Consumidores se surpreendem com a proibição da venda do álcool 70%

Estabelecimentos devem interromper a comercialização a partir de 30 de abril, após determinação da Anvisa

Maycon Marte
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Em breve o álcool 70% líquido desaparecerá das prateleiras de farmácias e supermercados após determinação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). O órgão definiu que a venda do produto deve ser interrompida oficialmente a partir do dia 30 de abril. O farmacêutico e professor, de Belém, Patrick Cruz de Sousa, enfatiza a especificidade da decisão. “É importante frisar isso, o que a Anvisa está proibindo é a comercialização do álcool 70% líquido”.

No período da pandemia da Covid-19, o álcool 70%, que já havia sido proibido 20 anos atrás, voltou a ser comercializado nos estabelecimentos para auxiliar no combate a propagação do vírus. Os consumidores que se acostumaram com o produto durante a liberação se surpreendem com a nova determinação e demonstram descontentamento. A autônoma, Daniele Castro, relata que utilizava o álcool para esterilizar as mãos e produtos da sua casa, agora com a ausência do álcool explica que ainda não sabe o que usar no lugar. “Não tem nada pra substituir, que eu saiba… a única coisa que a gente usava era o álcool 70%”, pontua.

O proprietário de uma farmácia popular em Belém e farmacêutico Allan Farias, já não comercializa o produto há algum tempo. Segundo o proprietário, os clientes ainda procuram bastante pelo álcool, principalmente para a limpeza de ferimentos pós-cirúrgicos. “A grande procura em relação ao álcool 70%, que é bastante receitado também, é justamente para a assepsia de ferimentos”, explica. Farias ainda menciona a determinação da Anvisa com surpresa e afirma que ainda não teve novas atualizações sobre a descontinuação de frascos menores.

Perigos

O farmacêutico e professor universitário, Patrick Cruz de Sousa, explica as principais razões para a proibição e os riscos que o produto oferece. Segundo o especialista, "o principal risco relacionado à proibição da comercialização do álcool 70% líquido… é a inflamabilidade, ele é muito inflamável, então historicamente existem muitos casos de acidentes com queimaduras graves, acidentes domésticos mesmo, com queimaduras graves relacionados ao fato do álcool líquido ser muito inflamável nessa concentração”. Sousa destaca que devido a disponibilidade de opções menos perigosas no mercado, houve a revogação da liberação da venda do produto, para prevenir acidentes nesse sentido.

Um substituto viável, por oferecer menos riscos aos consumidores seria o álcool 70% em gel, como destaca o especialista. “O álcool 70% gel tem a mesma ação bactericida, ele tem uma ação antisséptica importante igual ao álcool 70% líquido, só que o álcool 70% gel não é tão inflamável”, explica.

Diferenças

Quanto às diferentes concentrações de álcool disponíveis para venda, Souza destaca a capacidade antisséptica e o potencial de inflamabilidade como as principais diferenças. O especialista afirma que “o álcool só tem uma boa ação antisséptica quando ele é um álcool 70%, os outros abaixo de 54% possuem mais uma ação de limpeza, eles não tem uma boa ação antisséptica”. Além da ação de limpeza, o farmacêutico também destaca a menor inflamabilidade dos produtos com concentração inferior a 54%.

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