Coronavírus: informação ajuda a identificar sintomas e auxilia no tratamento
RESPONSABILIDADE – Coordenadora de Vigilância Epidemiológica diz que tratamento precoce reduziu mortalidade
Sintomas, formas de contágio, tratamento, prevenção e dados gerais sobre a Covid-19, para Veronilce Borges, coordenadora da Divisão de Vigilância Epidemiológica da Secretaria Municipal de Saúde (Sesma), a imprensa tem atuado corretamente no enfrentamento da pandemia.
“Eu acho que o papel da imprensa é fundamental nesse momento de pandemia, visto que ele tem um alcance maior, um número maior de pessoas. Eu acho que tem um papel muito importante, muito esclarecedor com relação a sintomas, cuidados, medidas de prevenção. Eu acho que é fundamental, de grande importância e precisa também ser feito de forma muito responsável, de trabalhar com informação correta, de origem confiável, para que a população possa receber a orientação segura", afirma a profissional de saúde.
REFORÇO
"No início da pandemia, quando havia muitas informações desencontradas, muitas fake news, a gente conseguiu, até pelo apoio da imprensa, desfazer muitos mal entendidos, muitas informações erradas nas redes sociais, então a contribuição da imprensa foi muito importante e continua sendo, de ter esse papel responsável e participativo dentro da comunidade, com relação à informação correta e necessária", diz ela.
Para Veronilce, é necessário reforçar a mensagem de prevenção e cuidados para evitar novos casos da doença.
"Eu acho que precisa ainda a gente voltar a falar mais sobre a prevenção, o isolamento social, o uso de máscara, que precisam ser reforçadas. Talvez pelo fato de a gente ter se acostumado mais com o tema, das coisas terem voltado de certa forma a uma rotina e precisa realmente voltar, mas tem determinadas práticas que precisam ser ainda mantidas, como o uso da máscara, do distanciamento, evitar aglomeração, higienização das mãos. São coisas que eu acho que a imprensa ainda pode colaborar muito com a gente, de estar reforçando com a gente essas informações", completa.
Mudança no protocolo de atendimento ajudou a salvar vida
A estudante de medicina Ediene Sena, 35 anos, teve Covid-19 em abril deste ano, quando os casos da doença estavam no ápice da curva de contaminação e faltavam leitos hospitalares no Pará.
Para ela, a mudança de protocolo para o tratamento da Covid-19, alterada pelos órgãos de saúde e acompanhada pela imprensa, foi fundamental para reduzir a mortalidade dos pacientes do novo coronavírus.
Inicialmente, os sintomas na estudante foram inespecíficos e leves. Ediene conta que sentiu um pequeno cansaço, dores nas pernas e na cabeça. "Eu procurava me manter sempre informada. Eu lia bastante sobre o assunto e fiquei monitorando meus sintomas. Os meios de informação, os jornais ajudaram bastante com relação aos sintomas, guiavam a gente bem, mas os protocolos iniciais dos órgãos de saúde acabaram atrasando a busca por atendimento. No começo, a orientação das entidades de saúde era para que as pessoas ficassem em casa e só procurassem atendimento em casos graves. Muitas pessoas ficavam em casa e a doença se agravava. Hoje não, o protocolo mudou e as pessoas são orientadas a procurar atendimento desde os primeiros sintomas. Os jornais também acompanharam essa mudança de protocolo na área da saúde e houve uma redução significativa do índice de mortalidade, a informação correta ajudou bastante", avalia a estudante.
CANSAÇO
"Eu não identifiquei de imediato, porque a gente não sabia exatamente como era. Começou com um cansaço, dores nas pernas, meu nariz entupia, eu sentia um coriza leve, uma dor de cabeça. Depois foi evoluindo. Aí quando eu senti a febre, veio também a perda do paladar. Eu já tinha a desconfiança de que podia ser a Covid-19. Na época, muita gente havia se contaminado, não tinha mais medicamentos nas farmácias, a gente tinha dificuldade para encontrar. Eu procurei atendimento médico quando senti muita falta de ar durante a madrugada, mas não consegui ser atendida", relembra, ao informar que ficou em casa, acompanhada remotamente por um médico, "mas ainda fiquei 40 dias com falta de ar", diz ela.
Até hoje, ela diz que sente cansaço ao fazer atividades básicas do cotidiano e atribui às sequelas da Covid-19.
"Fiz uma segunda tomografia depois e o vírus já havia desaparecido do meu pulmão, mas ainda sinto cansaço", afirma.
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