CONTINUE EM OLIBERAL.COM
X

Chuvas de dezembro alteram rotina e movimentação de vendedores de rua em Belém

Quando a chuva cai repentina, itens de proteção se tornam os protagonistas das bancas

Fabyo Cruz
fonte

O mês de dezembro marca a chegada do período mais chuvoso do ano em Belém — e, junto com ele, mudanças significativas no dia a dia de quem faz do comércio de rua a principal fonte de renda. Vendedores ambulantes, camelôs e feirantes, que dependem da constante circulação de pedestres, já notam reflexos do clima nas vendas e reforçam as estratégias para manter o negócio funcionando mesmo com o céu fechado.

Quando a chuva cai repentina, itens de proteção se tornam os protagonistas das bancas. Guarda-chuvas, sombrinhas e até capas improvisadas para mochilas passam a ser vistos como produtos “salvadores” para quem é pego desprevenido no centro da cidade. A expectativa dos vendedores é de que, com o aumento das pancadas típicas do mês, o movimento finalmente engrene.

Há quatro anos trabalhando no comércio da área central de Belém, Rodrigo Mendes, de 23 anos, descreve que as vendas ainda não atingiram o pico esperado. “No momento, a venda pela sombrinha está mais ou menos. Não vou dizer que está devagar, mas está mais ou menos”, conta. Ele observa que o comportamento do consumidor muda de uma hora para outra: “O tempo fecha, faz aquela cara de chuva, aí o povo começa a olhar e começa a comprar”.

Rodrigo vende guarda-chuvas e sombrinhas entre R$ 20 e R$ 30 e acredita que a procura deve crescer nas próximas semanas. “Com certeza [deve melhorar], devido ao clima de chuva que possa vir. Às vezes passa o dia todo chovendo, então a procura já é maior”, afirma. Para manter as vendas, ele e outros ambulantes se organizam para não fechar em momentos de temporal. “É tudo coberto aqui, então a gente não fecha na hora da chuva. Se fechar, se esconder, a gente não vai conseguir vender”, declarou.

Cautela com o movimento

A poucos metros dali, próximo à avenida Presidente Vargas, a vendedora Cristiane Mello, de 48 anos, também se adiantou à temporada. Ela trabalha com guarda-chuvas durante o ano inteiro, mas ampliou o estoque e o leque de opções. O objetivo é atrair desde quem busca modelos básicos até quem prefere versões coloridas ou com detalhes diferenciados. Mesmo assim, o movimento ainda é tímido. “Ainda está devagar. Está lenta ainda. Estamos esperando cair a chuva aí pra melhorar”, diz.

image A vendedora Cristiane Mello, de 48 anos, trabalha próximo à avenida Presidente Vargas, em Belém (Carmem Helena/O Liberal)

Na banca, há produtos entre R$ 10 e R$ 20 — valores que podem mudar a qualquer momento. Segundo Cristiane, quando a chuva aperta, os fornecedores repassam em alta, e os vendedores precisam acompanhar os ajustes. “Quando começar a chuva, eu creio que vai aumentar, porque todo ano aumenta. Eles aumentam lá e a gente tem que aumentar aqui”, contou.

Ela também adapta a oferta ao que o cliente precisa no instante da compra. Capas de chuva, apesar da utilidade, costumam ter saída menor. “Capa não sai muito. O preço acaba sendo até mais caro. Então é melhor disponibilizar aquilo que o freguês vai querer logo”, explica. Para seguir atendendo mesmo em meio a enxurradas, Cristiane conta com o próprio guarda-chuva e com o abrigo improvisado da banca: “A gente já usa [o guarda-chuva] e fica embaixo do banco aqui. Aí não molha. Procuro uma localização que possa me proteger”.

Embora apareçam com menos frequência, os pedidos por capas plásticas para mochilas e materiais que improvisam a proteção de motos também entram na lista de soluções rápidas dos vendedores — especialmente em áreas com forte presença de entregadores, mais expostos aos temporais.

Com a tendência de intensificação das chuvas ao longo de dezembro, os trabalhadores das ruas seguem na expectativa de que o período, apesar dos desafios, ajude a impulsionar o faturamento. Enquanto isso, permanecem atentos ao céu: basta uma nuvem escura se aproximar para que o comércio ganhe novo ritmo.

Assine O Liberal e confira mais conteúdos e colunistas. 🗞
Entre no nosso grupo de notícias no WhatsApp e Telegram 📱
Belém
.
Ícone cancelar

Desculpe pela interrupção. Detectamos que você possui um bloqueador de anúncios ativo!

Oferecemos notícia e informação de graça, mas produzir conteúdo de qualidade não é.

Os anúncios são uma forma de garantir a receita do portal e o pagamento dos profissionais envolvidos.

Por favor, desative ou remova o bloqueador de anúncios do seu navegador para continuar sua navegação sem interrupções. Obrigado!

ÚLTIMAS EM BELÉM

MAIS LIDAS EM BELÉM