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“Bumblebee” no canal do Galo

Feito de restos de lixo industrial, a obra vem chamando atenção em Belém

Redação Integrada ORM
fonte

Após se aventurar pelas animações e travar diversas batalhas no cinema, Bumblebee, dos Transformers, chegou no canal do Galo, no bairro do
Telégrafo. Com mais de dois metros de altura, feito de restos de lixo
industrial, o personagem vem trazendo graça e ludicidade aos moradores do
canal, que fica na periferia de Belém. Tudo isso graças à criatividade e à
sensibilidade do artista Mayk Lee Pamplona da Silva, de 35 anos.

A obra do artista se tornou uma atração para os moradores da
comunidade, local carente de saneamento básico e infra-estrutura. Mas, por meio
da arte, Mayk consegue provar que toda e qualquer transformação depende da ação
e do olhar de cada um. Por ironia do destino ou não, ele resolveu montar um dos
robôs dos Transformers.


A inspiração do artista surgiu em meio ao contato com a
trama. “Aí, deu um estalo: vou montar um Bumblebee, meu personagem preferido”,
conta o artista. “Ele faz parte do grupo do bem, que ajuda os humanos a se
livrar dos obstáculos”, explica Mayk. A ideia não ficou na vontade e quase que
imediatamente o artista deu início ao projeto.

Processo de criação

Começou a juntar as primeiras peças na oficina de um vizinho,
restos de carros e motos. A partir dos primeiros objetos deu início à montagem
da peça. “Comecei da base e, à medida que 
ia montando, as pessoas que passavam pela rua iam acompanhando o meu
trabalho. Todo mundo perguntava e, com isso, fui incluindo as pessoas na minha
obra”, detalha Mayk.


O robô foi ganhando forma com a contribuição da comunidade.
Crianças e adultos levavam restos de lixo industrial para incrementar o corpo
do robô. “Foi muito boa a participação da comunidade, pois como montei a peça
aqui na rua mesmo, já que na minha casa não tem espaço, as pessoas foram
gostando e sentindo vontade de ajudar. Além dessa contribuição, eu coletava o
lixo nos lixões que se formam próximo do canal e também de outros locais da
cidade”, completa o artista.

Mayk passou aproximadamente quatro meses na montagem. A obra
é feita de pneu, peças de computador, ventilador e uma variedade de restos de
lixo industrial. Com todos esses objetos, o artista foi dando corpo ao robô e
fazendo as amarrações para que a escultura se mantenha em pé. “É um trabalho
contínuo, pois aqui e ali eu vejo uma falha e vou lá e conserto. Pois a
criançada sobe, se pendura, faz foto. E para não danificar fico dando
manutenção constantemente”, diz o artista.

Veia artística

Com mãe atriz e irmãs artesãs ele disse que não poderia ter
outro trabalho. Suas referências desde criança foram o contato com o universo
lúdico. Sendo cria do Curro Velho, era o local onde ficava quando a mãe saia
para trabalhar. Ele considera o espaço de imensa importância para o bairro.

Mayk passou pelo teatro, pela serigrafia, pelo desenho e
muitas oficinas oferecidas pelo Curro Velho, que considera sua segunda casa e
um local que frequenta até hoje. Ele diz que a arte da guerra sempre foi
presente em sua vida, mas desde criança sempre quis se apropriar da real beleza
da arte. “A arte da guerra está ai para quem quiser, eu via, mas sempre
acreditei que pudesse viver num mundo melhor. Por isso fui em busca da arte de
fato, pois é melhor”, completa. Ele considera a arte como uma terapia e descoberta
e além de todo o conhecimento do universo artístico, tem conhecimento na área
da sustentabilidade.


Poder da arte

O jovem artista tem de fato uma preocupação com o ambiente
onde vive. Ao redor do Canal do Galo, ele já começou um jardim de plantas
ornamentais e de uma pequena horta. A vontade dele é de mudar a paisagem, de
retirar toda a área de mato, limpar e se juntar aos demais moradores para fazer
novas plantações ao redor do canal. Na época do Natal, por conta própria, ele
enfeita algumas árvores da vizinhança e deixa o ambiente com um toque mais
bonito e alegre.

























Assim como Bumblebee, Mayk usa dos poderes da arte para
contribuir com um mundo melhor. Quem quiser apreciar pode seguir pela Travessa
Djalma Dutra e perguntar onde é o Canal do Galo. Lá, toda a vizinhança vai
apontar a obra de Mayk.

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