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Conheça pessoas que se dedicam a fazer uma Belém melhor

Por todos os bairros da cidade, há moradores que desenvolvem algum trabalho social e marcam as comunidades com ações propositivas

O Liberal

Em 406 anos de história, muitas das transformações sociais que ocorreram em Belém são creditadas aos seus mais de 1,5 milhão de habitantes. Em cada um dos 89 bairros da cidade há moradores que desenvolvem ações e trabalhos voluntários que têm o poder de transformar essas comunidades. Espaços de lazer, doações de alimentos, restauração de pontos degradados e outras ações criam uma rede de solidariedade que pode fazer a diferença no dia a dia de cada cidadão.

No bairro de Fátima, uma espécie de balneário improvisado com caixa d'água e cadeiras de sol, batizado de "GreenValla", chama a atenção de quem passa pela travessa Três de Maio, às margens do canal. Faça chuva ou faça sol, sempre há crianças tomando banho e se divertindo por lá. Foi um espaço de lazer que esses jovens ganharam, em um lugar onde antes só havia sujeira e nada mais. Para muitas dessas crianças, é uma oportunidade única de poder brincar em uma piscina.

A ideia de fazer o GreenValla foi do barbeiro Sandro Bessa. Há cerca de seis anos, ele aterrou o espaço e construiu uma pequena área para os moradores se reunirem e conversarem. Alguns meses depois, a prefeitura interveio e resolveu desmontar o local. Passado algum tempo, o morador teve a ideia de improvisar uma piscina com uma caixa d'água para seus filhos brincarem. Deu tão certo que, pouco tempo depois, todas as crianças da vizinhança passaram a frequentar o espaço diariamente.

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image Puxadinho às margens de canal vira 'GreenValla' e garante lazer na periferia
Balneário informal popular, que tem até piscina, é uma resistência social e abre o debate do uso da cidade pelas pessoas

image GreenValla se tornou um ponto de referência no bairro de Fátima (Cristino Martins/ O Liberal)

"Hoje já virou uma referência, as pessoas falam 'tal local fica passando o GreenValla'. Antigamente não tinha nenhum espaço para as crianças tomarem banho, para os moradores se reunirem, pegarem um sol. É muito gratificante ver a molecada feliz, brincando. Eles não saem daqui, então eu fico muito feliz de poder ter pensado em fazer esse espaço e ver esse sorriso no rosto dessas crianças", diz Sandro Bessa.

No Distrito de Outeiro, a intervenção dos moradores fez até uma rua ser rebatizada. A rua Piquiarana, que agora é popularmente conhecida como Rua Ecológica, se tornou um exemplo de sustentabilidade. Isso porque um grupo de pessoas resolveu fazer uma vaquinha para construir uma lixeira de coleta seletiva, separando os resíduos sólidos por vidro, plástico e metal. Eles fizeram até uma parceria com uma cooperativa local, para dar a destinação correta a esses detritos.

A ideia surgiu por conta dos transtornos que o acúmulo de lixo na rua causavam aos moradores. Um lixão se formou na rua Piquiarana, e as pessoas vinham de outros bairros jogar lixo no local. "Mais de dez anos se passaram e esse ponto de descarte de lixo continuava lá. Até que em 2020, eu ia passando e aquilo me revoltou, sacos de lixo abertos e as pessoas nem conseguiam passar. Então eu e outros moradores fomos lá fazer a intervenção. Colocamos os pneus, pintamos, colocamos terra e mudas de planta, e assim criamos um jardim na esquina da rua", contou Rosilda Santana, presidente da associação de moradores da rua Piquiarana.

"Hoje a gente já não convive mais com aquele lixão que estava prejudicando a nossa saúde. É um trabalho que precisa ser feito em parceria, só a prefeitura não vai dar conta sozinha. É preciso que as pessoas sejam conscientizadas. Nós precisamos de mais pessoas engajadas, e já estamos tentando expandir esse projeto para outras ruas de Belém", pontua Rosilda.

No bairro da Cidade Velha, um grupo de amigos começou, há dois anos, um trabalho voluntário de doação de alimentos e roupas a pessoas em situação de rua que vivem nas redondezas. Os problemas sociais, agravados pela pandemia, foram o empurrão que faltava para que esses jovens saíssem de casa com várias panelas de comida prontas para serem distribuídas.

O estudante de Direito e Economia Caio Rodrigues contou que, após a primeira ação, o grupo não parou mais de fazer doações. "A gente acaba se tornando muito próximo dessas pessoas. A gente conhece a história delas, vai se acostumando, se tornando amigo. E acabou que isso ficou no coração. A gente sempre faz o que pode, sempre se organiza. Ninguém gosta de ver uma pessoa que não tem capacidade de se defender em uma situação dessas. Quando você tem contato com a vulnerabilidade, ela te muda, te impulsiona a fazer algo, por mais que seja pouco", concluiu.

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