Câncer de pênis: Pará registra mais de 30 casos da doença em 2022

De acordo com vice-presidente da Sociedade Brasileira de Cancerologia (SBC), Luís Eduardo Werneck, a vergonha para realizar exames é um agravante na prevenção

Eduardo Rocha

Em 2021, o Pará registrou 49 casos de câncer de pênis e, em 2022, foram 31 casos, segundo levantamento da Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa). O Ministério da Saúde (MS) levantou que, em 2022, foram registrados no Brasil 1.933 casos dessa enfermidade e 459 amputações. Para reforçar a prevenção contra a doença, a Sespa relizará, a partir das 8 horas deste sábado (25), ação de saúde na Praça do Relógio, no centro de Belém, como parte da campanha da Sociedade Brasileira de Urologia/Seção Pará. Diagnóstico precoce é fundamental para evitar complicação da doença, inclusive, com a amputação do órgão.

A ação tem como foco os feirantes do Ver-o-Peso, ribeirinhos das ilhas próximas e frequentadores desse perímetro da cidade. Será prestado atendimento com encaminhamento para exames; proferidas palestras e feitos testes rápidos para Infecções Sexualmente Transmissíveis (ISTs), imunização contra HPF (para meninos de 9 a 14 anos) e hepatite B.

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O diagnóstico e tratamento do câncer de pênis, por meio dos serviços de média e alta complexidade, são garantidos pela Sespa. A Coordenação Estadual de Saúde do Homem da Secretaria promove a sensibilização de profissionais e usuários, desde a publicação da Portaria n°3069 de 11 de novembro de 2020, que instituiu o projeto piloto para o desenvolvimento de ações voltadas à prevenção desse tipo de tumor maligno, no âmbito da Atenção Primária à Saúde. 

"O câncer de pênis pode ser prevenido com informações básicas: importância da higienização correta do órgão, cirurgia de postectomia nos casos de fimose, vacinação contra o HPV (meninos de 9 a 14 anos de idade) e busca dos serviços de saúde aos primeiros sinais e sintomas; o maior desafio é driblar barreiras socioeconômicas, já que a maioria dos homens não dispõe de informações acerca do assunto, daí a necessidade das ações educativas", reforça a Secretaria de Saúde.

"Homem tem vergonha de ir ao médico; mais da metade dos casos termina com a amputação do órgão", pontua especialista 

Infecção pelo HPV

O vice-presidente da Sociedade Brasileira de Cancerologia (SBC), médico Luís Eduardo Werneck, destaca que tem acompanhado um aumento da incidência dos casos de câncer de pênis no Brasil, por causa de alguns fatores. "O primeiro deles é o aumento da infecção pelo vírus HPV, um dos grandes causadores e está envolvido na gênese do câncer de pênis; além do HPV, nós temos o início das relações sexuais dos jovens cada vez mais precoce e sem os preservativos, sem os métodos preservativos ele aumenta a infecção pelo HPV, o que vai aumentar a possibilidade de uma pessoa ter câncer de pênis; além disso, a multiplicidade de parceiros também aumenta a possibilidade de infecção por várias cepas de HPV diferentes ou a reinfecção", observa Werneck.

A infecção pelo HPV começa com verruguinhas na glande (cabeça do órgão genital masculino). "Mas, quando começa alguma ferida, alguma ferida que não cicatriza por mais de 15 dias, alguma mancha, o médico especialista precisa ser procurado, porque pode ser o início de uma lesão cancerígena, uma lesão de câncer de pênis", alerta o oncologista. 

O grande problema, como ressalta Luís Eduardo Werneck, é que praticamente mais da metade de todos os casos de câncer de pênis no Brasil são detectados muito tardiamente, "sem detecção precoce, porque homem tem vergonha de ir ao médico e não fala para a esposa, também", como alerta Luís Eduardo Werneck. E, então, mais da metade dos casos termina com a amputação do órgão, retirada de parte ou completa do pênis.

Confira dicas de prevenção ao câncer de pênis:

  • Higienização.
  • Evitar exposição ao vírus HPV e fimose.
  • Não demorar em buscar serviços de saúde a partir dos primeiros sinais e sintomas.
  • Comparecer regularmente aos serviços de saúde para se  consultar preventivamente contra a doença.

Sinais e sintomas

  • Alteração da cor e textura do órgão.
  • Feridas que não cicatrizam.
  • Inchaço na extremidade do órgão.
  • Secreção de forte odor.

 

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