COP 30: Forças Armadas treinam militares para casos de acidentes com múltiplas vítimas em Belém

No Pará, por enquanto, 200 militares do Exército Brasileiro e da Marinha do Brasil estão em processo de capacitação.

Bruno Roberto | Especial para o O Liberal

O Comando Operacional Conjunto Marajoara realizou nesta terça-feira (15) um treinamento com militares do Exército Brasileiro e da Marinha do Brasil que atuarão na Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas de 2025 (COP 30). As Forças Armadas trabalharam com a Defesa Nuclear, Biológica, Química e Radiológica (NBQR) para acidentes com múltiplas vítimas. As atividades seguem até esta quarta-feira (16), no 2º Batalhão de Operações Ribeirinhas, no bairro da Marambaia, em Belém.

O treinamento é dividido em duas partes: uma teórica, em que são estudados os protocolos mais atualizados e utilizados pelas Forças Armadas nos últimos eventos; e uma prática, na qual será simulado um cenário com múltiplas vítimas, com suspeita de contaminação por algum agente NBQR.

Um total de 30 militares participou das atividades. Durante a COP 30, 12 mil militares estarão envolvidos. No Pará, por enquanto, 200 agentes estão em processo de capacitação, sendo 120 do Exército Brasileiro e 80 da Marinha do Brasil.

“A importância desse treinamento é que ele promove a integração de ambas as forças, por meio da padronização de técnicas, práticas e procedimentos da área de Defesa NBQR. Isso permite uma resposta rápida, coordenada e eficaz para um caso que envolva algum agente NBQR, além de contribuir para a manutenção da prontidão operativa dos militares”, explica o Capitão de Fragata David Teixeira.

treinamento-cop 30

O treinamento desta terça-feira (15) e hoje (16) é o primeiro de Defesa NBQR, mas outros ainda serão realizados, com mais agentes participando, inclusive com a presença da Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa) e do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu).

Como funciona o treinamento?

Os militares atuam em três zonas no treinamento prático. A primeira é onde ocorre o acidente simulado – a zona quente. Nela, os agentes realizam a triagem das vítimas, conforme o grau de cuidado que elas demandam. Em seguida, os militares encaminham a vítima para a zona morna, onde é feita a descontaminação. Por fim, na zona fria, as vítimas são levadas à ambulância.

Com a Defesa NBQR, as atividades envolvem riscos nuclear, biológico, químico e radiológico. Um incidente químico é o mais provável, como em casos de explosões. O risco biológico é o mais difícil de ser detectado, pois os sintomas demoram a aparecer, como no caso de alguém infectado por Ebola vindo para Belém. As ameaças radiológicas e nucleares têm menor incidência na região, por não haver fontes radioativas locais.

Uso de protocolos de outros eventos e desafios enfrentados

O treinamento aprimora protocolos utilizados em outros eventos pelas Forças Armadas, como a cúpula do Brics, cúpula do G20, Jogos Mundiais Militares, Jogos Olímpicos e ações de descontaminação durante a pandemia da covid-19. “Esses protocolos já são adotados e os potencializamos com estudos”, afirma o Capitão de Fragata David Teixeira.

O principal desafio para a realização dos treinamentos é a aquisição de equipamentos, como os trajes de proteção contra contaminação, que são descartados após cada uso. “A dificuldade é o material, como roupa, luvas e fitas. Imagine 100 militares utilizando esses trajes, com cada um custando 100 reais”, explica o Capitão-Tenente Hélio Júnior.

Comando Operacional Conjunto Marajoara

O Comando Operacional Conjunto Marajoara foi estabelecido como componente militar exclusivo para atuar na COP 30, reunindo as três forças armadas: o Exército Brasileiro, responsável por organizar o comando; a Marinha do Brasil, que empregará seus meios e embarcações; e a Força Aérea Brasileira, que atuará com seus militares e aeronaves, reforçando a proteção de áreas estratégicas e o apoio logístico.

Ao todo, 12 mil militares compõem o Comando. “Ele foi estabelecido no mês de maio e, desde então, os preparativos já estão ocorrendo. O treinamento de hoje não é o primeiro e não será o último. Estamos em constante preparação”, relata o Tenente-Coronel Ramiro Dutra.

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