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Crianças na internet: família de Belém relata os cuidados com o filho no mundo digital; vídeo

Elisa Nascimento, mãe do pequeno Eduardo Boareto, de 10 anos, destaca que o menino usa o celular para entretenimento desde bem pequeno, mas sempre com o monitoramento necessário para garantir segurança

Gabriel Pires

Em um mundo cada vez mais conectado e com uma grande parte da população imersa nas telas dos celulares e tablets, crianças e os adolescentes também estão cada vez mais inseridos nesse mundo digital. Somente no Brasil, uma média de 93% das crianças e adolescentes entre 9 e 17 anos são usuárias de internet, o que corresponde a cerca de 22,3 milhões de pessoas conectadas nessa faixa etária. Essa realidade é confirmada por um estudo desenvolvido pelo Centro Regional de Estudos para o Desenvolvimento da Sociedade da Informação (Cetic.br) do Núcleo de Informação e Coordenação do Ponto BR (NIC.br), que foi divulgada no último dia 16 de agosto, em São Paulo.

Quem vive em uma experiência conectada é o pequeno Eduardo Boareto, de Belém, de 10 anos. No dia a dia em meio às telas, a mãe dele, Elisa Nascimento, coordenadora de vendas, 39 anos, conta que ele usa o celular para se divertir, mas que se atenta ao tempo em que ele fica conectado. Ela garante, também, que diariamente checa os conteúdos acessados pelo filho, como uma forma de resguardar a sua segurança. 

“Eu monitoro vendo o histórico e tudo que ele fez no dia. Eu também tô monitorando o tempo de uso. É uma orientação da psicóloga em relação a isso. Mas a gente tem que evitar o máximo que eles fiquem sempre no celular. Eu estou tentando fazer isso. Tudo que é fora da curva, em excesso faz mal”, detalhou Elisa sobre a rotina de cuidados que tem com o filho.

Uso do celular também agrega novos conhecimentos

Além da diversão, Elisa destaca ainda que Eduardo utiliza a internet para buscar informações e aprender algo novo. Quando possui dúvidas sobre determinado tema, é nessas horas que ele aciona as pesquisas e encontra o que deseja saber. Além disso, o recurso do tradutor que há no celular é um mecanismo que o ajuda em meio às partidas dos games.

“Tem um lado bom. Ele tem acesso a muita informação. Ele vai na internet para tirar dúvidas. Um exemplo também, ele usa muito o Google Tradutor. Ele tá num joguinho, que tá falando inglês lá, em alguma coisa que tem uma frase em inglês pra passar de fase, ele pega o celular, usa o Google tradutor pra poder avançar”, explicou a mãe de Eduardo.

Elisa conta que inseriu as telas na vida da criança como forma de entretenimento, quando passou a deixá-lo com o celular para que o pequeno Eduardo pudesse assistir a vídeos de desenhos animados durante a refeição e também para ajudar nas brincadeiras

“Ele começou desde bebezinho. E aí ele continuou a usar e começou a ter joguinhos e tudo e foi. Às vezes você está num restaurante, está em algum lugar e pra não ter que sair correndo o restaurante inteiro. Aí você acaba deixando”, explicou Elisa sobre como começou o consumo de celular por Eduardo.

O espaço online continuou na vida de Eduardo e hoje ele utiliza a internet para se divertir com jogos online, vídeos no YouTube e até mesmo para assistir aos famosos vídeos virais do TikTok, segundo comenta a mãe do garoto. Atualmente, redes sociais como o Tik Tok têm gerado grande consumo entre a faixa etária de 9 a 17 anos. Os dados da pesquisa mostram que 58% do público pesquisado declarou ter um perfil na plataforma, ficando à frente do Facebook, com 51%.

Consumo das redes exige equilíbrio

Apesar do consumo equilibrado e regulado da internet pelas crianças, em alguns casos, as crianças constroem uma relação com o digital de uma forma que deveria ter com o “mundo real”, enfatiza a psicóloga infantil e educadora parental Thais Lobato. Isso acontece porque ao estar frente às telas, o cérebro estimula a produção de dopamina, um neurotransmissor que causa a sensação de prazer e felicidade. Mas é a partir do uso sem controle que essa realidade se torna nociva, segundo Thais.

“Eu tenho recebido muitas crianças com crises de ansiedade, até mesmo depressão e atraso no desenvolvimento, principalmente nas habilidades sociais. Eu vejo muitas crianças que, para elas, está tudo bem elas estarem jogando, elas terem até amigos virtuais. É mais importante ter amigos virtuais do que conhecer novas pessoas”, frisou Thais.

“É importante ressaltar que nenhum eletrônico, nenhuma tela deve substituir as relações sociais. Porque isso faz parte de qualquer desenvolvimento infantil, que é as relações sociais com os amiguinhos, com a família”, pontuou a especialista. 

Limitar o uso de telas é o recomendado, diz especialista

Segundo a psicóloga, é fato que, atualmente, a sociedade vive em um mundo tecnológico, onde se torna quase impossível as crianças não terem acesso ao mundo virtual cada vez mais cedo. Para que o tempo nos eletrônicos no dia a dia sejam feitos de forma saudável, é recomendável que as famílias ajam com cautela:

“Os pais precisam estar limitando as horas dessa criança frente às telas. Limitando também os dias, trazendo a rotina diária delas. Não deixando que elas substituam atividades diárias do desenvolvimento, as habilidades sociais, as brincadeiras, o contato físico, afetivo com as pessoas, com a família por telas. Tudo que é polarizado traz efeitos nocivos pro comportamento. A gente precisa andar pelo caminho do meio, que é justamente tá orientando essas crianças e limitando, trazendo regras e horários estipulados”, alertou.

Tecnologia também auxilia no aprendizado

Se por um lado a exposição exagerada às telas pode sim gerar prejuízos, Thais também evidencia as possibilidades que a internet traz no aprendizado dos pequenos, por meio de diversas alternativas didáticas.

“Quando isso é cuidado de forma muito correta, de muito monitoramento, isso também traz benefícios para as crianças. Tem atividades, desenhos, que são educativos. As crianças podem aprender coisas do desenvolvimento delas, através desses jogos, programas infantis, que educam, que ensinam as cranças”, detalhou.

Aplicativos ajudam pais no monitoramento dos conteúdos acessados pelos filhos

De forma a garantir que as crianças estejam seguras nas redes e acessem somente conteúdos para a respectiva faixa etária, aplicativos — para Android e iOS—  ajudam pais no monitoramento dos conteúdos acessados pelos filhos. São eles:

- Google Family Link
- Controle Parental Koha
- Norton Family parental control
- FamiSafe: controle parental 
- Kidslox Controle dos pais

(Gabriel Pires, estagiário, sob a supervisão do coordenador do Núcleo de Atualidades, João Thiago Dias)

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