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Colecionadores de Belém exibem seus itens mais valiosos

Veja como o colecionismo promove a preservação de memórias culturais e afetivas e a construção de comunidades

Eva Pires

Em um universo diversificado e rico em significados, apaixonados por colecionar encontram fascínio em reorganizar desde action figures de ícones da cultura pop até miniaturas de carros nacionais. Essa é a história compartilhada pelo técnico em eletrotécnica Daniel Marques e pelo cantor e produtor de conteúdo Solon Assef. Cada um possui uma narrativa única sobre o surgimento do interesse por colecionar e o que ela representa em suas vidas.

O ato de colecionar, para muitos, é mais do que um simples passatempo, é uma paixão que cativa pessoas ao redor do mundo. O colecionismo é a atividade de reunir, organizar, selecionar, trocar e exibir uma variedade de itens, agrupados por categoria, podendo ser motivada por diversos valores, desde estéticos e materiais até emocionais.

Entre os benefícios que o colecionismo pode proporcionar aos seus praticantes, destacam-se o desenvolvimento das habilidades de classificação e organização, a oportunidade de interagir e socializar com outros entusiastas e a ampliação do repertório cultural.

Miniaturas de carros como herança e memória afetiva

Colecionador Daniel Marques

A paixão por carros antigos, sobretudo os nacionais, como Fusca e Kombi, foi o que despertou o fascínio por colecionar de Daniel Marques, 45 anos. Encantado por miniaturas, o objetivo dele é achar peças do menor tamanho possível. Ainda, ele conta que encontrá-las por um valor acessível é um desafio.

"O maior entrave é conseguir as miniaturas ou objetos da nossa coleção por um preço acessível e no mercado local. A grande recompensa é quando a gente encontra ou quando um amigo encontra, vai em uma viagem e traz para a gente", afirma.

Daniel enfatiza a contribuição de sua coleção para a preservação histórica dos modelos antigos, diante da predominância dos modelos modernos no automobilismo atual. Para ele, colecionar modelos como o Fusca e a Kombi é um ato de preservação da memória. Ele acredita que ao compartilhar seu hobby com colegas e com o seu filho, estará contribuindo para manter viva essa herança para as gerações futuras.

A miniatura da Kombi vermelha de 1988 é o item preferido da coleção do técnico em eletrotécnica, que a organiza em expositores na garagem. "Tenho o maior orgulho de quando abre o portão da garagem e as miniaturas aparecem. Mas, sempre que posso, levo para mostrar aos amigos. É uma coleção muito bonita para ficar escondida", pontua.

O colecionador compartilha também uma das suas experiências mais memoráveis no mundo da coleção. "Em um evento que eu estava participando, um senhor viu uma kombizinha em minha exposição e chegou muito emocionado dizendo que o pai dele tinha uma kombi idêntica, que eles usavam para ir a praia nos finais de semana na maior cantoria. Me deixou muito feliz e emocionado ver que cada peça pode despertar memórias tão valiosas em alguém", conta.

Um conselho que Daniel oferece para iniciantes em colecionismo é encontrar um foco, evitar compras impulsivas e buscar a orientação de outros colecionadores locais. Ele também recomenda participar de eventos da comunidade colecionadora e buscar constantemente mais informações sobre o hobby. Para o técnico em eletrotécnica, o mais importante é se divertir com a atividade, pois enquanto proporcionar prazer, o colecionismo será gratificante.

Em relação à diferença entre colecionar e acumular, ele diz que "o colecionador seleciona cuidadosamente os itens para coleção, buscando qualidade e foco. Ao contrário, o acumulador compra indiscriminadamente, sem direção, o que pode levar a desafios financeiros e desgaste emocional. Eu mesmo passei por uma fase de acumulação, mas superei e agora coleciono com propósito", conclui.

Colecionador funda evento de miniaturas em Belém

Pela carência de eventos regionais de miniaturas de carros, Daniel fundou o "Encontro de Amigos e Colecionadores: Miniaturas Belém", evento gratuito criado para promover a confraternização entre os entusiastas, além de vendas, trocas e exposição de suas coleções.

O encontro é realizado a cada dois meses na Associação dos Moradores, em Belém. O próximo será no dia 8 de junho. Nos intervalos entre os eventos, são feitas exposições em locais públicos como shoppings e praças.

Serviço:
Data: 08/06/2024
Horário: a partir das 9h
Endereço: Associação dos Moradores, na rua Belém Nº 1 (Caixa d'Água), no Conjunto Tapajós, bairro do Tapanã 
Para mais informações: (91) 99187 - 2935/@miniaturasbelem

Uma coleção de cultura pop, infância e laços de amizade

Colecionador Solon Assef

Ter uma coleção do He-man e Os Mestres do Universo é um sonho de infância que Solon Assef, 35 anos, conseguiu realizar. Desde então, ele coleciona e compartilha com seus seguidores no Youtube diversas action figures, que são pequenas estátuas de grandes personagens da cultura pop, como séries, filmes e desenhos.

O acervo também conta com personagens de filme de terror, de super-heróis e de obras conhecidas mundialmente, como Harry Potter e o Senhor dos Anéis.
"A minha coleção começa com as linhas clássicas dos anos 80 e com o tempo passei a focar mais no He-Man, por ser um dos desenhos e franquias que mais amo. Minha trindade principal dos desenhos de colecionáveis são He-Man, Thundercats e Caverna do Dragão", diz.

Para Solon, suas coleções representam um valor emocional e uma fonte de nostalgia. "É um valor emocional muito grande, uma nostalgia muito boa. Com essa coleção eu trago a melhor parte da minha vida e infância. Ela me traz novos amigos e momentos de lazer e relaxamento. Uma coisa que eu gosto muito é de ficar apenas olhando para a minha coleção, como sou uma pessoa caseira, esse é o meu momento de desestresse", compartilha.

O cantor defende que o ponto de partida ideal para iniciar uma coleção é a conexão com as peças, e não o seu valor ou marca. "Não vão procurar achando que vai ter que ser a peça mais cara. Tem a ver com o que você gosta, com o que te remete a alguma coisa boa. Se a figura não tiver marca oficial ou se for a mais cara, não importa", afirma.
Entre os principais desafios como colecionador, Solon destaca o objetivo e a dedicação de completar as coleções.

"Tem que procurar na internet, importar, lidar com taxação, entre outros obstáculos, mas é prazeroso ao mesmo tempo. Exige muita paciência. O maior desafio no meu caso é acompanhar os lançamentos e tentar fechar a coleção com todos os itens que são lançados, porque eu me vejo como um completista. Tem gente que adquire só alguns de cada coleção, mas eu quero ter todos, então é um baita trabalho", declara.

Solon ressalta que lidar com preconceitos e enfrentar rótulos de futilidade e infantilidade são desafios comuns para aqueles que colecionam.

"Existem pessoas que não entendem e acabam te vendo como uma pessoa boba e infantil. Eu coleciono action figures, mas você que está lendo pode estar colecionando sapatos, bolsas, e, no final das contas, é a mesma coisa. Não devemos julgar o que faz bem aos outros", conclui.

Eva Pires (estagiária sob supervisão de João Thiago Dias, coordenador do núcleo  de Atualidade)

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