BR-316 receberá novo paisagismo em seus primeiros 10 KMs

Medida faz parte do projeto da Nova BR, do Governo do Estado

Eduardo Rocha
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A rodovia BR-316, ao longo de seus primeiros dez quilômetros e 800 metros,  ganhará uma nova estrutura de paisagismo nos próximos meses, como parte do projeto da Nova BR, a cargo do Governo do Estado. As ações são coordenadas pelo Núcleo de Gerenciamento de Transporte Metropolitano (NGTM). São 26 diferentes tipos de árvores e 1.594 mudas que serão plantadas ao longo do canteiro central e lateral da rodovia. 

O Governo informa que entre as espécies a serem plantadas no corredor da BR estão cuiarana, chuva-de-ouro, ipê amarelo, jatobá e palmeira imperial, além da ananin, que é nativa do Município de Ananindeua – todas de médio e grande porte, nativas e protegidas.

O trabalho, segundo o NGTM, é necessário já que essas árvores estão no corredor das obras e interferirão diretamente na construção de estações de passageiros, faixas de via expressa e calçadas. A vegetação que não interfere será mantida.

“Uma das preocupações do governo é com a questão ambiental. Temos uma previsão de compensação em relação à supressão de, para cada espécie retirada, vamos repor em torno de quatro, dependendo do tipo. É importante frisar que toda a supressão está licenciada e autorizada pelos órgãos ambientais, que é uma condicionante do projeto financiado pela Agência de Cooperação Internacional do Japão (Jica)”, explica o engenheiro Eduardo Ribeiro, diretor-geral do NGTM.

Transplante

O Governo desenvolveu um projeto específico para transplantar duas samaumeiras localizadas no canteiro central da rodovia. A ação é inovadora, neste porte, na Região Metropolitana de Belém, e busca preservar os indivíduos arbóreos no corredor de transporte. O transplante começará na próxima segunda-feira (27). Os primeiros a tomarem conhecimento da ação foram representantes de algumas entidades ligadas à preservação do meio ambiente e que atuam na região.

image Projeto de Paisagismo Nova BR (Divulgação)

Márcia Pinheiro, da Associação Amigos de Belém, que tem entre suas frentes de atuação a questão ambiental, foi uma das presentes. “A gente vê a preocupação do Governo referente às samaumeiras. Sabemos que existem inúmeros projetos de transplantes de árvore de pequeno porte, mas no caso da samaumeira é um grande desafio. E deixar as entidades cientes faz com que a gente possa participar de forma positiva, contribuindo com o conhecimento que temos”, afirmou Márcia.

Milton Fujioshi, gerente regional da Associação Brasil Soka Gakkay, que atua na educação ambiental em todo o Estado há 60 anos, também participou da reunião. Ele acompanha o andamento das obras desde a projeção. “Ficamos felizes em ver um projeto com essa magnitude se tornar realidade e, sobretudo, que houve essa preocupação do Estado em fazer o possível para transplantar as samaumeiras”.

Inicialmente, o projeto previa o corte com supressão vegetal das duas árvores localizadas na altura do km 3 da rodovia, porque elas estão na faixa de domínio das obras. Mas, o atual Governo, sensível à causa ambiental, decidiu pela manutenção das samaumeiras por meio do transplante. O novo destino delas será uma das pétalas do viaduto do Coqueiro, numa distância de aproximadamente 900 metros de onde estão. A medida está autorizada pela Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Sustentabilidade (Semas). 

Outras três samaumeiras, duas delas localizadas na rodovia próximo ao viaduto do Coqueiro, e uma na área onde está sendo construído o prédio do Centro de Controle Operacional (CCO) – no complexo do Comando Geral da Polícia Militar, na Augusto Montenegro – também serão integralmente preservadas devido a uma readequação no projeto e não precisarão ser retiradas do local.

O diretor-geral do NGTM, engenheiro Eduardo Ribeiro, explica que, pelo projeto anterior, não havia a possibilidade das árvores permanecerem por vários motivos. “Elas estão na faixa de domínio da obra, uma dentro de uma das estações de passageiros do BRT Metropolitano, outra na faixa expressa do BRT. Ainda que elas continuassem ali, não resistiriam aos impactos da construção. Então, procuramos uma empresa especializada e estamos fazendo o possível para salvá-las”, detalha. 

A ação será executada por uma empresa especializada nesse tipo de atividade e terá duração de até cinco dias, a partir do dia 27 de janeiro. O trabalho envolve várias etapas noite e dia com equipamentos manuais e pesados, e também contará com o apoio do Departamento de Trânsito do Estado (Detran).

Para compensar o transplante das samaumeiras, o Ideflor-bio fará a doação de 10 mudas da mesma espécie para o plantio no Parque do Utinga, área de conservação estadual. “O Instituto empresta seus perfis técnicos na orientação que vai desde a operação no transplantio e na manutenção da espécie no seu futuro espaço para que, tecnicamente, se estabeleça e se desenvolva, atendendo toda a expectativa da sociedade”, enfatiza Kleber Perotes, diretor de Desenvolvimento da Cadeia Florestal do Ideflor-Bio. 

O nome científico da samaumeira é Ceiba Pentandra, planta de copa ampla, podendo atingir, em habitat nativo, cerca 60 m de altura. A árvore é típica da Amazônia e é conhecida pelos indígenas como a árvore mãe.

Obras – Iniciadas em janeiro de 2019, as obras de requalificação da BR-316 abrangem a implantação de calçadas arborizadas e ciclovias em ambos os sentidos, além de 13 passarelas com acessibilidade, 13 conjuntos de estações de passageiros para os ônibus do BRT Metropolitano, dois terminais de integração (em Ananindeua e Marituba), quatro túneis (dois em cada terminal) de acesso dos ônibus do BRT para os terminais, o Centro de Controle Operacional que fará a operacionalização dos sistemas de BRT municipal e metropolitano – futuramente integrados -, e duas novas pistas em ambos os sentidos com faixa exclusiva no canteiro central.

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