movimentos em prol de uma única pauta para o governo”, explicou.
A líder Domingas Martins, do Grupo de Mulheres Brasileiras, também enfatizou a importância de se dar ainda mais voz para as mais variadas causas sociais. “Nesse momento, em que os holofotes estão virados para a nossa região, nós precisamos estar nas ruas enfatizando qual é a Amazônia que nós queremos. Principalmente as mulheres, que sofrem com a desigualdade social, o desrespeito, o machismo... É fundamental vir para as ruas e não calarmos a nossa voz”, concluiu a manifestante.
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