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Campanha alerta sobre riscos de fogos juninos

Redação Integrada

No Brasil, uma em cada dez pessoas que fazem uso de fogos de artifício tem um de seus membros superiores amputado. E dos cerca de 120 mortos nos últimos anos, mais de 24 eram crianças com menos de 14 anos de idade. Somente nos cinco primeiros meses deste ano foram atendidos 182 casos de pessoas queimadas no Hospital Metropolitano de Urgência e Emergência (HMUE), em Ananindeua, Região Metropolitana de Belém. Destes, 50 atendimentos ocorrerem no mês passado.

Com base nesses e em outros dados, o dia 6 de junho foi instituído como o Dia Nacional da Luta contra Queimaduras pela Lei de número 12.026/2009. Atenta à importância desta causa, a Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia (SBOT) lançou uma campanha em todos os seus canais de comunicação para conscientizar a população sobre como prevenir os altos índices de traumas e queimaduras durante as festas juninas e julinas.

A campanha é feita em parceria com a Sociedade Brasileira de Cirurgia da Mão (SBCM) e Conselho Federal de Medicina (CFM) e conta com o apoio do Ministério da Saúde e Associação Médica Brasileira (AMB). Mílvio Neto, cirurgião plástico e coordenador do Centro de Tratamento de Pessoas Queimadas do Metropolitano, referência na região Norte de pacientes vítimas com queimaduras, reitera que nesse tempo de festas juninas acontecem o surgimento de alguns acidentes com peculiaridades para os acidentes com uso de fogos de artifícios, e faz alerta em relação à prevenção para a sociedade.

“Existem os pacientes que surgem provenientes mais comuns de fogos de artifício que com fogueiras. Sempre alertamos que o melhor tratamento para queimaduras é a prevenção. Então, existem algumas orientações à população, que é o cuidado especial com o manuseio desses artigos usados nessa época”. Se for fazer o uso de fogos de artifício, Mílvio destaca que é necessário ter atenção para evitar com que crianças façam o uso. “Precisa ser feito sempre por pessoas maiores de idade, evitar o uso concomitante com bebida alcoólica. Além disso, é importante procurar adquirir os artigos de fabricantes credenciados que sigam todos os critérios de segurança e sejam liberados pelas agências reguladoras.

“Pois sabemos que existem produtos que não obedecem aos critérios de segurança na sua produção, que, às vezes, são feitos de forma clandestina e caseira. Então, tudo isso tem que ser combatido para procurar ter o menor número de vítimas ou não haver vítimas provenientes desse tipo de acidente. Os produtos que não obedecem a critérios de segurança podem explodir de forma precoce. E os produtos caseiros e clandestinos oferecem risco maior à segurança de quem faz seu uso. Mas o produto final, o acidente, vai ser da mesma forma, caso não sejam tomados todos os cuidados”, explica.

Ainda segundo ele, devido ao componente de explosão do fogo de artifício, além da queimadura, pode também associar a questões lacerantes nos membros e regiões próximas afetadas, e haver necessidade até de amputação de extremidade e comprometer a visão e audição. “Além da lesão térmica da queimadura, pelo fato devolveram como uma explosão esta pode atingir um membro, que está manuseando e pode ter amputação de extremidade.

Se a explosão for próxima à face, pode atingir órgãos do sentido, como a visão e audição, e comprometer até a integridade da pele da região da face, e outras dilacerações. Então as queimaduras podem ocasionar problemas leves e também graves. As queimaduras de segundo e terceiro grau profundo, geralmente, precisam de procedimentos cirúrgicos e às vezes múltiplos durante a internação, como procedimentos de limpeza, de enxerto. As lesões graves precisam de internação prolongada”, afirma o cirurgião plástico. 

Fogueiras também exigem cuidados

Os cuidados com as fogueiras seguem muitas orientações aconselhadas com fogos de artifícios. “Evitar com que elas sejam feitas, evitar com que crianças façam parte da confecção, quando for manipular ter maiores cuidados com os líquidos inflamáveis, evitar que pessoas façam isso associado ao uso de bebida alcoólica, porque diminui os reflexos, que seja feita por pessoas maiores de idade”, orienta Mílvio Neto. Se mesmo com todos esses cuidados, ocorrer acidente, nos casos leves, é importante que a pessoa se encaminhe para um Pronto Socorro e/ou Unidade de Pronto Atendimento mais próximo de casa. De lá, o paciente pode ser encaminhado também para hospital de referência. Já em casos graves, a pessoa pode procurar diretamente o Hospital Metropolitano, em Ananindeua, que funciona de portas abertas e existe o Centro de Tratamento de Pessoas Queimadas. Logo depois que o acidente ocorrer, o médico recomenda também que o paciente tente diminuir a dor até o resfriamento da lesão expondo a região acometida em água corrente em temperatura ambiente, como embaixo da torneira ou do chuveiro, por 10 a 15 minutos. “Não precisa ser água gelada, pois pode até agravar a queimadura. E se encaminhar a um serviço de atendimento médico. Se for grave, correr logo para um pronto atendimento”, alerta o coordenador do Centro de Tratamento de Pessoas Queimadas do Hospital Metropolitano.

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Belém
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